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Estado de Minas

Estrelas ainda ascendentes

Sucessos em 2011, smartphones e tablets continuarão a dominar o mercado nos próximos anos


postado em 22/12/2011 10:25

Já na fila para comprar o iPhone 4S, Zuza Nacif acredita que disputa entre Google e Apple pelo melhor sistema operacional é benéfica ao usuário (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
Já na fila para comprar o iPhone 4S, Zuza Nacif acredita que disputa entre Google e Apple pelo melhor sistema operacional é benéfica ao usuário (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
Não resta dúvida de que os tablets e smartphones vieram para revolucionar o mercado da computação e oferecer inovação e interatividade aos diversos tipos de usuários. E não há como negar também que em 2011, entre várias outras novidades, eles foram a estrela do espetáculo tecnológico mundial. Mais fáceis de usar, mais rápidos de ligar, leves e práticos para transportar e relativamente mais baratos de se manter (não o preço deles em si), tais equipamentos ganharam rapidamente a preferência do consumidor, que viu na ausência do mouse e na possibilidade de realizar toques na tela uma experiência muito mais agradável e sensitiva. E a cada lançamento, mais novidades, serviços e sensores foram sendo agregados, como identificação de presença, de movimentação física do aparelho, GPS, comandos de voz etc., criando  motivos para a consolidação definitiva deles na vida das pessoas, que, com toda certeza, se tornará mais efetiva ainda em 2012.

Para o presidente da empresa de consultoria e inteligência de mercado IDC Brasil, Mauro Peres, que vê para 2012 um cenário positivo para a área de TI brasileira, apesar das atuais crises mundiais, a mobilidade vem impactando tanto o mercado corporativo quanto o doméstico. 2011 foi o ano da popularização dos smartphones e da entrada dos tablets no país. Já 2012 passa a ser o ano da popularização dos tablets e da consolidação dos telefones inteligentes. “Em 2010, para se ter ideia, foram vendidos no Brasil 4,8 milhões de smartphones, número que saltou para quase 10 milhões este ano. Os notebooks também continuam em ascendência, já empatando em vendas com os desktops”, afirma.

De acordo com o analista de mercado para dispositivos de consumo do IDC Brasil, Bruno Freitas, as vendas desses dispositivos serão cada vez maiores. A Apple, para ele, domina, com o iPad e o iPhone, um mercado mais premium, onde os produtos, pela própria filosofia da empresa, são mais caros e não tendem a apresentar grandes reduções. Mas o mercado de tablets se mostrará bastante acirrado com a presença do sistema operacional Android, que equipa produtos de vários fabricantes. “O mesmo ocorrerá com os smartphones, que conta também com muitos fabricantes e ainda tem outros sistemas entrando firme no mercado. O WindowsPhone, por exemplo, igualmente vai brigar por fatias de mercado e, entre 2013 e 2015, estará lutando seriamente pelo segundo lugar entre as plataformas mais utilizadas”, aposta o analista.

Domínio Android
Mas, por enquanto, o sistema que deve dominar o mercado é mesmo o Android, uma vez que ele oferece versões tanto para produtos premium e concorrentes diretos da Apple, como a linha Galaxy da Samsung de tablets e smartphones, quanto para equipamentos bem mais acessíveis, principalmente desenvolvidos por empresas chinesas, que já apresentam tablets na faixa de R$ 300. “A própria linha Galaxy oferece smartphones de R$ 2 mil e de menos de R$ 400, com diferentes versões de Android”, revela Bruno Freitas.

Outra tendência apontada pelo analista é que os netbooks, que entraram no mercado poucos anos atrás com a força de um furacão, já não apresentam mais a mesma pegada. “Eles ficaram populares devido a sua mobilidade e praticidade de uso, mas os tablets vieram para mostrar que, nesse aspecto, os superam de longe. “Pode-se afirmar que os tablets estão canibalizando os netbooks, que estão estáveis mas tendem a cair rapidamente. Já os notebooks vão continuar crescendo e mostrando que são os substitutos naturais dos desktops”, completa.

Para se ter ideia da importância e do caminho que tais equipamentos móveis deverão percorrer nos próximos anos, o Gartner, especializado em pesquisas e aconselhamento na área de tecnologia da informação, em seus trabalhos de previsão para o futuro indica que, até 2015, os projetos de desenvolvimento de aplicações voltadas para smartphones e tablets vão superar os projetos nativos de PCs a uma taxa de quatro para um. E que até 2016, pelo menos 50% dos usuários de e-mail empresarial vão depender, primariamente, de um navegador, um tablet ou um cliente móvel, em vez de um cliente desktop.

Acirrada disputa entre Android e iOS
2011 mostrou a Nokia perdendo mercado com seus aparelhos com o sistema operacional Symbian e esperando a integração do Windows Phone aos seus produtos. Mas a corrida tecnológica que se iniciou no ano foi a dos sistemas Android (Google) contra o iOS (Apple, dos iPad e iPhone). No ambiente Android começou a ser disseminada a última versão ICS – Ice Cream Sandwich –, também chamada de Andoid 4.0 , que realmente é uma evolução e foi o lançamento mais esperado de 2011. Ele apresenta melhorias na área gráfica, na correção gramatical, a tela inicial foi modificada e permite destravamento por reconhecimento facial. Quanto ao iOS (5), a maior novidade com o iPhone 4S foi o processador A5 dual core. A tela Retina, de excelente resolução e visibilidade, e o aparecimento da central de notificação, que já existia no Android, também agradaram. As demais evoluções do sistema, como o icloud, que torna desnecessário uso de PC para ativação, realizando muitas atividades via Wi-fi e 3G, também são interessantes. Novidade também da Apple, ainda em sua versão Beta, é o aplicativo Siri, que promete ser um ajudante para responder nossas perguntas, mas que ainda não entende português. O Google deve ainda, em 2012, apresentar o Majel, que será uma resposta ao Siri. Era um produto secreto da empresa, ainda em testes, que teve algumas funcionalidades vazadas recentemente. Espera-se ainda que a Microsoft surja com um produto concorrente ao Siri, ao Google Voice e, por que não, ao Majel.

Comprovação de uma realidade
O empresário e publicitário Zuza Nacif é o tipo de usuário que comprova plenamente o que foi o ano de 2011 e como deverá ser 2012. Para ele, os tablets e os smartphones já se tornaram equipamentos imprescindíveis, na medida em que é possível neles carregar tudo o que se precisa: fotos, redes sociais, e-mails e todo tipo de aplicativo útil, além de se poder até gerenciar o computador de casa ou do trabalho por intermédio deles. “Com esses dispositivos a gente vem aprendendo a otimizar o tempo e até mesmo a ser mais objetivo”, afirma. Para ele, os tablets são uma extensão do smartphone, que deveria se usado mais para trabalho, embora as pessoas o vejam mais como produto de lazer. “Quando se consegue integrá-lo ao celular, a utilidade cresce mais ainda, tanto para trabalho quanto para diversão.”

Já na fila de clientes da TIM para adquirir o iPhone 4S, Zuza Nacif conta que até o lançamento da primeira versão do smartphone não era um usuário Apple. Mas a partir do primeiro contato que teve com o aparelho, virou um applemaníaco. “Vi o quanto a vida ficou mais fácil com ele e à medida que o aparelho foi evoluindo e vencendo suas limitações fui me tornando um dependente dele. Comprar o iPad quando foi lançado foi consequência, pois ao mexer com o iOS, o sistema operacional da Apple, a gente tem certeza de que realmente está vivendo na era digital”, diz.

Na carona do iPhone e do iPad, segundo ele, não há como não reconhecer que os smartphones e os tablets foram os equipamentos que bombaram em 2011. “Os dispositivos com Android vieram mesmo para conquistar mercado e, em algumas situações, chegam até mesmo a superar a Apple, como no caso das fotografias. O Android permite uso de lentes especiais do nível das usadas por profissionais. A tendência para 2012 é realmente de um crescimento intenso da plataforma Android, até mesmo por questões mercadológicas. É preciso uma concorrência pesada à Apple”, considera. Ainda com relação a tendências, ele acredita que os sistemas operacionais para tablets vão se desenvolver tanto e ficarão tão rápidos que possivelmente os fabricantes irão lançar um equipamento híbrido, uma espécie de mistura de smartphone e tablet, que vai conseguir atender as necessidades dos usuários dos dois dispositivos de maneira prática, rápida, segura e eficiente.

Para Aroldo Ker, as pranchetas digitais vão aumentar muito sua fatia de mercado com a queda de preços e, consequentemente, com sua popularização(foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Para Aroldo Ker, as pranchetas digitais vão aumentar muito sua fatia de mercado com a queda de preços e, consequentemente, com sua popularização (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Vislumbrando tendências

O diretor da TechShop Tecnologia, Serviços e Suprimentos Aroldo Ker ressalta ser inquestionável que os tablets foram a coqueluche de 2011, quando se falou muito em queda de preços e fabricação nacional, embora pouca coisa tenha saído do papel. “Percebe-se um crescente aumento na demanda e os preços já começaram a cair. Para 2012, esse produto passa ser realidade no Brasil, com as fábricas produzindo com incentivo fiscal. Com a concorrência mais acirrada, os preços tendem a ficar ainda mais acessíveis ao consumidor, que começa a perceber a funcionalidade desses portáteis que vão se integrando ao seu dia a dia”, afirma.

Baseando-se ainda no contato que teve durante todo o ano com milhares de clientes, o diretor da TechShop revela também que os telefones celulares continuarão evoluindo e, cada vez mais, parecerão com os computadores e se integrarão a eles. “A perspectiva para 2012 é de que haverá uma funcionalidade maior dos meios de pagamento via celular. Os telefones baratos começarão a perder a majestade e os smartphones, cada vez mais com novas funcionalidades, mostrarão que vieram para ficar, tendo em vista que as pessoas já começam a digitar e clicar mais pelo aparelho do que propriamente falar”, revela.

Para Aroldo Ker, o mercado de desktop ainda vai resistir, mas com algumas características: cada vez mais vão prevalecer as vendas para o mercado corporativo (empresas, escolas, indústrias e comércio); tornam-se basicamente o primeiro micro da família; e mantêm espaço como equipamento para games, que são PCs com grandes capacidades de processamento, memórias que precisam expandir a cada geração de jogos e que exigem uma fonte de boa potência real e, principalmente, uma excelente placa de vídeo. “Na linha do segundo computador, continua a substituição do desktop por um notebook, onde o usuário, à medida que já tem uma utilização maior de informática, quer ter suas músicas, fotos e arquivos individualizados”, diz ele.

Personalização Segundo ele, outro fato importante que ocorreu com a popularização dos notebooks e netbooks foi que a escolha desses produtos passou a ser quase que personalizada. Por exemplo: um engenheiro ou arquiteto não vai comprar equipamentos com poucas polegadas, pois precisa de uma tela ampla; um profissional que trabalha com planilhas passa a exigir um notebook com teclado numérico; já um representante comercial prefere um produto menor, pois desloca-se muito e, por isso, o peso do equipamento passa a ser determinante. “Já na linha de impressão, as multifuncionais, com seus recursos fotográficos, fotocópia, fax scanner e, logicamente, impressão, vão aposentar de vez as impressoras. Nesse aspecto, sobrevive bravamente a impressora Epson LX300, que acredito ser a matricial mais antiga do mercado. Continua vendendo bem, mas é a única”, completa.

Com sua experiência de atendimento a milhares de clientes por ano, Aroldo Ker aborda até o segmento de armazenamento. Quanto a isso, ele afirma que para 2012 a a tendência é a consolidação dos SSDs (da sigla em inglês, disco em estado sólido) – ainda com custo alto devido a baixa escala de produção –, que irão substituir os tradicionais HDs magnéticos. “Além disso, o armazenamento nas nuvens, que está sendo oferecido por grandes empresas, como Microsoft e Google, tende a apresentar maior utilização, principalmente no mercado corporativo.”


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