Jornal Estado de Minas

colunista

Identificar câncer renal no exame de urina

Conteúdo para Assinantes

Continue lendo o conteúdo para assinantes do Estado de Minas Digital no seu computador e smartphone.

Estado de Minas Digital

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Experimente 15 dias grátis





 Identificar o câncer renal e diferenciar entre os tipos de tumor de câncer renal com um teste de urina é ainda mais um desejo ardente do que uma realidade, mas várias estratégias que estão em estágio final de desenvolvimento oferecem promessa para triagem, diagnóstico, prognóstico e avaliação da resposta ao medicamento para pacientes com lesões renais.





Por exemplo, a detecção de proteínas truncadas na urina pode ser usada para diferenciar lesões benignas, como oncocitomas renais, de carcinomas de células renais (RCCs). Essas proteínas podem ser identificadas usando um ensaio de fluxo lateral simples e barato, em vez de um ensaio imunoenzimático (ELISA), mais demorado e caro. Köditz e colaboradores apresentaram sua experiência com o novo teste na Reunião Anual da European Association of Urology 2021 (EAU 2021). Seu grupo havia mostrado anteriormente que duas proteínas truncadas – proteínas que são versões mais curtas, mas biologicamente ativas da proteína original – foram diferencialmente expressas em lesões renais.
 
 
 
A proteína Mxi-2, regulada por um microRNA 15a (miRNA), foi superexpressa em RCC, e Vim3, regulada por miRNA 498, foi superexpressa em oncocitomas, que são tumores benignos. Mxi-2 é uma variante truncada da MAP quinase P38. Vim3 é uma variante truncada da vimentina.

Eles examinaram 350 amostras de urina de um biobanco usando ELISA para determinar a expressão de Mxi-2 e Vim3, e usaram reações em cadeia de polimerase quantitativas em tempo real para detectar miRNAs associados a pequenas massas renais. Os investigadores descobriram então que a expressão de Vim3 foi significativamente elevada em amostras de pacientes com oncocitomas em comparação com todos os subtipos histológicos de RCC, incluindo cromófobo, papilar e RCC de células claras, enquanto Mxi-2 foi predominantemente superexpresso em RCC de células claras.





As diferenças foram estatisticamente significativas. Portanto, a conclusão dos autores é de que o ensaio de fluxo lateral que os pesquisadores desenvolveram mostrou boa especificidade e acurácia.  Köditz e colegas também analisaram amostras pré-cirúrgicas de 45 pacientes com pequenas massas renais para ver se o teste de urina poderia diferenciar subtipos de câncer. Eles descobriram que a superexpressão de miRNA 15a/Mxi-2 foi detectável em amostras de pacientes com células claras e RCC cromófobo, enquanto miRNA 498/Vim 3 foram predominantemente superexpressas em amostras de pacientes com oncocitomas. Desde então, os pesquisadores descobriram que, embora as células de tumores renais tenham contato mínimo com o sistema urinário, elas podem ser detectadas depois de liberadas na circulação e filtradas através do rim para a urina.  Em uma revisão da pesquisa atual de biomarcadores, também apresentada na EAU 2021, um levantamento realizado por Junker e colaboradores demonstrou que vários outros miRNAs estão sendo explorados, sozinhos e em combinação, por seu potencial no rastreamento do câncer renal. De fato, além de miRNAs, combinações de marcadores proteômicos são promissoras para diferenciar pequenas massas renais.

Já o papel prognóstico dos marcadores urinários deve ser testado em estudos adicionais, especialmente em comparação com o sangue.  Em contraste, os biomarcadores preditivos para a terapia sistêmica da doença metastática devem ser investigados no soro ou plasma, em vez de em marcadores urinários.

audima