Se você é do tipo saudável que leva a própria refeição para o trabalho – a clássica marmita – mais frutas para o lanche e ainda vai fazer natação depois da firma, os 213 gramas do Kindle Paperwhite, novo e-reader da Amazon, podem ser uma boa pedida para atualizar a leitura no caminho sem carregar ainda mais peso. O Informátic@ recebeu o modelo Wi-Fi + 3G para testes nesta semana e acredite: paixão define a nova relação entre repórter e gadget. A primeira observação ao pegar o leitor eletrônico é o quanto ele é leve (e, talvez por isso, frágil) – 77% mais fino. Realidade distante daquele exemplar do Pornopopéia que por vezes você deixou de lado por temer não conseguir fechar a bolsa.
O fato de ter apenas um botão, e nada mais, pode gerar pânico nos primeiros segundos: “Liguei... E aí, como volto desta tela?”. Você parte para a configuração de conta no aparelho e voilà: descobre que não é preciso um cartão de crédito internacional, mas um apenas válido no Brasil, para ter acesso à biblioteca virtual da empresa com mais de 19 mil títulos em português.
Depois da conta configurada, um tutorial lhe mostra as funções escondidas em cada ponto da tela touchscreen. Se for como a maior parte dos brasileiros, é bem possível que leia as três primeiras instruções e pule todas as outras na euforia de usar logo o e-reader. Cuidado! Poderá se arrepender quando, por exemplo, tentar descobrir como aumentar o espaço entre os parágrafos e se ver perdido por alguns momentos: normal para todo principiante. Como os recursos estão reunidos em uma barra superior, que fica oculta durante a leitura, não será difícil descobrir cada ferramenta. Além disso, um guia do usuário fica disponível na sua biblioteca pessoal.
TOUCH
Para quem já é acostumado com dispositivos touch, é bem possível que tente fazer um movimento de pinça para dar um “zoom in” ou “zoom out” na tela. O inusitado (e esperto por parte da empresa) é o aparelho compreender essa ação e lhe oferecer opções de fontes de acordo com o pretendido, inclusive a original da editora. Já os amantes de livros físicos podem sentir uma pitada de nostalgia ao passar as páginas com os dedos.
O Kindle Paperwhite, se comparado à versão anterior do e-reader da empresa, é um pouco mais pesado (233g e 170g, respectivamente). Apesar disso, o contraste e brilho de sua tela são muito maiores. A vantagem do LCD com 62% mais pixels e 25% a mais de contraste fica evidente. O Kindle antigo tem coloração acinzentada. Segundo a Amazon, o ecrã é um dos mais avançados já produzidos para um leitor eletrônico: com 212 pontos por polegada, o que faz com que os textos sejam lidos de maneira mais nítida, em qualquer tamanho. As imagens também ficam mais acentuadas e mostram mais detalhes.
Leituras noturnas se tornam bem mais agradáveis quando não é preciso ligar a luz. O LCD retroiluminado do Paperwhite direciona a luz sob uma camada antirreflexo e para baixo da tela, longe dos olhos do leitor. Essa tecnologia não causa cansaço ocular aparente, especialmente porque o brilho da tela pode ser ajustável. Esse recurso possibilita ler artigos sob luz solar intensa.
Enquanto espera o transporte público com o “sol na moleira”, dá para passar o tempo lendo alguma obra, como Grande sertão: veredas. Com tanta iluminação própria, mais consumo de Wi-Fi e 3G, a expectativa é que a bateria dure tanto quanto a dos smartphones: um dia e olhe lá. De acordo com informações do fabricante, sob condições especiais, ela pode durar até oito semanas. No teste do Informátic@ se passaram cinco dias e ela continua firme e forte.
Antes de comprar, é possível baixar amostras de livros. Além disso, os títulos podem ser lidos no iPhone, iPad, dispostivos Android, Mac, PC ou Windows Phone. Com a tecnologia Whispersync, a Amazon sincroniza a última página lida, as marcações e anotações em todos os dispositivos. Com o Time do Read, é possível saber quanto tempo levará a leitura de cada capítulo. O recurso é personalizado de acordo com a velocidade de cada usuário. Isso pode tanto gerar agonia quanto satisfação, depende do momento e de cada pessoa. Se gostar de compartilhar trechos dos seus autores favoritos nas redes sociais, é possível fazê-lo diretamente do e-reader. Basta registrar todas as suas contas.
Há quem se pergunte: por que deveria comprar a versão 3G se posso baixar o livro no Wi-Fi de casa e lê-lo quando quiser depois? Porque ele funciona, simples assim. Você não leva gato por lebre como na maioria dos planos das operadoras de telefonia nacional. Além do Brasil, esse tipo de conectividade está acessível em cem países. Dessa forma, se quiser um pouco mais de comodidade inclusive nas viagens, vale a pena gastar os cerca de R$ 200 da diferença. Se não, o wireless o atenderá perfeitamente.
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
» Tela: 6” (15.2 cm)
» Resolução: 1.024 x 758 pixels a 212 ppi, escala de cinzas com 16 níveis
» Dimensões: 169 mm x 117 mm x 9.1 mm
» Peso: 213 gramas (Wi-Fi), 214 gramas (Wi-Fi +3G)
» Armazenamento: 2GB interno
» Tempo de bateria: Até oito semanas com wireless desligado e luz configurada na posição 10, baseando-se em uma leitura diária de ½ hora
» Tempo de recarga: carga completa em aproximadamente 4 horas através de um cabo USB
» Formatos de conteúdo suportados: Kindle (AZW), TXT, PDF, MOBI sem proteção, PRC; HTML, DOC, DOCX, JPEG, GIF, PNG, BMP através de conversão
» Preço sugerido: R$ 699 (Wi-Fi + 3G) e R$ 479 (Wi-Fi)
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