O risco silencioso da perda excessiva de proteínas pela urina
Diabetes e hipertensão geralmente estão associados à proteinúria, que é a presença de proteína na urina, em quantidade superior ao normal
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Ao observar o vaso sanitário após urinar, é possível notar alguns indícios que podem apontar problemas de saúde. Um deles é a proteinúria, marcada pela existência de espuma excessiva no xixi, resultante da perda anormal de proteínas, um possível indicador de doença renal crônica (DRC).
O indício é uma maneira simples de observar a possibilidade de uma condição silenciosa, que pode não apresentar sintomas claros em seus estágios iniciais, tornando ainda mais necessário a vigilância e o diagnóstico precoce. No Brasil, segundo o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, houve um aumento de 66,8% no total de internações por DRC entre 2010 a 2023.
Segundo o coordenador técnico do São Marcos Saúde e Medicina Diagnóstica, Márcio Nunes, a proteinúria é um alerta importante para a saúde. “Ela está frequentemente associada a diabetes e hipertensão. No diabetes, é um sintoma comum da nefropatia diabética, que pode levar à insuficiência renal. Já a hipertensão tende a danificar os rins e, portanto, causar proteinúria. A combinação desses fatores aumenta ainda mais o risco de desenvolver DRC”, explica o médico.
“O paciente deve ficar atento, pois é possível que os exames de sangue relacionados à função renal estejam dentro dos parâmetros de referência, apesar da presença de proteinúria. Isso ocorre porque a perda de proteína precede o aumento dos níveis de creatinina ou ureia no sangue. Além disso, a perda seletiva de proteínas, como a albumina, pode ocorrer simultaneamente à manutenção da filtragem de outros resíduos, escondendo o dano nos rins", afirma o especialista.
Embora os exames de sangue sejam essenciais para avaliar a função renal do paciente, fornecendo informações sobre os níveis de creatinina, ureia, cálcio, fósforo e a taxa de filtração glomerular, o exame de urina 24h vai detectar a presença de proteinúria e avaliar a gravidade da DRC. “Esse exame permite quantificar a perda de proteína na urina, o que é essencial para avaliar a gravidade da lesão nos rins e monitorar a eficácia do tratamento. O paciente deve coletar toda a urina produzida em um período de 24 horas, utilizando um recipiente estéril e seguro. É importante iniciar após a primeira micção da manhã e concluir 24 horas depois, incluindo a última micção da noite. Durante esse período, o paciente deve evitar o consumo de alimentos e bebidas que possam interferir nos resultados, como cafeína, álcool e certos medicamentos. Após a coleta, basta entregar o recipiente ao laboratório para análise”, explica Nunes.
O tratamento da proteinúria se concentra em abordar a causa raiz da doença, em vez de apenas tratar o sintoma em si, como controlar os níveis de açúcar no sangue e a pressão arterial. Além disso, a adoção de hábitos saudáveis e atividade física regular é importante para prevenir doenças renais, diabetes e hipertensão. Manter uma dieta equilibrada, realizar no mínimo 150 minutos de atividade física moderada por semana e beber pelo menos 2 litros de água por dia pode ajudar a controlar o peso corporal, reduzir a pressão arterial, melhorar a sensibilidade à insulina e reduzir o risco de doenças renais.
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