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Estado de Minas LEGADO OLÍMPICO

Parceria entre Cisco e Prefeitura do Rio aponta novos caminhos para as cidades

Plataforma conectada do Porto Maravilha transforma região em laboratório urbano vivo e modelo de digitalização


postado em 06/07/2016 18:23

Boulevard do Porto Maravilha, que recebeu uma plataforma tecnológica com 15 soluções inteligentes(foto: Liliane Corrêa/EM)
Boulevard do Porto Maravilha, que recebeu uma plataforma tecnológica com 15 soluções inteligentes (foto: Liliane Corrêa/EM)
Você não gosta de esportes, não pratica, não assiste e não torce. Não vai assistir aos jogos e não mora no Rio de Janeiro. Então, você pensa: "essa olimpíada não vai mudar minha vida em nada". Certo? Pois é. Só que muda. E muito.

A norte-americana Cisco e a Prefeitura do Rio de Janeiro apresentaram nesta quarta-feira, 6 de julho, a plataforma tecnológica instalada no Porto Maravilha, que deve ser um dos maiores legados dos jogos para a cidade. A região totalmente revitalizada, que abriga agora o Museu de Arte do Rio (MAR) e o Museu do Amanhã, ganhou 15 soluções urbanas inteligentes, que permitem a experimentação e implementação de novos serviços com agilidade. E essas soluções urbanas apontam caminhos que vão muito além do Rio.

Uma boca de lobo entupida, por exemplo, que provoca alagamentos quando chove forte, não é um problema exclusivo dos cariocas. Mas uma das soluções apresentadas nesta parceria promete resolver o problema com simplicidade, eficiência e custo relativamente baixo, podendo ser implementada em regiões identificadas como críticas para o problema.

Na região do Porto Maravilha, 28 bueiros foram equipados com o produto da Netsensors, um sistema que, ao mesmo tempo, retém os resíduos sólidos e, por meio de sensores volumétricos conectados ao sistema de monitoramento, avisa a hora de efetuar a limpeza. Coletores removíveis que avisam quando estão cheios nasceram da ideia de uma das startups vencedoras do Desafio Cisco de Inovação Urbana, promovido em 2015. "O coletor envia a informação de que está cheio ao centro de controle. Os funcionários que fazem a manutenção recebem um smartphone com um aplicativo que indica quais bueiros precisam ter o lixo recolhido. Para garantir ainda mais eficácia ao processo, ele registra uma imagem do bueiro antes da limpeza e depois dela, com o coletor já vazio e reposicionado", diz o diretor-executivo da Netsensors, Carlos Chiaradia.

A medição volumétrica é feita a cada 12 horas e a bateria do sensor dura cerca de um ano, segundo o empreendedor, que teve sua startup acelerada como resultado do desafio.

Coletor removível com sensor volumétrico da Netsensors instalado em bueiro da região do Porto Maravilha(foto: Liliane Corrêa/EM)
Coletor removível com sensor volumétrico da Netsensors instalado em bueiro da região do Porto Maravilha (foto: Liliane Corrêa/EM)


Outra solução que nasceu numa startup acelerada pela Cisco foi o Áudio Alerta, sistema de vigilância que atua na detecção de sons incomuns e envio de alertas para o Centro de Controle e Comando do Porto Maravilha. Um algoritmo específico permite determinar e classificar sons incomuns, como um disparo de arma de fogo. "Quando os sensores captam o som de um tiro, já podemos saber o calibre da arma na central de operações e, assim, acionar a força de segurança necessária para intervir", diz o gerente de produto da startup, Ivo Frazão.

O Áudio Alerta tem ainda uma câmera que, pela triangulação do som captado pelos microfones, localiza a origem do ruído incomum e possibilita ao operador, na central, fazer uma varredura completa na área.

Câmera e microfones do Áudio Alerta, que faz o monitoramento de áudio e vídeo na região (foto: Liliane Corrêa/EM)
Câmera e microfones do Áudio Alerta, que faz o monitoramento de áudio e vídeo na região (foto: Liliane Corrêa/EM)


As soluções inteligentes apresentadas para a região do Porto Maravilha são, acima de tudo, formas inovadoras de utilizar a tecnologia para resolver e evitar problemas comuns a qualquer cidade, incrementando a qualidade de vida de quem vive ou passa por elas. "Quando pensamos em tecnologia, estamos pensando em qualidade de vida, não em luxo", disse o presidente da Cisco Brasil, Laércio Albuquerque. A parceria da Cisco com a Secretaria de Ciência e Tecnologia da Cidade do Rio de Janeiro e o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 visa, segundo ele, garantir legado social concreto e duradouro após os Jogos.

O serviço de wi-fi público da região, que já cobre uma área de aproximadamente 100 mil metros quadrados, permite coletar dados como número de visitantes por horário, equipamentos mais visitados, duração das visitas, eventuais retornos do visitante e freqüência com que ele visita o local. A ideia é abrir os dados para artistas digitais, desenvolvedores de aplicativos, engenheiros, estudantes e outros profissionais, por meio do Datasensing, programa que tem parceria com o Museu do Amanhã.

POLÊMICA

Seguindo o tom polêmico adotado pelo prefeito Eduardo Paes, o presidente da Companhia de Desenvolvimento urbano da Região do Porto (Cdurp), Alberto Silva, aproveitou o evento de apresentação da plataforma tecnológica instalada no. Porto Maravilha para alfinetar o governo do estado. "A cidade do Rio de Janeiro e seu compromisso com os Jogos vão muito bem, obrigado", disse. "A crise de segurança do governo do estado não foi provocada pela Olimpíada", argumentou."O choro é livre!"

* A jornalista viajou a convite da Cisco


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