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Morando com a felicidade


postado em 25/03/2019 11:19

Família grande é assim, espalha-se ao redor do mundo. Por aqui, a maioria dos meus está em São Paulo ou no Rio, mas alguns moram no Canadá, na geladíssima Edmonton, que fica no estado de Alberta. E outro jovem sobrinho escolheu a Finlândia para se casar e morar. Tem um filho lindo, em vésperas de fazer 3 anos, que já esteve aqui, em minha casa, em pleno verão. Morria de calor, só aguentava comer fruta gelada – pêssego principalmente – e adorava deitar só de fralda no chão frio de pedra. O menino já se comunica em três línguas: finlandês, por causa da família da mãe; português pelo pai, e inglês para ser entendido por todos. Estou me lembrando deles porque o jornal publicou, no último fim de semana, que a Finlândia é o país mais feliz do mundo, escolha da ONU pelo segundo ano. E posso dar meu testemunho, de longe, de que é isso mesmo.

Meu sobrinho mora em um conjunto habitacional totalmente diferente, as casas são construídas de forma a proporcionar aos moradores uma praça central exclusiva, segura e com várias opções de brinquedos para a meninada. Aos pais, basta abrir a porta da casa e soltar os filhos na brincadeira, com toda garantia. A legislação do país oferece um longo período de férias para a mãe, quando a criança nasce. Quando esse período termina, o pai ganha o seu. Com isso, as crianças têm acompanhamento nos dois primeiros anos de vida.

Outro lance legal é a segurança. Só para dar uma ideia, apesar do frio quase constante do país, as crianças estão mais do que acostumadas com ele. Quando a família vai a um restaurante, o berço do filho fica do lado de fora, ele muito bem agasalhado e dormindo calmamente. Na maior segurança, ninguém incomoda, quem é de fora não entende esse costume de deixar as crianças na varanda.

O meu sobrinho-neto, que se chama Teo, adora música, ouve atentamente e parece entender tudo. Mandei para ele, no último Natal, uma gaita de presente. E já recebi o retorno, proporcionado pelo avô: ele tocando animadamente a gaita “da tia Anna”, como disse em português. Outra coisa que vi, em imagens da mesma data, foi ele vestido com um macacão natalino, pedindo esmola aos passantes junto a um Papai Noel adulto. A família não tem a menor preocupação com assaltos, roubos e o perigo de deixar o menino brincar na rua.

O governo dá apoio em tudo, medicina e medicamentos. O atendimento é total, a casa funciona como vivíamos antigamente, sem trancas e na maior calma. A Finlândia, cuja tradição está nas saunas (toda casa tem a sua), conta com mais de 190 mil lagos e muitas florestas, onde as férias são passadas, frequentemente em barracas.

No segundo lugar no ranking da felicidade está a Noruega. O Brasil, pobre de nós, está na 32ª colocação, mas a classificação dos Estados Unidos vem caindo, atualmente ocupam o 19º lugar. Acredita-se que isso ocorra por causa do aumento dos vícios, que causam muito sofrimento, depressão e violência.

A curiosidade da Finlândia é, até onde sei, que o mercado de trabalho é amplo e receptivo. Meu sobrinho foi para lá estudar e nunca mais voltou. Tem carreira sólida e vida calma – um dos programas principais da família são encontros culturais (concertos, principalmente), e o filho comparece quase sempre.

A diferença da Finlândia conosco é tão gritante que meu sobrinho, que passou parte de sua juventude no Rio de Janeiro, conta que até onde pode prever, só virá aqui para visitar a família. Para morar, nunca mais.

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