Os tablets chegaram ao mercado há cerca de dois anos, e desde então, ganham espaço. Só em 2011, segundo a consultoria IDC, foram vendidos 800 mil aparelhos no país – incluindo aqueles do chamado “mercado cinza”, ou “xing-lings”, numa referência jocosa aos eletrônicos de origem chinesa. No ano anterior, haviam sido apenas 100 mil. A Microsoft acaba de anunciar seu primeiro tablet, o Surface, sem divulgar preço. Por enquanto, o iPad, da Apple, é líder em vendas – com fatia de mercado de 60% no Brasil –, mas o preço (na faixa dos R$ 1,5 mil) ainda é alto para os padrões brasileiros – o que segmenta, ou elitiza, o público. A alternativa são os tablets populares.
Alguns saem por R$ 390, em 10 vezes de R$ 39, sem entrada, juros ou mesmo taxa de entrega. “Eles são uma boa e nova opção para quem vai comprar o primeiro computador ou laptop”, explica Erick Vils, fundador da Websoftware, empresa desenvolvedora de sistemas digitais. “Além de ter custo baixo, são tão fáceis e práticos que as pessoas de mais idade também estão comprando o dispositivo.” Mas é preciso ter cuidado com a procedência e qualidade dos aparelhos, afirmam especialistas.
“É um pássaro? É um avião? Não! É o Super-Homem”. O chavão que ganhou popularidade na década de 1970 com a série protagonizada pelo herói Clark Kent poderia ganhar nova versão com a novidade lançada esta semana pela Microsoft, em Los Angeles (EUA). É um PC? É um tablet? Não. É o Surface: dispositivo móvel híbrido, um pouquinho de cada. A empresa fundada por Bill Gates lançou a versão preliminar final do Windows 8 em maio deste ano. Vendido pela companhia como o melhor sistema operacional para plataformas móveis, faltava um hardware à altura desse software. O produto, segundo o diretor-executivo da Microsoft, Steve Ballmer, proporciona uma transição tranquila entre consumo e criação. Clara referência à visualização de conteúdos e produção de trabalhos mais elaborados que exigem teclado e ergonomia, respectivamente.
No evento, o executivo fez questão de destacar que a empresa tem 30 anos de história em fabricação de gadgets. Além disso, enfatizou que houve um grande investimento em design industrial e experiência do usuário para criar o Surface. A afirmação serviu como piada pronta para alguns applemaníacos. Eles ironizaram que se a Microsoft gastou três décadas para lançar um tablet, a Apple o fez com apenas três anos de pesquisa e é líder absoluta no mercado.
Emoção à flor da pele Apesar das brincadeiras, o lançamento balançou os corações dos geeks, especialmente daqueles com uma queda pelos ultrabooks, que oferecem algumas vantagens dos tablets, como bateria de longa duração, inicialização rápida e leveza, mas com a capacidade de armazenamento e processamento superiores. O teclado incorporado à estrutura da prancheta digital, mais o apoio próprio, permitindo que ele fique em posição vertical, chamaram a atenção do público. Além disso, o lançamento vem com caneta stylus, para escrever e desenhar na tela touchscreen. Detalhe: o chip do aparelho também é fabricado pela Intel.
As capas do Surface estarão disponíveis em 3mm e 5mm. Resta saber se um teclado nessa espessura não irá contribuir para a lesão por esforço repetitivo (LER) de seus usuários. Haverá ainda opções de diversas cores vibrantes para o consumidor personalizar o gadget a seu gosto. Segundo Steven Sinofsky, presidente da divisão Windows e Windows Live, o Surface é “um tablet que é um ótimo PC, um PC que é um ótimo tablet.”
A versão do tablet da Microsoft com o sistema operacional RT mede 9,3 milímetros de largura e pesa 676 gramas. Tem uma tela tátil de alta definição de 10,6 polegadas (26,9 centímetros) e terá 32GB e 64GB de memória. Ele rodará com um processador ARM, encontrado na maioria dos tablets e celulares de última geração. Outro modelo, com o sistema operacional Windows 8 Pro, mede 13,5 milímetros de largura, pesa 903 gramas e estará disponível em versões de 64GB e 128GB. Mais grosso e pesado, mas também mais robusto.
Detalhes do preço e data de lançamento ainda não foram divulgados. Mais informações em: microsoft.com/surface.