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Estado de Minas

Consumo colaborativo pode se transformar numa forma criativa de negócio


01/08/2013 10:00 - atualizado 01/08/2013 10:31

Shirley Pacelli

BARBA DA INOVAÇÃO Zambrano é um chef de cozinha amador e quando ofereceu um jantar feito por ele no Bondsy, recebeu nove ofertas em menos de 30 minutos. Ele não faz a barba desde 2009 e a revista Forbes uma vez o denominou ''um brasileiro com barba de lenhador''. Ele já trabalhou como diretor de criação em publicidade por quase 10 anos, para clientes como Skol, Fiat, Nike e IKea. Segundo ele, há planos para desenvolver o aplicativo para dispositivos Android.
BARBA DA INOVAÇÃO Zambrano é um chef de cozinha amador e quando ofereceu um jantar feito por ele no Bondsy, recebeu nove ofertas em menos de 30 minutos. Ele não faz a barba desde 2009 e a revista Forbes uma vez o denominou ''um brasileiro com barba de lenhador''. Ele já trabalhou como diretor de criação em publicidade por quase 10 anos, para clientes como Skol, Fiat, Nike e IKea. Segundo ele, há planos para desenvolver o aplicativo para dispositivos Android. (foto: Arquivo pessoal)
Projetos inovadores costumam surgir da necessidade de seus criadores, e brasileiros tem fama de criativos. O designer brasileiro Diego Zambrano, fundador do Bondsy (https://bondsy.com), aplicativo lançado em maio, para vender/doar/trocar objetos que não se usam mais, não fugiu à regra. Em 2007, quando se mudou do Rio de Janeiro para Nova York (Estados Unidos), ele decidiu que não ia levar nada do que tinha. Resolveu oferecer seus pertences para os amigos, mas não encontrou nenhuma ferramenta on-line criada com esse objetivo. Então, teve a ideia de usar o Flickr (melhor plataforma de compartilhamento de fotos da época) para postar fotos com preços e divulgar aos seus contatos. Para sua surpresa, os amigos compartilharam a página com os colegas, que acabaram se sentindo confortáveis o suficiente para entrar em contato. “Alguns amigos ofereceram me pagar com jantares, tigelas de açaí e cerveja. Eu inclusive troquei uma câmera fotográfica por um jantar mais caro que ela”, lembra.

O improviso funcionou bem, mas passou longe de ser considerado a solução perfeita. Fascinado com o tema, Zambrano estudou o mercado por anos e criou uma plataforma para esse tipo de consumo colaborativo. A equipe de seu empreendimento conta com quatro profissionais: um designer, dois engenheiros e um diretor de operações. Atualmente, a startup não divulga o número de usuários da rede, mas o fundador conta que em cada país há um perfil diferente. No Brasil tem gente trocando cartas escritas à mão, aulas de dança, objetos antigos, comida caseira e ingressos. Fora aqueles que vendem peças de arte, roupas, móveis, games, filmes, eletrônicos, carros, bicicletas, equipamento fotográfico e instrumentos musicais.

Segundo Zambrano, a própria comunidade é responsável por seu crescimento. Eles compartilham os seus perfis e posts com os amigos, além de enviar convites para que seus contatos se juntem a eles na rede social. A dinâmica também é definida pelos usuários. É possível doar produtos, oferecer serviços, vender coisas ou trocar. Até o momento, o Bondsy é totalmente de graça e, ao contrário de sites como o Enjoei, não força a transação monetária, dando oportunidade a possibilidades supercriativas. No Bondsy tudo é privado, você só pode receber ofertas de pessoas conectadas a você. A base do app é a confiança nos amigos: é mais fácil confiar neles do que em estranhos. “Esse aspecto social muda diretamente o tipo de coisa que as pessoas oferecem, como uma turma que cozinha para amigos em troca de produtos que eles querem”, ressalta Zambrano.

O casal Ana e Tiê se conheceu trabalhando em um grande grupo de varejo on-line em 2003. Eles fizeram escola no varejo e agora querem fazer acontecer. Depois do Enjoei, Ana Lu está muito feliz. Seu armário está bem mais arrumado
O casal Ana e Tiê se conheceu trabalhando em um grande grupo de varejo on-line em 2003. Eles fizeram escola no varejo e agora querem fazer acontecer. Depois do Enjoei, Ana Lu está muito feliz. Seu armário está bem mais arrumado (foto: Paulo Henrique Farias/Divulgação)
Enjoei, não quero mais

Em 2010, a publicitária Ana Luiza McLaren, de 31 anos, casou-se com Tiê Lima, de 33 anos. Desde então, o armário da Ana Lu, como ela gosta de ser chamada, encontrou dificuldade para “respirar” diante da invasão de artigos masculinos. Para resolver a situação, ela separou tudo o que não usava mais e jogou na sala do apartamento. “Vê aí para mim se o domínio enjoei.com.br está disponível. Enjoei! Vou vender tudo isso pela internet”, disse para Tiê. Foi assim que no dia seguinte estava no ar o blog, sucesso por três anos, com um processo de curadoria que selecionava e vendia os produtos mais bacanas que chegassem. A demanda cresceu e no ano passado o casal colocou um novo site no ar.

Ana Lu lembra que acumular coisas é hábito popular: o produto fica lá num cantinho do armário porque você acha que é novo demais, ou foi muito caro, ou de marca boa e tem pena de dar. Para ela, o principal benefício da página é encontrar novos significados para coisas que você não quer mais, de forma saudável. “Quem comprar o seu ‘enjoo’ vai ficar feliz com a aquisição. É bom para quem vende, quem compra e para o planeta. Esse consumo gera menos desgaste”, ressalta. Essa satisfação da negociação pode ser comprovada nos bilhetes carinhosos que acompanham as encomendas. “Espero que faça muito sucesso com ele”, lê-se em um cartão junto ao vestido recebido. “Arrase com a bolsa por aí”, está escrito em outro.

Um dos grandes diferenciais do Enjoei em comparação a tantos brechós que existem na rede é o tratamento ao cliente e a curadoria, que fica atenta a cada detalhe: da foto a especificações do produto e preço. “Não é só a peça em si que é vendida. Todo o entorno ajuda a vender. É como se o site tivesse um cheirinho, tipo loja perfumada”, brinca Ana Lu.

A linguagem e os textos que acompanham os produtos são feitos por uma equipe de redatores própria para isso e é “nos textos que o pessoal pira”, como a Ana Lu brincou durante a entrevista. Assinar a newsletter do site é altamente recomendável. Poeminhas, brincadeiras e emotions, com muito bom humor, acompanham sempre o conteúdo. Em um anúncio de uma colcha de cama, o editor brinca: “Me desculpe, mas sempre que alguém fala de colcha, mesmo que sejam essas assim, de cama, eu sempre imagino, em primeiro lugar, uma ‘colcha’ de frango. Suculenta, com pelinha crocante. Uuhnnn (gente, eu sei que é 'coxa' de frango, OK? Era só piada. Não vem dizer que eu não sei escrever). Desculpe, gente. Colcha linda, para deixar seu quarto feito um quarto de princesa”.

Cerca de 40 mil vendedores são cadastrados e 400 mil itens já foram publicados no site. Por mês, são feitas 18 mil transações no portal. A equipe fica com 20% de comissão + R$ 2,15 por cada negociação. Entre as ofertas inusitadas, o site já recebeu terrenos, casas de praia, filhotes de cachorro e até um bilhete único do transporte público carregado, além de um trevo de quatro folhas.


MÃOZINHA 2.0
Bondsy

» Imagine o Instagram do e-Bay – a interface e funcionalidade do Bondsy é uma mistura dos dois. Mas é ousado compará-lo, já que o aplicativo é inovador. Os usuários podem oferecer produtos, itens perecíveis, oportunidades, artesanato e experiências. Tudo é privado, você só vê ofertas dos amigos. Basta tirar uma foto, escrever uma história e adicionar o preço, se houver. Se quiser um produto, basta apertar “Grab” (agarrar). Dá para compartilhar uma oferta que viu com um amigo que possa se interessar. Disponível só para dispositivos iOS.
https://bondsy.com

Bizuh
» É considerado um classificado entre amigos. Você pode criar anúncios gratuitamente e definir quem poderá visualizá-los, avaliar e escrever uma análise dos produtos anunciados, seguir um anunciante e acompanhar as novidades, destacar seus favoritos, compartilhar ofertas e gerar negócios on-line entre os amigos.
bizuh.com

Win We
» Rede social que possibilita a procura de um serviço em troca de outros. Encontre os amigos, veja o que eles oferecem e faça o escambo. Quanto mais divulgar as oportunidades da rede e fechar negócios, mais jobs (moeda da rede) você conquista. O valor do job é determinado pela quantidade de horas trabalhadas, ou seja, o tempo que levará para realizar o serviço. A moeda serve como avaliação do perfil do usuário. O site está meio às moscas.
www.winwe.com.br


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