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Estado de Minas

Participantes da Campus Party penam com falta de internet e instabilidade de energia

Terreno fértil para a criatividade e disseminação de ideias, evento é também uma fonte de problemas para os 'campuseiros'


postado em 30/01/2014 11:00 / atualizado em 30/01/2014 11:30

Shirley Pacelli
Enviada especial


O tempo é precioso e vale armazenar bastante comida para não perder um segundo: podcast criado por mineiros brinca com isso(foto: FOTOS: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP)
O tempo é precioso e vale armazenar bastante comida para não perder um segundo: podcast criado por mineiros brinca com isso (foto: FOTOS: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP)
“Ficar 24 horas no notebook”, essa é a primeira dica do que NÃO fazer durante a Campus Party Brasil 7 (CPBR7), de acordo com o experiente trio de mineiros do podcast ComéquePOD (comequepod.com). Até sábado, o analista de suporte Elvis Diego Pereira, de 27 anos, o estudante Danilo Fernandes Martins, de 22, e Lucas Felipe Maciel Moreira, de 28, estarão no Palco Michelangelo falando sobre o manual de sobrevivência ao evento, além do lado B da Campus Party. O site do podcast, que conta com a colaboração de nove pessoas, tem em média cinco mil visitas por dia – atingindo seu auge durante o evento.

Elvis não se diz fissurado em tecnologia. “Minha relação com ela é do tipo ‘bebo socialmente’”, brinca. Os jovens afirmam que não é lenda: “Tem gente que realmente não toma banho”. Segundo eles, diante da disputa do chuveiro por 8 mil ‘campuseiros’, o melhor é sempre evitar o horário de pico: das 9h às 12h e das 17h às 21h. A madrugada é o horário escolhido pelos mais espertos. E nada de abusar das iguarias distribuídas de bom grado por empresas. “Em 2011, tinha achocolatado e paçoca de graça. A galera queria beber oito litros daquilo. Nem preciso dizer que a fila do banheiro ficou enorme”, lembra Danilo.

E há também aqueles que, diante da conexão sem limites, esquecem-se até de se alimentar. Um amigo do trio chegou a perder sete quilos na semana da CPBR por causa disso. A melhor solução, para eles, é comprar o kit do catering (R$ 240 por pessoa) que garante café da manhã, almoço e jantar para a semana toda.

No camping, o lado empreendedor dos participantes, somado a uma pitada de malandragem, aflora. Na edição de 2011, Lucas conta que descolaram latinhas de refrigerante por R$ 1,20 e resolveram vendê-las por R$ 3 para os colegas de acampamento. Na brincadeira, começaram a vender qualquer coisa, como resto de biscoitos recheados. O ápice da loucura foi o sorteio de nove marshmallows restantes de um pacote. Eles anunciaram no perfil do Twitter (@comequePOD), os RTs se multiplicaram e o vencedor teve coragem suficiente de levar o prêmio para a sua bancada.

Um fenômeno singular ocorre entre os ‘campuseiros’: um deles grita “Ô” e numa espécie de “ola” ele se alastra por todo o pavilhão. Lucas diz que há três versões da origem. A primeira relaciona-se ao barulho produzido pela turma do overclocking (ação para aumentar desempenho do hardware) ao adicionar nitrogênio líquido em um PC. As pessoas ao redor reproduziam o som. A segunda remete à torcida do campeonato de games. E a terceira, bom, dizem que algum bobo começou e acabou virando tradição.

Lucas Grannier fez um protesto silencioso, mas o problema logo foi resolvido (foto: (Shirley Pacelli/EM/D.A Press))
Lucas Grannier fez um protesto silencioso, mas o problema logo foi resolvido (foto: (Shirley Pacelli/EM/D.A Press))
Organização desanimadora

Pela segunda vez, a caravana UAI-Fi compareceu ao evento, com 50 integrantes. Ao contrário do ano passado, quando a organização da Campus recebeu elogios do grupo, este ano a publicitária Karoline Miranda, de 27 anos, organizadora da caravana, relatou problemas na entrada. “O sistema não estava funcionando quando chegamos. Atrasou o credenciamento. Além disso, oito pessoas do meu grupo só foram avisadas aqui que as fotos da inscrição estavam escuras”, diz.

Fora isso, ela já esperava pela dificuldade para reservar uma bancada para a turma do UAI-Fi, já que o público deste ano seria maior. Ela lembra que, no ano passado, foi feito um boicote ao evento devido aos valores exorbitantes do ingresso (até R$ 300). Este ano, o valor retornou para R$ 150 e mais pessoas compareceram.

Outra mulher à frente de uma caravana é a administradora Karina Morais, responsável pelo grupo da Universidade Federal de Lavras. Em sua estreia como líder, ela trouxe 40 pessoas ao evento. Karina também reclamou da organização da CPBR7 para a entrada. “Tivemos problema com a falta de crachás. Além disso, como é por ordem de entrada que se distribuem as barracas, alguns casais tiveram que esperar porque os funcionários não encontravam a inscrição de seus parceiros”, conta. O Triângulo Mineiro também marcou presença com uma caravana composta por 45 participantes.

Cadê a Net? Na segunda-feira, durante a abertura, um grupo aproveitou a passagem da ministra da Cultura Marta Suplicy, para fazer seu protesto silencioso. Chamaram a atenção os monitores com inscrições questionando sobre o sinal de internet. O estudante de análise de sistemas Lucas Grannier, de 19, disse que no primeiro dia do evento ficou sem internet. “Já chegou técnico e nada foi resolvido. Mudamos de bancada e o problema continuou”, disse. Segundo funcionários da Fundação Vanzolini, do apoio técnico, a ligação entre o link da internet e o servidor DNS estava caindo. Isso seria normal no primeiro dia até estabilizar toda a rede, o que de fato ocorreu.

No segundo dia do evento, os ‘campuseiros’ foram surpreendidos com a instabilidade da luz. O problema seria no fornecimento de energia do município. Geradores garantiram a conexão da turma toda, apesar disso. Os geeks têm acesso à conexão de 40Gbps. A cada ano a velocidade cresce 30%. Em 2013, no dia de maior pico da rede, a velocidade média era de 15Gbps, com maior taxa de download, já que os ‘campuseiros’ resolveram subir para a internet todo o material produzido durante os dias anteriores.

 


PÍLULAS DA #CPBR7
Com uma agenda de cerca de 500 horas de conteúdo e nove palcos, os assuntos mais diversos envolvendo tecnologia são discutidos na Campus Party, de empreendedorismo a robótica. Leia tópicos importantes selecionados pelo o Informátic@ selecionou:


Na nuvem
» A Vivo lançou o Vivo Sync, para armazenar, sincronizar e compartilhar na nuvem todo conteúdo de dispositivos como smartphones, tablets, PCs e outros aparelhos. É semelhante ao oferecido pelo Dropbox, gratuitamente, com até 2GB de capacidade para guardar arquivos na nuvem enviadas de múltiplos dispositivos. Algumas tarefas simples, como vincular seus perfis do Twitter e Facebook, são premiadas com mais 125MB de armazenamento. O serviço da Vivo oferece a partir de 7GB e cobra R$ 5,90 mensais. A companhia também testou o Zuum, sistema de pagamento mobile, durante a Campus Party 7.

Mais amor, por favor
» Dos mesmos produtores do site Arte fora do museu (arteforadomuseu.com.br), mapeamento colaborativo de obras de arte no espaço público de cidades brasileiras, será lançado o Mapa Afetivo de São Paulo. A ideia é mostrar que cada indivíduo vive a cidade de modo diferente, de acordo com sua classe, experiência e afetos. Ao menos 150 pontos devem ser marcados. Moradores contarão suas histórias para as câmeras e serão adicionados no mapa. Em março, o projeto já deve estar no ar e em junho será lançado um documento com os depoimentos. Intervenções urbanas devem anunciar a novidade por Sampa.

Quatro rodas
» A Ford, primeira montadora a participar do evento, anunciou o serviço AppLink para o Brasil até o fim do ano. O sistema garante benefícios de diversos aplicativos de smartphones, comandados por voz. Serão 66 apps disponíveis dentro de um catálogo que pode ser baixado nas lojas mobile. Há serviços de previsão do tempo, audiolivros, rádios etc. Há uma série de ferramentas no site para os desenvolvedores criarem produtos para a plataforma (developer.ford.com). Disponível para dispositivos iOS e Android sob o nome de Ford App Catalog.

Preços surreais
» Elas são bonitinhas, descoladinhas, mas bem caras. Uma blusa na loja oficial da Campus Party pode custar até R$ 75. Os lanches não ficam atrás. Um cachorro-quente custa R$ 16. O quilo do self-service no restaurante local é cerca de R$ 42. Resta aos pobres nerds que não se dão muito bem com o catering, vale-refeição para todos os dias de camping, enfrentarem o marmitão de R$ 15. É abrir e se surpreender com o cardápio do dia. Pode ser que o do seu coleguinha venha com um pedaço de frango e o seu com macarrão no lugar. Esqueça a salada. No “mercado negro” fora dos pavilhões são vendidas pizzas gostosas de seis fatias por R$ 20.

 
* A repórter viajou a convite da Telefônica-Vivo

 


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