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Estado de Minas

Pesquisa em BH investiga corrosão dos pés das torres de transmissão

Pesquisa desenvolvida no Centro de Inovação e Tecnologia Senai/Fiemg busca encontrar metodologia para diagnosticar nível de estrago nas torres de transmissão de energia elétrica, que ficam com estrutura a dois metros abaixo da superfície


postado em 16/06/2014 10:49 / atualizado em 16/06/2014 10:52

(foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS %u2013 25/5/11)
(foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS %u2013 25/5/11)

Desenvolver uma metodologia capaz de diagnosticar, com maior eficiência, o nível de corrosão nos pés das torres de transmissão de energia foi o objetivo da pesquisadora Rosa Maria Rabelo Junqueira, do Centro de Inovação e Tecnologia Senai/Fiemg (CITSF) câmpus Cetec, em Belo Horizonte. A pesquisa, concluída e apresentada no fim de maio, foi feita para a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), para que houvesse uma espécie de diagnóstico das torres instaladas no estado, mas a ideia pode ser aplicada por outros distribuidores de energia país afora. Depois de aprovado, o projeto contou com recursos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Como os pés ficam enterrados, não é possível enxergar se há corrosão, daí a necessidade de análise com recursos químicos de estudo do solo e do tipo de estrutura enterrada e o desenvolvimento de métodos capazes de apontar a presença do problema. Concluída a nova metodologia, o benefício será não só facilitar a manutenção, como economizar, uma vez que o método atual, não muito preciso, muitas vezes exige a escavação desnecessária de torres, que em tese poderiam estar corroídas e nem sempre estão. E a escavação é cara.

Grupo que desenvolve o estudo juntamente com a professora Rosa Maria Junqueira(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Grupo que desenvolve o estudo juntamente com a professora Rosa Maria Junqueira (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

“A proposta foi no sentido de melhorar o serviço de manutenção da companhia mineira. Até o momento, para saber se os pés das torres estão sofrendo corrosão é usada uma medida de potencial, que muitas vezes exige escavar a torre e depois percebe-se que não está corroída. Ou o contrário, não é apontada a corrosão, os pés vão ficando fragilizados e a torre cai”, explica a pesquisadora. Ela lembra que os pés ficam cerca de 1,5 metro a dois metros abaixo da terra e muitas vezes as torres são instaladas em locais de difícil acesso. “Além disso, para escavar são necessários trator e escavadeira. A mão de obra é difícil. Só para se ter uma ideia, como parte da pesquisa, tivemos que escavar uma torre e o custo de escavação de uma única torre foi de R$ 40 mil”, observa.

Material corroído que foi usado no estudo desenvolvido em Minas(foto: Gaston Alvial Moraga/CITSF/Divulgação)
Material corroído que foi usado no estudo desenvolvido em Minas (foto: Gaston Alvial Moraga/CITSF/Divulgação)
Em campo

Aço galvanizado, material comque as torres são feitas na maioria dos casos(foto: Gaston Alvial Moraga/CITSF/Divulgação)
Aço galvanizado, material comque as torres são feitas na maioria dos casos (foto: Gaston Alvial Moraga/CITSF/Divulgação)
A pesquisa foi iniciada em 2011. Como objeto de estudo foram selecionadas, pela própria Cemig, duas linhas de transmissão em locais diferentes – Neves/Três Marias e Jaguara/São Simão –, sendo estudadas quatro torres com suspeita de corrosão e com idade entre 35 e 40 anos. O primeiro passo foi levantar informações sobre o solo. “Fomos à literatura pesquisar e com base no que encontramos montamos um laboratório. Depois pegamos amostras dos solos das duas regiões e passamos a estudá-las. Extraímos os íons agressivos ao solo e começamos a preparar as amostras”, explica Rosa Maria.

Paralelamente, era preciso estudar o tipo de material enterrado. Os pés das torres são em aço galvanizado e a Cemig doou à equipe da pesquisadora Rosa Maria três amostras distintas, provenientes de manutenção em torres sem corrosão, parcialmente corroídas e bastante corroídas. Parte dos extratos foi para análise em laboratório e parte foi enterrada em área preparada para medições no próprio câmpus do CITSF. “Acompanhamos o processo de corrosão em laboratório para quando fôssemos a campo pudéssemos entender a reação”, diz. As amostras foram enterradas e monitoradas por 14 meses.


(foto: Gaston Alvial Moraga/CITSF/Divulgação)
(foto: Gaston Alvial Moraga/CITSF/Divulgação)
Metodologia

A pesquisa propôs a aplicação de técnicas eletroquímicas para se aumentar o número de parâmetros indicativos de corrosão nas estruturas enterradas. Quatro métodos foram empregados: potencial de circuito aberto, restrição à polarização linear, impedância eletroquímica e ruído eletroquímico. O primeiro procura avaliar, pelo nível de zinco presente no aço galvanizado, se houve perda de revestimento do material. “O aço galvanizado é revestido com zinco. Se o material começa a perder zinco está ruim. E por esse método procuramos saber se houve perda de zinco ou não”, explica Rosa Maria. E o segundo método dá uma ideia da taxa de corrosão, ou seja, o tanto de corrosão que o material pode sofrer e por quanto tempo resiste.

Já a impedância eletroquímica mostra a resistência à polarização. “Você tem a possibilidade de saber o que ocorre na interface (na primeira camada) do material com o solo. E então se permite fazer um modelo matemático ou químico do que está acontecendo”, explica. E finalmente, pelo ruído eletroquímico se mede a resistência à corrosão do material também em função do tipo de corrosão. “Falam que é a impressão digital do material. Por exemplo, se a corrosão é localizada, forma um buraco pequeno, que pode corroer até romper a estrutura. A corrosão localizada oferece mais risco. A generalizada é menos perigosa”, continua.

 


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