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Estado de Minas ALEXANDRE GARCIA

COVID-19 escancara a abismo social no Brasil

A maioria da população carece de assistência médica e recursos até para ir a uma farmácia


12/08/2020 04:00 - atualizado 12/08/2020 07:58

Ministério da Saúde enfatizou esta semana que são essenciais contra a COVID-19 o diagnóstico precoce e o tratamento imediato da doença (foto: Arquivo Agência Brasil)
Ministério da Saúde enfatizou esta semana que são essenciais contra a COVID-19 o diagnóstico precoce e o tratamento imediato da doença (foto: Arquivo Agência Brasil)
Segunda-feira, na Fundação Oswaldo Cruz, o Ministro Pazuello disse que não é correto aconselhar a ficar em casa com sintomas, até sentir falta de ar. Lembrou que o essencial é o diagnóstico precoce e o tratamento imediato. A propósito, o maior erro de Mandetta foi ter recomendado que, ao sentir sintomas da COVID-19, a pessoa ficasse em casa por 14 dias e só procurasse auxílio quando sentisse falta de ar. Ora, a falta de ar já indica uma fase adiantada da doença, em que os pulmões estão com líquido e o ar inspirado não oxigena o sangue o suficiente. E houve outro grande erro anterior: o de não terem cancelado o carnaval, numa época em era cancelado o Ano-Novo Chinês. As aglomerações em bloco inocularam o país, principalmente a partir do Rio e São Paulo.

Agora, as notícias sobre mais de 100 mil vidas perdidas para a COVID-19, deixam dúvidas. A Itália é o quarto país mais atingido pelo vírus – 582 mortes por milhão de habitantes (o Brasil é o nono, com 476 mortes por milhão). Estudos italianos, comparando o atestado de óbito com o prontuário, revelam que, em média, os que morreram tinham outras três doenças. É bom considerar que no Brasil morreram no ano passado 140 mil pessoas por infecções das vias respiratórias inferiores, como gripe e pneumonia, não contando casos crônicos.

O triste nisso, além do carnaval mantido e o mau conselho inicial do Ministério da Saúde, é a desigualdade de chances entre os que têm meios para se prevenir e se curar rapidamente, e os que ficam à mercê da sorte. Há os que têm acesso a preventivos como o zinco, a vitamina D e à receita para ivermectina; havendo sintomas, têm acesso a receitas para hidroxicloroquina e azitromicina com o médico de família – e isso nem entra nas estatísticas. Mas a maciça maioria da população não tem essa proximidade com médicos nem recursos, por exemplo, para ir a uma farmácia de manipulação com pedido de zinco. A propósito, o ministro Pazuello disse que “a gente precisa compreender parar o sangramento”.
 
Para diminuir essa desigualdade, há médicos em voluntariado. Em Brasília, dois grupos de 492 médicos estão se dedicando a comunidades carentes de prevenção e tratamento da COVID-19. Há, inclusive, conta bancária recebendo contribuições para comprar os medicamentos para quem precisa. E evitam-se internações. Iniciativas assim se espalham pelo Brasil, para “parar o sangramento”. Mais de 100 mil vidas perdidas são uma voz que clama por respostas sobre o que se fez, o que não se fez e por quê.

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