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Estado de Minas

Era da sensatez


postado em 27/06/2013 00:12 / atualizado em 27/06/2013 12:32

O primeiro processador usado na linha PC foi o Intel 8086, que equipou o primeiro PC em 1981. Comparado com os microprocessadores modernos, dava pena. O bichinho rodava a parcos 4,77MHz, só executava uma tarefa de cada vez e lidava com gráficos com uma lentidão que, me lembro bem, quando se carregava uma imagem muito complexa, dava para levantar, tomar um cafezinho e voltar com calma que a imagem ainda não tinha sido totalmente gerada na tela.

Depois, vieram as novas gerações. O 80286 foi o primeiro a recorrer à multitarefa. Logo em seguida veio o i386 com seu barramento de 32 bits, que permitia acessar 4GB de espaço de memória. E, depois, o i486, com sua arquitetura em linha de montagem (“pipeline”), cache interno e coprocessador matemático incorporado. Chegou então a era Pentium e sua arquitetura superescalar usando artifícios como a execução fora de ordem. E novas funções continuaram a ser incorporadas a cada nova geração, o que resultava em um processador muito mais poderoso que o da geração imediatamente anterior.

Mas o aumento do poder de processamento não se devia apenas às novas funções. Devia-se também ao aumento da frequência de operação do microprocessador. No início dos anos 1980 , o 8086 e seus quase 5MHz causavam espanto. Mas a cada nova geração apareciam chips mais rápidos. O 80286 chegou a 25MHz, o i386 atingiu 33MHz, o i486 incríveis 120MHz e a coisa foi por aí.

O problema é que, quanto mais rápido o chip, maior a potência consumida e, portanto, a quantidade de calor gerada. Para lograr o aumento de frequência tinha que reduzir os dois outros fatores geradores de calor: tensão de alimentação e espessura da camada de silício, onde são gravados os transistores do processador. Resultado: em 2004, quando a Intel passou a aumentar a capacidade de processamento usando processadores multinucleares, seu chip mais poderoso era o Pentium 4 EE, que rodava a 4GHz, ou seja, cerca de 800 vezes mais rápido que o velho 8086. Mas, para isto, era alimentado com pouco mais de 1,5V (contra os 5V do 8086) e usava uma camada de silício 110 vezes mais fina (enquanto o 8088 era gravado sobre uma camada de 10 milésimos de mm, o Pentium 4 EE usava uma camada de 80 nanômetros, o que corresponde a menos de um décimo de milésimo de milímetro). E dissipava uma enormidade de potência: 150W.

A partir de então a competição pela maior capacidade de processamento envolveu o número de núcleos do processador. A AMD, tradicional rival da Intel, chegou a pôr no mercado um processador para micros de mesa com oito núcleos. Era capacidade de processamento demais, naturalmente. Mas o que fazer? O mercado exigia...

Hoje, nos tempos do Haswell, as prioridades mudaram. Como o número de computadores portáteis vendidos anualmente excede o de micros de mesa, mais importa a duração da carga da bateria que a capacidade de processamento. Mesmo porque, exceto alguns maníacos por jogos e especialistas em áreas que exigem muito processamento, não conheço usuário que necessite de mais da metade da capacidade de processamento de seu micro de mesa.

Pois bem: as estrelas da geração Haswell, os processadores para micros portáteis a serem lançados até o fim deste ano, terão capacidade de processamento bem menor que os atuais. O mais poderoso dos Core i7, o modelo 4930MX, rodará apenas a 3MHz. E seu irmão mais fraquinho, o Core i3 modelo 4010Y, rodará a não mais que 800 MHz. Em contrapartida, o 4930MX dissipará uma potência nominal de apenas 57W. E o 4010Y se contentará em dissipar não mais que 6W. Por extenso, para quem achou que poderia ser erro de digitação: seis watts.

E como esta redução na potência consumida também se manifesta na linha dos processadores para micros de mesa (o Haswell mais voraz para “desktops”, o Core i7 4470K, não dissipa mais de 84W), parece que a indústria dos processadores chegou, afinal, à era da sensatez.


PERGUNTE AO PIROPO
Mensagem insistente

Quando abro o meu PC aparece o alerta “Browser settings change. An unknown change was detected on your browser's search settings: keep my current settings. I am aware of this change and approve it”. O que significa?

Lindolfo Reis – Belo Horizonte/MG

A mensagem diz: “Mudança nos ajustes do programa navegador. Uma mudança desconhecida foi detectada no dispositivo de busca de seu programa navegador”. Em seguida lhe oferece duas escolhas: “Manter meus ajustes atuais” e “Estou ciente da mudança e a aprovo”. Mas o importante não é saber o que significa a mensagem, é como eliminá-la de uma vez por todas. Ela geralmente aparece no Firefox (que deve ser seu programa navegador) quando se tem instalada a Barra de Ferramentas da Babylon (“Babylon Toolbar”). Se for seu caso, clique na entrada “Complementos” do menu Firefox e exclua a barra. Em seguida, abra o Painel de Controle, vá para Programas, depois Desinstalar programa, e verifique se a barra também aparece entre os programas instalados. Se aparecer, desinstale-a.


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