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Estado de Minas

Incêndio em barraca expõe a falta de segurança na Campus Party 7

Dentre as 160 mil pessoas do evento, 8 mil estão acampadas próximas umas das outras


postado em 30/01/2014 09:55 / atualizado em 30/01/2014 09:58

Shirley Pacelli
Enviada especial


No acampamento, milhares de participantes descansam dos dias dedicados à criação e compartilhamento de produtos.(foto: Miguel Schincariol/AFP)
No acampamento, milhares de participantes descansam dos dias dedicados à criação e compartilhamento de produtos. (foto: Miguel Schincariol/AFP)

São Paulo – O ‘campuseiro’ Fernando Penna Durr, de 17 anos, estudante, foi surpreendido ontem, enquanto dormia no acampamento da Campus Party 7, com o teto de sua barraca pegando fogo. Sofreu queimaduras leves no rosto. Até a hora do fechamento desta edição, às 13h, não havia sido revelada a causa do problema pela organização do evento. Umas das hipóteses que circulava entre os ‘campuseiros’ e jornalistas é de que as fagulhas poderiam ter sido causadas por problemas em balões de gás hélio usados como decoração e para veicular marcas de patrocinadores. A organização do evento apressou-se a trocar a barraca e levou também a toalha de Fernando, mas ficou o temor: afinal, são oito mil barracas posicionadas uma ao lado da outra no Anhembi Parque.

O engenheiro de softwares Paulo Alarico Bueno postou a denúncia em grupo de frequentadores da Campus Party no Facebook e contou a história de Fernando. Paulo resolveu comemorar o aniversário de 20 anos de casamento na Campus Party levando filhos e o sobrinho. O estudante acordou, por volta das 7h15, com “fagulhas e fogo caindo sobre ele”. Tentou apagar o fogo com as mãos, mas as fagulhas caíram em seu colchão, que estourou. Uma toalha molhada em cima da barraca provavelmente impediu, segundo Paulo, que o fogo se espalhasse e causasse uma tragédia. De acordo com o engenheiro, além de as barracas serem coladas umas às outras, os extintores de incêndio são distantes.

O fato causou revolta nos ‘campuseiros’, que também reclamam do forte calor que faz no Anhembi. Teve gente que improvisou ar-condicionado dentro das barracas. Entre os problemas, houve também uma queda de energia anteontem à noite, e os larápios de plantão aproveitaram para roubar todos os iPads de um estande no nível superior do evento.

 Acidente onde dormia o estudante Fernando Penna queimou o teto e poderia ter tido sérias consequências(foto: Paulo Alarico Bueno/Reprodução do Facebook )
Acidente onde dormia o estudante Fernando Penna queimou o teto e poderia ter tido sérias consequências (foto: Paulo Alarico Bueno/Reprodução do Facebook )
ASAS À IMAGINAÇÃO

Problemas de organização à parte, o espanhol Paco Ragageles, cofundador da Campus Party, acredita que “o próximo Facebook ou Twitter sairá do Brasil.” Eterno encantado com a criatividade de comunicação do brasileiro na internet, Ragageles acredita que o país tem uma fórmula vencedora para a web. Para a sétima edição do evento, que vai até domingo, ele destacou o apoio da organização ao empreendedorismo. Todos os anos, negócios espontâneos nasciam do encontro de geeks. Em 2014, a turma de potenciais empreendedores ganhou o espaço Startup & Makers Camp, com acesso a investidores, aceleradoras e clientes. Essa edição tem a internet das coisas como tema, mas o lema é empreender.

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, anunciou a abertura das inscrições de um edital que vai selecionar 52 empreendedores criativos brasileiros para participar do primeiro mercado das indústrias culturais do Mercosul, na Argentina (micsur.org). “O objetivo desse mercado é estimular os negócios entre empreendedores, empresas de setores criativos, produtores e artistas, e aprofundar o nível de conhecimento de bens e serviços dos países da América do Sul. Aposto que daqui já vai sair muita coisa para ir para a seleção”, destacou.

É uma oportunidade para quem atua com jogos digitais, aplicativos, audiovisual, design etc. Os selecionados vão participar de uma rodada de negócios entre 10 países do Mercosul com direito a diversos benefícios. Inscrições podem ser feitas por pessoas físicas, jurídicas ou ONGs até 12 de março.

Bruce Dickinson (www.speakers.co.uk/brucedickinson), vocalista banda de metal Iron Maden, foi uma das vozes em destaque na terça-feira. Bruce tem faro para negócios inovadores. Ele é piloto e investidor-anjo, destacando-se como empreendedor na escola de formação de pilotos (Real World Aviation) e na empresa de manutenção de aeronaves Cardiff Aviation.

Ele faz paralelos entre a música e o mundo de negócios e destaca a importância de se ter fãs e não clientes para alcançar sucesso nos negócios, lembrando a marca Apple. Para ele, ter imaginação pode ser melhor do que o conhecimento do mundo dos negócios. A cerveja Trooper, com a marca da banda, é um bom exemplo. A bebida tem 4 milhões de garrafas vendidas em todo o mundo. “O que as pessoas fazem quando escutam um CD? Bebem cerveja. E quantas vezes você pode ouvir um CD? Inúmeras. Mas não dá para baixar cerveja, é preciso comprar mais”, brincou.

BUSINESS

Além da intensa programação de palestras da Wayra, aceleradora global da Telefônica, patrocinadora oficial da CPBR, está sendo promovido um desafio de empreendedorismo. O vencedor ganhará uma semana de mentoria na aceleradora, além de fazer parte da convocatória global de startups para aceleração. No espaço Startup & Makers Camp há diversas empresas selecionadas no Startups and Entrepreneurship Ecosystem Developmen (Seed), projeto de aceleração de startups do governo de Minas Gerais. Entre elas está a mineira Meliuz (meliuz.com.br/), criadora do programa de fidelidade que oferece cupons de desconto em lojas e parte do dinheiro de volta.

Fundada há dois anos e meio, a empresa tem 100 mil usuários e pretende alcançar 1 milhão no fim de 2014. “Diferentemente dos concorrentes, oferecemos de 1% a 35% do dinheiro de volta, que só pode ser sacado em conta bancária”, disse Israel Salmen, diretor-executivo do Meliuz. Com idealizadores de São Paulo, a startup O X da questão (aprendatabuada.com.br) também participa do Seed. A empresa propõe a criação de um jogo de tabuada para crianças de 7 a 9 anos, com integração a um aplicativo que utiliza recursos de realidade aumentada. A ideia partiu do marceneiro Hermenegildo Garcial, de 86 anos. O app para dispositivos iOS e Android, que será gratuito, deve ficar pronto em maio. O jogo de tabuleiro deve custar cerca de R$ 25. Conheça nesta edição outros empreendedores da Campus Party 2014 e fique por dentro dos segredos dos ‘campuseiros’.


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