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Estado de Minas

Terceira tentativa de Temer para a Cultura

Temer escolhe o jornalista Sérgio Sá Leitão para comandar um dos mais problemáticos ministérios de seu governo. Ele será o terceiro titular da pasta em pouco mais de um ano


postado em 21/07/2017 00:12 / atualizado em 21/07/2017 07:46

(foto: Ministério da Cultura/Divulgação)
(foto: Ministério da Cultura/Divulgação)
Pressionado por partidos aliados que estavam de olho na pasta, o presidente Michel Temer se apressou e escolheu o jornalista Sérgio Sá Leitão para comandar o Ministério da Cultura.

Leitão substitui o ex-deputado Roberto Freire (PPS), que deixou o cargo em maio passado, logo após o vazamento da delação do dono da JBS, Joesley Batista.

Temer diz que essa foi uma opção pessoal dele, mas o que corre nos bastidores é que o novo ministro foi escolhido depois de uma conversa sua com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Maia, no entanto, se apressou a negar ontem à imprensa que tenha tratado desse assunto com Temer.

Jornalista, Sérgio Sá Leitão foi secretário municipal de Cultura do Rio e presidente da Rio-Filme. No primeiro governo Lula, foi chefe de gabinete do então ministro da Cultura Gilberto Gil e secretário de Políticas Culturais da pasta. Na diretoria da Ancine desde abril deste ano, Leitão é ligado também ao ex-ministro da Cultura Roberto Freire (PPS).

A nomeação de Leitão para a Cultura contou com o apoio do cineasta Cacá Diegues, de quem Temer é muito próximo e com quem conversou nas últimas semanas sobre a indicação.

Cacá e outros artistas, como a atriz Suzana Pires e o cineasta Vladimir Carvalho, participaram da sessão da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado que aprovou a indicação de Leitão para a Ancine em abril.

O cargo de ministro da Cultura vinha sendo cobiçado por deputados, como Cristiane Brasil (RJ), filha do ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB.

Em reunião na quarta-feira, no Palácio do Planalto, porém, Temer avisou a Jefferson e a Cristiane que não iria nomear a parlamentar fluminense, pois já tinha convidado outra pessoa para o cargo. Na verdade, Cristiane nunca foi cogitada para ocupar a pasta, apesar das tentativas de se cacifar.

“O presidente disse que a Cristiane tem sido uma guerreira, mas que já tinha convidado outra pessoa. Pediu que a gente não ficasse com raiva. Disse que, da minha parte, não havia problema”, afirmou Jefferson ao sair do Palácio do Planalto. Delator do escândalo do mensalão do PT, o ex-deputado se reuniu com Temer junto com a filha, a convite do presidente da República.

O deputado André Amaral (PMDB-PB) também queria ser ministro da Cultura. Ele chegou a pedir ao líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), que intercedesse a favor dele. Contudo, o paraibano também enfrentou resistências.

Com 26 anos, está em seu primeiro mandato como deputado, assim com Cristiane. Ele só assumiu o cargo efetivamente no Parlamento em janeiro, após Manoel Júnior (PMDB) renunciar ao mandato para assumir como vice-prefeito de João Pessoa (PB).

Ao nomear Leitão, Temer pode até ter desagradado a aliados dentro do seu partido e também ao PTB de Jefferson num momento em que precisa de parlamentares para barrar a denúncia contra ele no plenário da Câmara. No entanto, a indicação de Leitão preserva o governo de mais ataques de setores da área cultural. Havia temor de uma reação negativa da classe artística caso fosse nomeado um político para o cargo.

Pasta das turbulências


Desde que o presidente Michel Temer assumiu o governo interinamente, em maio, o peemedebista tem lidado com turbulências no Ministério da Cultura. Em sua reforma administrativa, ele havia reduzido a pasta a uma secretaria ligada ao Ministério da Educação.

Depois de uma semana de protestos e ocupações de prédios do ministério em 21 capitais, Temer decide voltar atrás. Temer tentou nomear uma mulher para comandar a Cultura, mas, sem sucesso, acabou indicando o diplomata Marcelo Calero, sem expressividade no meio, embora tenha sido secretário de Cultura do prefeito Eduardo Paes (PMDB), no Rio.

Calero permaneceu no cargo de maio a novembro, quando pediu demissão com o argumento de que tinha divergências com integrantes do governo Temer. Ele afirmou que vinha sendo pressionado pelo então secretário de Governo Geddel Vieira Lima a liberar obra em área tombada de Salvador.

Presidente do PPS, o deputado Roberto Freire (PPS) assumiu a pasta. Em maio deste ano, ele pediu exoneração do cargo após escândalo envolvendo Temer e a divulgação das gravações feitas pelo dono da JBS, Joesley Batista.

 


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