(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas

Brigas em Hong Kong


postado em 25/10/2012 11:52 / atualizado em 25/10/2012 12:09

Enredo é similar ao de outros games do gênero, mas personagens bem construídos dão destaque ao título (foto: Square Enix/Divulgação)
Enredo é similar ao de outros games do gênero, mas personagens bem construídos dão destaque ao título (foto: Square Enix/Divulgação)

Poucos ousariam discordar de que, quando se trata de jogos de mundo aberto, o padrão de qualidade é estabelecido por Grand theft auto (GTA). A popular série praticamente criou esse estilo e, desde então, produz os games de maior qualidade para o gênero. Quando surge um concorrente, ainda por cima com a mesma temática – o submundo das gangues e do crime em grandes cidades –, a comparação é inevitável. Levando em conta o contexto, é significante dizer que um título consegue fazer frente à franquia da Rockstar e essa é a proeza alcançada por Sleeping Dogs.

Desenvolvido pelo estúdio canadense United Front (de Modnation racers), o jogo recicla um clássico dos enredos policiais: o agente se infiltra nos níveis mais baixos de uma organização criminosa e, enquanto ganha mais poder e importância dentro da estrutura, repensa seus conceitos sobre o bando e as ações da polícia. O personagem que passa por essas reviravoltas é Wei Shen, um chinês criado nos Estados Unidos que retorna a Hong Kong – o cenário da aventura – para se juntar à tríade, a máfia local.

Apesar de ser bem clichê e similar aos outros jogos da série, o enredo é salvo parcialmente por Shen e os outros personagens, que são bem construídos a ponto de manter o interesse na narrativa, mas passam longe do brilho e excelência de GTA IV, por exemplo. O bom trabalho de dublagem, que mistura inglês com cantonês sem parecer boba, também ajuda a versão virtual de Hong Kong a se parecer com a realidade.

Seguindo tendência estabelecida nessa geração de consoles, Sleeping Dogs transfere os conflitos de consciência para seu sistema de jogo. As missões rendem pontos de experiência em duas frentes: a dos policiais e a dos bandidos. Evite destruir a propriedade pública e atropelar pedestres e você ganha pontos com os bonzinhos. Para ficar bem na fita como um malvado, basta humilhar os rivais das formas mais extravagantes (e violentas) possíveis. As decisões têm mais efeito no seu desenvolvimento do que na história. Como num RPG bem simples, cada ponto adquirido libera novas habilidades como agente ou criminoso.

Shen também pode realizar uma série de tarefas secundárias fora de seu trabalho como mafioso. Algumas são relacionadas à atividade criminosa, como disputar rachas, roubar carros, entrar em clubes de luta, apostar em brigas de galo. Já outras... nem tanto, mas são divertidas mesmo assim: participar de karaokês ou sair com uma garota. As missões não são obrigatórias, mas servem para aumentar uma terceira barra de experiência, relativa a sua reputação na cidade.

COMBATE A proposta original de Sleeping Dogs é ir na contramão dos jogos de gângster, com a intenção de deixar de lado as armas e privilegiar o combate corpo a corpo. Ele funciona de maneira praticamente idêntica à de Batman: Arkham City, baseada em sequências de golpes e contra-golpes, simulando aquelas cenas de ação em que o mocinho espanca todos os inimigos e sai ileso. Mas isso é deixado de lado pouco tempo depois da história, dando lugar a missões batidas de atirar e buscar cobertura.

As lutas são acompanhadas de efeitos visuais interessantes, como o bullet time (em que tudo fica em câmera lenta, exceto você) ou tremidas para dar a sensação de ação. Entretanto, os truques servem para mascarar os gráficos mais ou menos do jogo. Nos consoles, os moldes de personagens ficam muito aquém do padrão de qualidade da atual geração. Entretanto, a experiência é aparentemente melhor no computador – o Informátic@ testou a versão de PlayStation 3.

Sleeping Dogs apresenta um comportamento parecido com o de seu protagonista: é humilde, demonstra respeito a quem está no topo e não tem intenção de destronar os chefões do gênero com alguma inovação radical. Mas, ao mesmo tempo, é uma ameaça aos seus superiores por cumprir o seu trabalho muito bem. Sem reinventar a roda, o título é divertido, intrigante e facilita a vida do jogador ao reciclar ideias da concorrência com uma execução competente.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)