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Estado de Minas

A Alemanha, a SAP e Tupã


postado em 31/07/2014 00:12 / atualizado em 31/07/2014 12:51


Em fevereiro, descrevendo as novidades do SAP Fórum 2014, um evento da SAP – empresa líder mundial em software empresarial e serviços relacionados e com sede na Alemanha –, mencionei seu software para gerir clubes de futebol, que, além de controlar as finanças, ajuda a gerenciar negócios mantidos no interior dos estádios, como bares, lanchonetes, lojas de artigos esportivos e lembranças, restaurantes, tudo isso e mais a venda de ingressos e outras tantas tarefas envolvidas na administração de um grande clube.

É claro que um software como esse é complexo e exige uma extraordinária capacidade de processamento. Por isso mesmo, ele roda na plataforma Hana, da SAP, um banco de dados mantido inteiramente na memória, capaz de processamento em tempo real e que permite, por exemplo, que aplicativos rodando em tablets e telefones espertos, inspecionando a lista de amigos do usuário em uma rede social, descubram quais compraram ingressos para o jogo, em que locais do estádio estarão seus assentos e escolher (ou evitar) sentar-se nas proximidades.

Ora, mas se o software da SAP está disponível, por que não aproveitá-lo para processar a massa de dados obtida nos treinos da equipe, visando melhorar a qualidade de seu futebol? Basta que os jogadores portem pequenos chips presos às meias, que se instalem sensores ao longo das laterais do campo e que o sistema receba dados sobre a movimentação dos atletas, velocidade de deslocamento, tempo de posse de bola (nela também haveria um chip), número de passes certos e errados, eficiência dos chutes a gol e regiões do campo onde permanecem mais tempo. Tudo isso processado em tempo real e enviado a um tablet nas mãos do treinador, permitiria, durante o treino, alterar a estratégia para melhorar a eficiência da equipe. O clube TSG 1989 Hoffenhein, que começou a usar o software em 2001, ainda na terceira divisão do futebol alemão, ascendeu à Bundesliga em 2008 e lá mantém um excelente desempenho.

Mas por que cargas d’água eu haveria de me lembrar de tudo isso justamente agora?
Bem, é que acabo de receber da própria SAP uma nota, informando que essa tecnologia, além de ser adotada por alguns clubes da Europa, foi empregada pelos responsáveis pela Seleção da Alemanha, para ajudar a tomada de decisões de seu treinador e da comissão técnica.

Eu não sei se você, caro leitor, acompanhou a campanha da Seleção Alemã. Mas quem o fez, há de ter visto, nos intervalos durante as análises dos comentaristas ou em rápidas interrupções ao longo da partida, aquelas tomadas feitas de cima, em que, além de se ver a movimentação dos jogadores, viam-se linhas ligando alguns deles para mostrar o esquema tático. Se as viu e ouviu a opinião dos comentaristas, percebeu que, durante toda a Copa, esse esquema foi impecável.

Eu não sei quanto dessa impecabilidade deve ser atribuída à tradicional disciplina germânica e quanto cabe ao uso da tecnologia da SAP. Mas sei que foram campeões do mundo (vou poupá-los de mencionar o jogo com o Brasil e chamar atenção apenas para a final contra nossos hermanos del sur, que levaram uma esfrega merecida, como castigo, por haver abusado daquela musiquinha chatíssima). Porém, o fato de saber que os alemães usaram a tecnologia da SAP abalou seriamente minha crença na influência positiva daquela dancinha aprendida com os Pataxós e executada em torno da taça recém-ganhada, imediatamente após o jogo...

Seja como for, mesmo que não tenha invocado a intervenção de Tupã para ajudar na conquista da taça, a dança foi um bonito e elegante gesto de homenagem à tribo, pela forma como foram tratados em Cabrália. E um meio de agradecer ao povo brasileiro pela hospitalidade e pela torcida (só na final, naturalmente) para que fossem campeões. E o foram, mui merecidamente.

 


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