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Estado de Minas

Alteração cerebral faz pessoas ouvirem vozes


postado em 04/06/2013 14:50 / atualizado em 04/06/2013 14:48


Ouvir vozes é um dos sintomas clássicos da esquizofrenia. Cientistas da Universidade de Bergen, na Noruega, estão investigando como pessoas que sofrem do transtorno podem ser ajudadas por indivíduos que também têm alucinações auditivas, mas não são portadoras de problemas mentais. Pouca gente sabe disso, mas, de acordo com Kristiina Kompos, do Departamento de Psicologia Biológica e Médica da instituição, aproximadamente 5% da população mundial escutam vozes, mesmo sendo mentalmente saudáveis. O percentual é baseado em dados estatísticos de diversas pesquisas internacionais.

Há uma grande diferença entre pessoas que ouvem vozes e portadores de esquizofrenia. Enquanto os segundos têm uma habilidade reduzida de regular esses estranhos sons, chegando a obedecer a ordens irreais, indivíduos saudáveis podem até escutar frases imaginárias, mas são capazes de ignorá-las. “Graças a esse controle cognitivo, as pessoas saudáveis que ouvem vozes direcionam sua atenção para outra coisa. Isso os diferencia dos doentes, que tendem a se concentrar nas mensagens”, disse Kompus, em nota.

Córtex
De acordo com a pesquisadora, que acabou de publicar um artigo sobre o estudo, ao analisar os padrões cerebrais dos 30 voluntários que atenderam o chamado da universidade nórdica, os cientistas notaram que pessoas saudáveis que ouvem vozes têm um problema no córtex primário auditivo, região do cérebro que processa os sons. Assim como nos portadores de esquizofrenia, nesses indivíduos, a reação a estímulos externos é mais fraca.
“Essa descoberta nos fez subir mais um degrau na busca do entendimento sobre alucinações e do porquê de as vozes se tornarem um problema para algumas pessoas, mas não para outras”, observou a psicóloga. “Nós vamos fazer mais pesquisas na estrutura cerebral de pessoas com alucinações auditivas. Em particular, queremos examinar as redes de neurônios que processam as vozes. Também pretendemos investigar se ouvir vozes é um traço genético”, acrescentou.


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