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Estado de Minas

Brasil já conta com impressora 3D nacional com preço abaixo dos dos importados

Concorrência aumenta em abril, quando outra fabricante nacional entra em cena


postado em 21/02/2013 00:12 / atualizado em 21/02/2013 13:06

Shirley Pacelli

Se grande parte das impressoras 3D pessoais que chegam ao mercado brasileiro custam cerca de R$ 6 mil, já é possível comprar um equipamento nacional por R$ 4.650. O empresário Rodrigo Krug, de 26 anos, é diretor da Cliever, empresa que lançou a CL1, primeira impressora tridimensional do país. Desde 2009 ele acompanhava o mercado. “Em 2010, a Makerbot vendeu mais de 300 mil impressoras de baixo custo só no Brasil. Pensei que se as pessoas estavam comprando produto lá de fora é porque faltava quem as vendesse aqui”, explica Krug.

Ao estudar o modelo de negócios, o empreendedor percebeu que o mercado para o consumidor final não era o foco, não sustentaria a empresa. Por isso, resolveu investir em empresas de baixo porte como clientes. “O custo de uma linha de produção é gigante. Identifiquei que essas empresas ficavam nas mãos de outras e pagavam até R$ 11 mil pela prototipagem”, conta.

Com operações iniciadas em julho de 2012, a Cliever vende de 10 a 15 máquinas por mês. Este ano, o diretor pretende ampliar a capacidade produtiva para 50 unidades/mês. O maior desafio para o negócio deslanchar, segundo ele, foram as leis e burocracia brasileiras. “Fazer a impressora foi fácil. Utilizamos tecnologia aberta e fizemos melhorias”, conta Krug.

Atualmente, cerca de 186 empresas trabalham com essa tecnologia no mundo. Dessas, só cinco fazem produtos de verdade. “Oferecemos um produto completo, com software próprio, suporte e garantia”, ressalta Rodrigo, explicando que 90% dos seus concorrentes não oferecem essa garantia aos clientes brasileiros. Enquanto o diretor se gaba, a Cliever já tem concorrente de peso à vista. Está aberta a pré-venda da impressora 3D nacional da Metamáquina (metamaquina.com.br), que custa R$ 2,9 mil. O diferencial do equipamento é que a empresa incentiva seu uso para imprimir peças plásticas necessárias para a construção de outra impressora 3D.

Rodrigo Krug acredita que a impressão 3D vai alterar radicalmente as relações de trabalho. “Daqui a um tempo será possível fazer o download do desenho industrial de um acessório e imprimir em casa”, prevê o empresário, destacando que, dessa forma, a logística de entrega de encomendas, será totalmente alterada. Mas para ele, o grande impacto é a possibilidade de dar forma às ideias. “Esse será o boom da impressão 3D de agora em diante”, afirma.

VETERANO No mercado há 20 anos, a Robtec é pioneira no mercado nacional de impressão 3D. Luiz Fernando Dompieri, de 38 anos, diretor-geral da empresa, conta que em toda essa trajetória destacaria especialmente a evolução das máquinas disponíveis. Hoje há melhores resoluções, teclas flexíveis, impressões coloridas, variedades de matérias-primas e, claro, tamanho reduzido. A empresa tanto vende equipamentos quanto faz os protótipos de produtos sob demanda, especialmente do setor automotivo.

A indústria é o carro-chefe da Robtec, mas instituições de ensino, arquitetos e médicos também costumam procurar pelo serviço. O próprio Laboratório de Arquitetura da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais pensa em adquirir uma unidade para a impressão dos projetos dos alunos. As máquinas vão desde R$ 6 mil (básicas e pessoais) até US$ 500 mil (profissionais). Dompieri conta que as vendas dos equipamentos de baixo custo passaram de seis para 30 por mês.

Com experiência no mercado, Luiz Fernando Dompieri afirma que os Estados Unidos são líderes na tecnologia. Para se ter uma ideia, o país estuda uma forma de, futuramente, em vez de levar materiais na aeronave para construir bases espaciais, transportar impressoras 3D, que fariam a impressão de tudo. Assim como Roberto Krug, Dompieri acredita que haverá um impacto no mercado de trabalho com a popularização das impressoras 3D pessoais. Mas não será negativo, pelo contrário: só vem a somar. “As máquinas serão aliadas até mesmo da produtividade. Elas podem reduzir o gasto com a logística de entrega”, explica.


PRODUZINDO EM CASA
CL1

» Fabricada em aço carbono e com pintura Epóxi, a impressora conta com mecanismos internos de movimentação que asseguram a qualidade e durabilidade do equipamento. Tem interface USB, imprime em ABS e PLA e tem mesa de impressão com controle de temperatura. Área de impressão: 180mm x 180mm x 100mm. Suporte a arquivos STL. Peso aproximado: 9kg
» Preço sugerido: R$ 4.650
» cliever.com.br

RapMan 3.1
» Lê os arquivos diretamente do cartão SD. Área de impressão de até 270mm x 205mm x 210mm. Imprime em ABS e PLA. Suporte a arquivos STL. Peso aproximado: 17kg.
» Preço sugerido: R$ 6 mil
» robtec.com

BFB 3000 Touch
» Tem design transparente e aberto. Lê os arquivos diretamente de um cartão SD. Tem área de impressão de até 275mm x 275mm x 210 mm. Há a opção de um cabeçote adicional para material de suporte ou um cabeçote triplo para projetos experimentais. Peso aproximado: 36kg
» Preço sugerido: R$ 13.990 mil
» robtec.com


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