“Encontramos vários ossos concentrados em uma pequena área. Eles eram bem diferentes, mas os melhores são os da coxa, chamados fêmur. O material embrionário pode nos dizer muito sobre a primeira parte da vida desses animais, quando o desenvolvimento no ovo estava só começando”, explica Robert Reisz, um dos autores do artigo. Segundo ele, a análise detalhada do material escavado trouxe um importante indício de que esses répteis cresciam muito rápido, flexionavam seus músculos enquanto ainda estavam no ovo e tinham um tempo de incubação bastante curto. Os autores acrescentam que o fato de os músculos se tornarem ativos antes da eclosão dos ovos ajudava a construir um esqueleto adequado para a vida no mundo exterior.
Saraiva explica ainda que, embora fossem animais que pesavam toneladas, os sauropodomorfos saíam ainda pequenos dos ovos porque, talvez, o ambiente não oferecesse tanto perigo, com comida a disposição para os indivíduos jovens. “Também indica que os pais, de alguma forma, cuidavam dos filhotes. Podia ser que se reunissem para proteger os pequenos de predadores.” Diógenes Almeida Campos, pesquisador do Museu de Ciências da Terra, acrescenta que a conservação do importante material foi possível porque foi levado por uma enxurrada e depositado no fundo de uma lagoa. (MU)