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Estado de Minas

Inspirado em baratas, robô é criado para localizar pessoas soterradas

Cientistas descobriram que as baratas podem suportar uma força equivalente a 900 vezes seu peso sem sofrer ferimentos


postado em 12/02/2016 11:19 / atualizado em 12/02/2016 11:24

(foto: PolyPEDAL Lab UC Berkeley/Tom Libby, Kaushik Jayaram e Pauline Jennings via AP)
(foto: PolyPEDAL Lab UC Berkeley/Tom Libby, Kaushik Jayaram e Pauline Jennings via AP)

A capacidade que as baratas têm de se infiltrar em fendas e continuarem a se mexer rapidamente inspirou a construção de um robô projetado para localizar pessoas soterradas por escombros.

"O que é impressionante nas baratas é sua capacidade de correr tão rapidamente num espaço de apenas 0,8 centímetros como em outro de 1,6, reorientando completamente as pernas para um lado de seu corpo", exlicou Kaushik Jayaram, pesquisador da Universidade de Harvard e um dos principais autores deste estudo, divulgado nesta segunda-feira pelos anais da Academia de Ciências dos Estados Unidos (PNAS).

Em um espaço livre, esses insetos, que medem cerca de 3,7 centímetros de altura, quando se deslocam podem diminuir o tamanho do seu corpo até um quarto de centímetro, segundo este especialista, que disse ter usado câmeras ultra-rápidas para observar as baratas.

Há 25 anos já se sabia que estas baratas americanas conseguiam correr sobre duas pernas em 1,5 metros (50 vezes o comprimento de seu corpo) por segundo.

Os cientistas também descobriram que estes insetos podem suportar uma força equivalente a 900 vezes seu peso sem sofrer ferimentos.

Inspirando-se nas técnicas das baratas, os pesquisadores elaboraram um pequeno robô, simples e barato, que cabe na palma de uma mão. O aparelho pode usar as pernas quando é esmagado e protegê-las com uma camada de plástico tão sólida e lisa como as asas que cobrem a parte de trás das baratas.

Batizado CRAM (Compressible robot with articulated mechanisms), este robô foi capaz de infiltrar-se através de rachaduras e correr em espaços duas vezes menores do que sua altura.

"No caso de um terremoto, as equipes de resgate precisam saber se os pedregulhos são estáveis e seguros, mas os robôs em uso atualmente não conseguem ficar sob os escombros", afirmou Robert Full, professor de biologia na Universidade da Califórnia, em Berkeley.

"Caso haja muitas rachaduras e destroços é possível enviar um grupo destes robôs para localizar sobreviventes e os pontos seguros para a entrada de resgate", argumentou.

Segundo ele, ainda trata-se de um protótipo que demonstra a viabilidade de construir robôs mais eficazes inspirados em insetos dotados de exoesqueletos.

"Os insetos são os animais mais preparados" para sobreviver, porque "podem acessar praticamente qualquer lugar, e nós devemos nos inspirar neles para fabricar dispositivos que reproduzem seus poderes", estimou.

As baratas também são capazes de multiplicar a força de sua mandíbula com uma combinação de contrações de fibras musculares que lhes permite quebrar materiais duros como madeira, produzindo uma pressão equivalente a 50 vezes o seu peso, de acordo com um estudo publicado em novembro passado na PLoS ONE.


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