Aposta no ousado

Lima (Peru) - Na briga dos fabricantes de eletrônicos, o investimento principal neste ano baseia-se no fato de que todos os equipamentos devam – ou possam – funcionar como um computador. A ideia não é nova – e nem sempre apenas o novo revoluciona. Mas o que se quer é surpreender o consumidor. A Samsung, por exemplo, organiza há três anos um fórum para mostrar novidades a clientes e jornalistas especializados. Dessa vez, os representantes da empresa foram a Lima, no Peru, mas de olho no Brasil, onde ela cresceu 30% em 2011. “Pretendemos crescer mais”, garante J. W. Kim, presidente da companhia no país.

Para isso, a estratégia é oferecer produtos melhores e mais baratos – e destinados às classes sociais mais ricas. Por quê? Porque o setor de televisores não deve crescer em relação ao último ano (11 milhões de unidades), mas o comércio de aparelhos inteligentes, consequentemente mais caros, deve dobrar. No ano passado, 2 milhões de pessoas compraram esse tipo de eletrônico; agora, a expectativa é de que atinja 4 milhões em 2012. “Eles chegarão às lojas em maio e junho”, diz o presidente de Marketing e Vendas da companhia sul-coreana, Silvio Stagni.

De fato, os destaques ficam com os modelos da categoria premium da marca. As smart TVs com reconhecimento de voz e gestos foram as principais novidades. Daqui para frente, chega de vez o modo de se assistir à TV livre do controle remoto: com comandos de voz em português ou pelo reconhecimento de gestos.

Além disso, oferece um pacote de evolução para os equipamentos. Por quatro anos, o usuário poderá comprar atualizações de hardware e software para o seu modelo de televisão. Serão vendidos no início de 2013. Os modelos topo de linha lançados no evento foram a ES 7000 e ES 8000 (R$ 6.399 de 46 polegadas e R$ 9.999 de 55 polegadas, respectivamente), que já vêm com um dispositivo na parte traseira para colocar a placa do kit de renovação. A Samsung considera lançar uma televisor de 75 polegadas em breve.

Celulares
Os dispositivos móveis também tiveram vez no encontro. A começar pelo smartphone Galaxy Beam, que tem um projetor. Com ele, é possível assistir a pequenos vídeos e mostrar apresentações em slides a qualquer momento em planos brancos. A previsão de venda é para a segunda metade do ano, com preço de R$ 1,7 mil, em média. O departamento de marketing da empresa está ainda empenhado em exibir o Galaxy Note como um aparelho metade tablet e metade celular, já disponível no Brasil. Quanto ao esperado Galaxy S III, nada foi citado. Como também não foram divulgados os preços dos tablets.

Uma extensa lista de opções de polegadas foi apresentada – como o Galaxy Tab 2 (10.1” e 7.0”), que chega no fim de maio. Todos vêm com Android 4.0 e acesso ao Google Play, nova loja de conteúdos do Google. O aparelho será vendido em opções com conexão às redes 3G e Wi-fi. Na dúvida para escolher o modelo mais adequado, vale a experimentação no ponto de venda.

Além disso, as câmeras fotográficas smart da marca agora deixam de ser um objeto isolado para interagir com tudo: TV, internet e redes sociais. Por conexão Bluetooth, o eletrônico manda as imagens direto para a rede.

E, por fim, os notebooks. Mesmo tendo lançado recentemente o Serie 7 no Brasil, a Samsung mostra o Series 5 Ultra (por R$ 2.399) e o Series 9 (R$ 2.999). Eles estarão disponíveis no começo do segundo semestre. A empresa afirmou que a meta é estar entre as 10 maiores empresas do Brasil nos próximos cinco anos e ser uma das marcas mais admiradas pelos brasileiros.

*A repórter viajou a convite da Samsung