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Estado de Minas

De graça todo mundo quer

Download ilegal de aplicativos para smartphones é empecilho para desenvolvedores de software. Com menor número de bloqueios, o Android é o sistema mais vulnerável


postado em 23/08/2012 07:00

Dois dias depois do lançamento de Jett Tailfin Races já existiam versões piratas. Rodrigo Mamão, diretor-executivo da Illusis, que criou o jogo, estuda novos mecanismos para enfrentar a pirataria (foto: Jett Tailfin Races/Reprodução )
Dois dias depois do lançamento de Jett Tailfin Races já existiam versões piratas. Rodrigo Mamão, diretor-executivo da Illusis, que criou o jogo, estuda novos mecanismos para enfrentar a pirataria (foto: Jett Tailfin Races/Reprodução )

Com a recente decisão da Madfinger Games, desenvolvedora de Dead Trigger, de disponibilizar o título gratuitamente para Android por conta da alta taxa de pirataria, abriu-se a discussão sobre a facilidade em adquirir apps, antes pagos, de graça. Mesmo o preço baixo de aplicativos (o Dead Trigger custava R$ 0,99) não faz com que a aquisição ilegal de softwares diminua em dispositivos móveis. Nenhum sistema fica de fora: lojas piratas para Android e iOS e modificações do Market Place, para Windows Phone 7, contam com um vasto catálogo de fácil acesso.

Com pouco tempo de pesquisa na internet aparecem na tela inúmeras mensagens do tipo “baixe aplicativos pagos gratuitamente” e “como baixar apps sem pagar nada”, além de vídeos no YouTube explicando passo a passo as maneiras de burlar os sistemas operacionais e encher o celular de programas de graça. E não é nada difícil conseguir êxito nas operações. Os próprios sistemas piratas são bem didáticos, com eficientes sistemas de busca e categorização. As listas dessas lojas são bastante vastas e contam com vários servidores pelo mundo todo distribuindo os arquivos.

Outro fator que faz com que a pirataria seja um adversário praticamente impossível de combater de igual para igual é a rapidez com que links ilegais surgem na rede. “Dois dias depois do lançamento do jogo Jett Tailfin Racers já existiam versões pirateadas. Tentamos eliminar essas fontes, mas enquanto deletamos uma, surgem outras. É muito veloz”, reclama Rodrigo Mamão, diretor-executivo da Ilusis Interactive Graphics, produtora de games belo-horizontina.

Reação A perda de receita por parte dos desenvolvedores faz com que alternativas sejam estudadas, como jogos freemium  (a instalação é gratuita, mas equipamentos e funcionalidades que tornam o jogo melhor são liberados mediante pagamento). “Acredito que essa seja a tendência, haja vista que jogos pagos têm poucos dias antes de serem pirateados”, comenta Rodrigo.

A Madfinger Games e a Ilusis não são as únicas prejudicadas com as caveiras da internet. Miles Jacobson, da Sports Interactive, viveu uma situação de “boa notícia, má notícia” quando ficou sabendo que 100 mil pessoas tinham baixado Football Manager Handheld para Android. Porém, apenas 10% delas tinham pago pela diversão. Outro game, Facefighter Gold, da Appy Entertainment, teve uma média de 70 cópias piratas para uma original no Android e de três para uma no iOS. Esses números fizeram com que o Google desenvolvesse um novo recurso de criptografia de apps para o Jelly Bean (Android 4.1).

A burocracia da Apple e a escassez de produtos na App Store brasileira fizeram com que Jefferson Ubiratan, de 26 anos, estudante, optasse por realizar o jailbreak há quatro meses e instalar o Cydia no seu iPhone 3GS. Com a nova loja, baixou o Installous e conseguiu de graça o Fifa 12, Mortal Kombat e Street Fighter IV. “Com o jailbreak consigo personalizar melhor meu smartphone. O interessante é que a funcionalidade de multitarefas surgiu primeiro com os hackers e só depois foi incorporado oficialmente pela Apple”, diz Jefferson.

Especialista em ambientes móveis, Pedro Santiago Israel, de 28, diz que a pirataria é maior no Android pelo menor número de bloqueios na hora de baixar um app na Google Play. “A Apple é um pouco mais chata nesse sentido. Isso também é um motivo para que usuários façam o jailbreak, mas isso pode comprometer as atualizações de software”, explica. Ele admite que não existe sistema inviolável, mas algumas medidas podem diminuir a ilegalidade, como a obrigação de autenticação em servidor próprio antes de se fazer um download. “É preciso, no entanto, haver um meio-termo para não tornar o processo muito trabalhoso e maçante”, conclui Pedro, que é diretor administrativo da Livobooks, empresa que desenvolve aplicativos de livros interativos.
Piratas

No iOS
Quem opta por realizar o jailbreak no seu aparelho da Apple substitui o App store pelo Cydia, loja que disponibiliza, além dos aplicativos normais, outros não autorizados pela empresa da maçã e tweaks (pequenas modificações no sistema). Isso não quer dizer que sejam programas piratas, mas somente que não passaram pelo filtro da empresa. Porém, pelo Cydia é possível baixar o Installous, que faz uma busca em servidores piratas e dá de bandeja várias opções de downloads ilegais gratuitos.

No Android
Duas lojas fazem o serviço da pirataria no Android: Applanet e Bazaarandroid (fotos). A primeira conta com mais de 15 mil aplicativos para o sistema operacional. A interface divide os programas pagos dos gratuitos do Google Play, mas disponibiliza todos de graça. Já o Bazzarandroid é um grande repositório de aplicativos para Android e pode ser acessado por meio do aplicativo Aptoide, cuja função é unir e gerenciar esses arquivos. Cada pessoa pode compartilhar seus aplicativos pelo Bazaarandroid e passar para frente.

No Windows Phone
A mesma abertura usada nos cracks para conseguir rodar programas piratas nos computadores com Windows aparece nos mobiles. O usuário baixa uma modificação do Market Place que possibilita usufruir da loja sem pagar por nada.


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