Debate sobre o clima se arrasta

Varsóvia – Mais uma negociação climática coordenada pela Organização das Nações Unidas (ONU) passou do prazo final e varou a noite de ontem, em um esforço para forjar um ambicioso acordo climático. Esse texto deverá ser firmado em dezembro de 2015, em Paris. Segundo os delegados, os países continuam muito divididos, discutindo sobre a distribuição de limites de emissões com vistas a conter o aquecimento do planeta a 2 graus, considerado mais seguro, e sobre o financiamento aos países pobres, mais vulneráveis aos efeitos adversos do clima. Esse dilema se arrasta desde a Cop-15, em Copenhague, em 2009.

Reunindo delegados de mais de 190 países, as negociações anuais se destinam a preparar o terreno para um acordo histórico a ser firmado no final de 2015, visando a evitar o caos climático. Um dos pontos de paralisia é a garantia de que países ricos vão cumprir a promessa de elevar a ajuda climática para US$ 100 bilhões em 2020, começando com US$ 10 bilhões ao ano no período 2010-12 para os países mais vulneráveis.

Se as tendências atuais de emissões se mantiverem, cientistas advertem que a Terra pode esquentar 4 graus, ou mais, com base em níveis pré-industriais – condição para a ocorrência de tempestades catastróficas, secas, inundações e elevações do nível do mar que afetariam países pobres de forma desproporcional.