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Estado de Minas

Dragões e muita neve

Ganhador do prêmio de melhor jogo do ano na 12ª Game Developers Choice Awards, Skyrim inova com um detalhado universo medieval e enredo focado nos lendários dragões


postado em 22/03/2012 14:57

Um gigantesco mapa nórdico extremamente interativo e viciante. Talvez esse seja o modo mais resumido de caracterizar The Elder Scrolls V: Skyrim, lançado em novembro pela Bethesda Game Studios. Aclamado pela mídia especializada desde então, conquistou milhares de fãs no mundo inteiro e virou até um meme – aquela piadinha do “arrow in the knee”. O sucesso foi tão grande que o game ganhou o título de melhor jogo do ano na 12ª edição do Game Developers Choice Awards, concorrendo com outros grandes nomes como Portal 2, Batman: Arkham City, Deus Ex: Human Revolution e Dark Souls. A história começa com o protagonista em uma carroça, com as mãos amarradas, com três pessoas. Eles estão sendo encaminhados para execução por uma série de crimes contra o Império. Inclusive o sujeito calado à sua direita, no banco da frente é o líder de uma rebelião dos Stormcloak. Chegando a Helgen, uma comunidade controlada pelo Império, é hora de se apresentar aos oficiais. Aqui há várias possibilidades de personalização do seu personagem, o que para os mais detalhistas, pode significar mais tempo de trabalho, ainda mais para quem aprendeu técnicas de criação de “faces parecidas com a minha” pelo The Sims. São ao todo 10 raças que compõem o mundo de Skyrim – altmer, argonian, bosmer, breton, dunmer, imperial, khajiit, nord, orc e redguard. Cada uma tem seus pontos fracos e fortes com os desafios que serão enfrentados a partir daí. Então, já de início é bom começar a montar sua estratégia de sobrevivência de acordo com a raça escolhida. Por exemplo, os argonians, que se parecem com répteis, têm a habilidade de respirar debaixo d’água e são 50% mais resistentes a doenças. Já os negros redguards contam com uma habilidade especial que permite a eles regenerar da fadiga 10 vezes mais rápido, em 60 segundos. Trocando em miúdos, nesse momento você decide se vai sair distribuindo golpes de espada por aí, ou se prefere um combate à distância com flechas ou magia. Hora de seguir em frente. É sua vez de ser executado com uma machadada no pescoço. De joelhos no chão, você espera o capataz que se aproxima, levanta o machado e... aparece um dragão. A criatura começa a queimar as casas e a igreja próximas à cena, transformando tudo no momento perfeito para escapar da pena de morte. Os dragões e seus mistérios farão parte de toda a história do jogo. Pela primeira vez, depois de tanto diálogo, o jogador tem total controle em cima do avatar. Duas câmeras podem ser escolhidas a gosto de quem joga: de primeira ou terceira pessoa. Contudo, no decorrer do jogo, qualquer um conclui que a terceira pessoa só serve mesmo para dar aquela conferida no “visu” do seu personagem ou para tirar screenshots. É praticamente impossível acertar uma flecha ou dar qualquer golpe com a mira, que é bem desengonçada. Portanto, para momentos de ação, a câmera subjetiva dá conta do recado, apesar de ser um pouco descontrolada e imprecisa para alvos mais distantes. Imersão O jogo é enorme. Prepare-se para muitas e muitas horas de gameplay diante do computador ou da televisão. Também avise seu (sua) namorado(a) – se tiver –, seus familiares e seus amigos que você optou por jogar Skyrim em vez de viver com eles. Exageros à parte, o game da Bethesda cria missões secundárias, que fogem do objetivo principal do enredo, praticamente do nada. Um exemplo é a quest “A night to remember”, que começa logo após uma competição de bebida em uma estalagem em Markarth. Depois de acordar com amnésia em um templo, o objetivo é percorrer vários locais para lembrar onde foi parar um bastão. Some a isso centenas de outras missões, muitas das vezes bem menores, mas que demandam tempo para conclusão. Por isso e por serem divertidas, passar seis horas direto completando essas missões parecem 30 minutos. O destaque de Skyrim fica por conta da complexidade dos cenários. O detalhismo das construções, da vegetação, do relevo e da neve (bastante presente, diga-se de passagem) tem o potencial de impressionar até a sua mãe, que pode confundir os gráficos com um filme do Highlander. Andar pelos caminhos de pedra entre um estábulo e um moinho, com um rio correndo ao lado esquerdo e montanhas cobertas de neve à direita, provoca uma incrível sensação de imersão raramente sentida em outros jogos do gênero. A construção do mapa e a disposição dos elementos, como florestas, estepes, ruínas, lagos, rios e toda a sorte de ocupações humanas espalhadas formam um panorama que dá mais a sensação de passear por algum lugar remoto ao norte da Europa do que estar jogando um RPG com enredo medieval. Porém, justamente por esse tanto de coisa, o carregamento é lento. Para entrar em cada taverna ou loja é necessário um tempo relativamente grande, tendo em vista que muitas vezes entra-se nesses estabelecimentos apenas para conferir se o mercador possui um item. Esperar os carregamentos pode deixar o jogo maçante, em vários momentos. Vale notar também que os objetos vistos de muito perto ficam pixelizados e com pouca definição, mas nada que incomode diante da grandiosidade dos cenários. Efeitos A música ambiente, com o estilo de músicas medievais, deixa as longas caminhadas ou cavalgadas extremamente prazerosas, assemelhando-se com a sensação de colocar um MP3 no ouvido e curtir a viagem. Os efeitos sonoros também não deixam a desejar. Desde o som de uma flecha voando até a gritaria da guerra entre Windhelm e Whiterun são bastante realistas. Além disso, as músicas cantadas pelos bardos nas tavernas de Skyrim trazem alegria aos corações dos viajantes, seja com o banjo, a flauta ou o tamborim. The Elder Scrolls V: Skyrim faz juz à genialidade dos seus quatro antecessores por criar um universo de entretenimento que, apesar dos defeitos nas batalhas, tem um poder de imersão em uma realidade paralela muito grande. Tudo é construído para que até subir numa montanha seja uma aventura especial, em que lobos, trolls e gigantes podem oferecer um desafio de sobrevivência à parte do seu objetivo principal. Prepare-se para entrarno mundo de Skyrim. (Com Raphael Pires) The Elder Scrolls V: Skyrim Produtora: Bethesda Softworks Publicadora: Bethesda Game Studios Gênero: RPG Disponível: Xbox 360, PS3 e PC Avaliação Jogabilidade Entretenimento Gráficos Som


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