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Depressão dá eczema


postado em 29/03/2019 05:08 / atualizado em 29/03/2019 08:22

Outro dia, recebi em minha sala uma confeccionista muito eficiente e bem-sucedida que me contou seus últimos meses de peleja com aquele meu amigo antigo, o caranguejo. Tinha se curado de um câncer muito sério e estava com um problema corporal que buscava resolver: uma forte crise de eczema em todo o corpo. Ela é mais uma das vítimas dessa doença (dermatite atópica), que pode ser provocada por ansiedade ou depressão e até por problemas de saúde mental, de acordo com pesquisa recente do British Journal of Dermatology. Felizmente, o problema está no fim. Esse novo estudo foi realizado nos Estados Unidos e faz um alerta importante: o risco de ansiedade e depressão é dramaticamente maior em adultos com eczema do que naqueles sem a doença, já que esse número cai para 27,3% entre adultos sem eczema.

“Este estudo confirma o que as pessoas com essa doença sentem há muito tempo: as doenças de pele podem ter um impacto profundo na autoestima, podendo levar à ansiedade e à depressão, principalmente quando não são tratadas”, afirma a dermatologista Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.

A pesquisa foi realizada por dermatologistas e alergologistas nos EUA e descobriu que a gravidade dos sintomas do eczema está fortemente ligada ao risco de ansiedade e depressão. “O estudo analisou um tipo comum de eczema chamado dermatite atópica, uma condição comum da pele que causa irritações na pele, coceira e vermelhidão. A condição geralmente começa na infância, no entanto, muitas vezes continua na idade adulta”, afirma a dermatologista. “A dermatite atópica é uma doença genética, crônica e, entre os sintomas, estão pele seca, erupções que coçam e crostas que se formam principalmente nas dobras dos braços e da parte de trás dos joelhos”, diz a dermatologista. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a dermatite atópica é a 11ª doença dermatológica mais comum na população brasileira, afetando 2,4% da população em todas as faixas etárias.

O estudo incluiu 2.893 adultos dos EUA, 602 dos quais tinham eczema. Os participantes completaram uma pesquisa on-line que foi projetada para revelar a gravidade de seu eczema se eles tivessem a condição e o estado de seu bem-estar mental. A gravidade do eczema foi definida por meio de três avaliações diferentes que consideraram fatores como distúrbio do sono, coceira e extensão da pele seca. Com base nos scores de avaliação, a gravidade da doença foi caracterizada de leve a muito grave. Já a avaliação da saúde mental foi concluída usando a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (Hads), que se traduziu em escores de ansiedade e depressão. Os participantes também foram perguntados se tinham sido diagnosticados com depressão ou ansiedade por um profissional de saúde no ano passado. Quarenta por cento dos adultos com eczema relataram ter sido medicamente diagnosticados com ansiedade ou depressão no ano anterior à pesquisa, em comparação com 17,5 % das pessoas sem eczema.

Usando a contagem da Hads, o eczema foi associado a uma chance significativamente maior de apresentar sintomas de ansiedade e depressão. Em combinação, 50% dos adultos com eczema e 27% dos adultos sem eczema tinham “pontos” (scores) anormais de ansiedade ou depressão ou relataram um diagnóstico de saúde para qualquer condição de saúde mental. “Existe uma forte ligação entre nossa pele e nossa saúde mental. Este estudo confirma a necessidade de garantir que os serviços de saúde mental sejam acessíveis aos pacientes com problemas de pele e, quando possível, integrem os cuidados mentais e físicos na primeira oportunidade”, diz a médica.

“Compreender a causa da ansiedade e depressão em pacientes com eczema, como a gravidade dos sintomas, pode ajudar a melhorar os cuidados de saúde mental para pacientes com problemas de pele comuns”, finaliza a médica.

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