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Estado de Minas

A esquecida arte dos arquivos em lote


postado em 07/11/2013 00:12 / atualizado em 07/11/2013 11:16

B.Piropo

Se encontrar alguém resmungando sobre as dificuldades de usar Windows, pergunte-lhe se foi usuário do DOS ou outro sistema com linha de comando. Se responder que não, diga-lhe que pare de reclamar, pois é feliz e não sabe. E, se ele responder que sim, sugira-lhe puxar um pouco pela memória e se lembrar daqueles tempos que ele imediatamente parará de reclamar.

Como? Vossência não sabe o que é “linha de comando”? Vou tentar explicar. Ligado o micro, você se via diante de uma tela escura com um designador de disco rígido (geralmente “C:”) no início de uma linha, por vezes seguido de um “caminho de diretório”, de um sinal de “maior que” (“>”) e de um cursor. Mais nada. Tudo absolutamente imóvel, com exceção do cursor que piscava para indicar que a máquina estava em funcionamento. E à espera de um comando. Pois a máquina só fazia alguma coisa se você digitasse um comando e teclasse ENTER no final da linha (sim, você adivinhou, essa era a “linha de comando”).

E como eram esses comandos? Geralmente eram abreviações de termos em inglês. Quer mudar de diretório? Use o comando “CD” (Change directory) seguido de um ponto para saltar diretamente para o diretório raiz e depois use-o novamente seguido do “caminho do diretório” destino. Quer saber que arquivos estão contidos naquele diretório? Use o comando “DIR”. Quer copiar um arquivo de um diretório para outro? Use o comando “COPY” seguido do caminho de diretório de origem com o nome do arquivo e pelo caminho do diretório destino.

O mínimo que se pode dizer é que “não era mole não”. E isso se você não resolvesse experimentar comandos “só para ver no que dá”. São legendários os casos em que a curiosidade sobre o comando “RECOVER” agrupou TODOS os arquivos do disco no diretório raiz, com novos nomes em ordem numérica.

Mas por que todo esse papo sobre linha de comandos nos dias de hoje? Porque eles ainda são úteis nos “arquivos em lote”, muito populares nos tempos do DOS. Um “arquivo em lote” é um arquivo texto contendo uma sucessão de comandos e com extensão “.CMD”. Quando “aberto” com um clique duplo sobre seu ícone, os comandos que contém são repassados para o arquivo Cmd.Exe, o processador de comandos das versões mais recentes de Windows (a partir da 2000), e executados em ordem, um a um. Desta forma, se você cumpre frequentemente tarefas que consistem em uma sucessão de comandos, pode agrupá-los em um único arquivo “.CMD” e executá-lo.

Acha bobagem porque jamais irá precisar de um negócio desses? Olhe que há vezes em que se precisa sem sequer perceber.Por exemplo: você põe sua máquina para “dormir” (“Suspender”) frequentemente? Então abra o Bloco de Notas e crie um arquivo contendo EXATAMENTE (e apenas) as três linhas abaixo:

powercfg -h off

rundll32.exe powrprof.dll,SetSuspendState 0,1,0

powercfg -h on


*EXATAMENTE mesmo. Um ponto, uma vírgula, um espaço ou um caractere faltante ou fora do lugar o inutiliza. Grave o arquivo na sua Área de Trabalho e batize-o de “SUSPENDER.CMD”. Vamos examiná-lo. Cada linha é um comando. A primeira desativa a função “Hibernar”, que tem precedência sobre “Suspender”. A segunda põe seu micro para dormir. E a terceira reativa a função “Hibernar” ao acordar. É simples assim. E, se o micro insistir em hibernar em vez de suspender quando o arquivo for executado, execute-o como administrador, clicando sobre seu ícone com o botão direito e acionando a entrada correspondente.

Aqui só dá para explicar como arquivos em lote funcionam, não para entrar em detalhes. Mas, se o assunto lhe interessou, faça uma busca no Google sobre “Shell de comando”, “Prompt de comando” e temas correlatos que terá material para se divertir toda a vida. E, se não se interessou, ao menos aprendeu a criar um arquivo para “adormecer” o micro com um clique...



PERGUNTE AO PIROPO
Modems 3G se contaminam com vírus?

Aqueles modems 3G que compramos em lojas de telefonia móvel são passíveis de contrair/espalhar ou serem danificados por algum tipo de vírus?

Frederico Gomes Elihimas – Recife/PE

Eu não sei se o que você chama de “modem 3G” é o cartão com um chip de identificação, chamado cartão SIM (de Subscriber identity module, ou módulo de identidade do assinante), como estes que se inserem nos telefones celulares 3G, ou o pequeno circuito encapsulado em uma peça de plástico, semelhante aos antigos pen drives, que se encaixa geralmente em uma porta USB do computador. O cartão SIM é um componente passivo. Em geral, contém apenas um pequeno circuito integrado (chip) onde são armazenadas a identidade internacional do assinante móvel (IMSI) e uma chave criptografada que identifica o assinante nas redes de telefonia móvel. Como estes dados são protegidos por segurança forte, dificilmente se poderá escrever algo neles (como o código de um vírus). Já o circuito que se encaixa na porta USB é um dispositivo ativo: ele capta e decodifica o sinal digital que recebe da rede de telefonia móvel (no caso, 3G, ou seja, de “terceira geração”, que usa os padrões e protocolos correspondentes) e o envia ao dispositivo no qual está ligado (e vice-versa, quando transmite). Assim ele pode receber um código de vírus pela rede e repassá-lo ao computador, mas não pode “estar contaminado”, ou seja, ele mesmo portar um vírus. Simplificando: não, modems 3G não contraem, disseminam ou sofrem danos devido a contaminação por vírus.


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