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Estado de Minas

Coluna Baptista Chagas de Almeida


postado em 25/04/2017 12:00 / atualizado em 25/04/2017 07:24

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)

Na agenda oficial só os estrangeiros

Domingão. Reunião. Pressão. São rimas pobres, mas traduzem o encontro do presidente Michel Temer (PMDB), anteontem, com ministros da área política e alguns, uns poucos, vale ressaltar, líderes de sua base aliada no Congresso. A reforma da Previdência tramita na Câmara dos Deputados, mas é no Senado que está um requerimento para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar, devidamente como convém, o motivo do rombo das contas previdenciárias.

É CPI capaz de arrancar cabelos de empresários país afora, já que muitos deles, de propósito, não por falta de recursos, deixam de recolher o desconto dos salários de seus funcionários. Vale ressaltar que nem todas as empresas agem de forma desonesta. Afinal, a crise econômica atinge em cheio o desempenho empresarial país afora. O faturamento e ainda mais o lucro correm ladeira abaixo.

E é convocação uma atrás de outra. Temer quer colocar os ministros em campo. O motivo, pressionar seus aliados em favor da aprovação das reformas. Temer, como é de seu estilo, tucanou. Pediu “empenho máximo” a eles para convencer seus colegas de partido ou destacar a importância delas, o que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que não é político, tem feito reiteradas vezes. Já sobre o “empenho máximo”, descendo do muro, leia-se fazer pressão mesmo.

Pressão? A agenda oficial da Presidência da República informa: “10h - Cerimônia oficial de chegada do presidente do Governo da Espanha, Mariano Rajoy. 10h30 - Reunião Bilateral. 11h - Reunião ampliada com empresários. 11h30 - Assinatura de Atos. 11h45 - Declaração à imprensa. 13h - Almoço oferecido ao presidente do Governo da Espanha, Mariano Rajoy. Tudo no Palácio do Planalto, à exceção do almoço, que foi no Itamaraty.

Já que ninguém sabe, ninguém viu nenhuma informação na agenda de Temer sobre reunião partidária, melhor trazer outra preocupação, desta vez do deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que não despistou, ao contrário de vários colegas, o temor de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ser preso quando for depor ao juiz Sérgio Moro. Melhor ele explicar: “Estamos vivendo um regime de exceção, a Lava-Jato tem autorização para fazer o que bem quiser, nos preocupa sim”.

Faz todo sentido a preocupação de Zarattini. O risco da prisão de Lula, para deixar bem claro, não o “regime de exceção”. A ditadura no Brasil só tem nos livros de História.

Era só uma
Já foi aqui registrado, mas não ficou por aí. Ontem, de manhã, teve a Sessão Solene em comemoração aos 57 anos de Brasília, requerida pelo deputado Izalci Lucas (PSDB-DF). Afinal, sessão no feriadão de 21 de abril, a real data da inauguração, solenidade não iria ter mesmo. Mas por que repetir? É que não ficará só nisso. Hoje, tem homenagem aos 55 anos da Universidade de Brasília (UnB). E amanhã, homenagem ao centenário do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro (Sindimetal/RJ). Plenário Ulysses Guimarães. Quem requereu? Deu trabalho, mas como é prestativa, a assessoria da Câmara dos Deputados informou.

Se cuida infiel
Outro registro, domingão de novo. Mais uma vez, o presidente Michel Temer (PMDB) voltou a rezar a missa das reformas da Previdência e Trabalhista com os líderes em pleno domingo. E olha que foi o último dia do feriadão de Tiradentes. Temer deixou claro que os aliados infiéis terão suas emendas parlamentares devidamente enforcadas, não serão liberadas e ficarão sem o agrado nosso de cada ano em suas bases eleitorais.

O terremoto
Hein? Vale explicar. O líder do PT na Câmara dos Deputados, Carlos Zarattini, antes mesmo de saber o que o ex-ministro Antonio Palocci contou na delação premiada, já avisava: “Não sabemos exatamente o que ele pretende, mas, com certeza, se ele falar sobre o que tem conhecimento, o Brasil vai sofrer um verdadeiro terremoto no meio empresarial”. Pelo jeito, estava mais preocupado com o que Palocci incluísse sobre os deputados, óbvio. Daí ficar nem aí para Lula, encrencado que já está.

Sendo assim
Vamos lá: a coluna registra depois de aprender que basta ir à “agenda da semana” no item “Sessões de Homenagens”. Lá está devidamente registrado: “Sessão Solene em Homenagem aos 55 Anos da Universidade de Brasília – UnB. Autora: Deputada Erika Kokay (PT-DF), data: 25 de abril de 2017 – Terça-feira (hoje) - 10 horas. E ainda: Sessão Solene em Homenagem ao Centenário do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro – Sindimetal/RJ. Autores: deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e os deputados Luiz Sérgio (PT-RJ) e Wadih Damous (PT-RJ). Data: 27 de abril de 2017 – Quinta-feira - 10 horas. Óbvio que todos do Rio, né?

Vai ter fim?
“Acredito que este ano, esse semestre talvez até, consigamos julgá-lo”, declaração a empresários sobre o impeachment da chapa Dilma/Temer do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é também vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Foi no seminário “O fim da recessão”, evento promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Quem indicou Fux ao Supremo? Óbvio que foi a então presidente Dilma Rousseff (PT). Ele substituiu Eros Grau, que foi indicado por Lula, mas foi considerado ligado ao PSDB. Pelo próprio Lula, arrependido e tardiamente, ressalte-se.

PINGAFOGO

Necessário ressaltar que no encontro e, em especial no almoço, do presidente Michel Temer (PMDB) com os espanhóis, alguns ministros também foram convidados.

Em tempo: a reforma trabalhista está pautada para amanhã e depois na pauta do plenário. Dois dias falam por si. A oposição fará imensa obstrução para tentar impedir.

Já a votação na Comissão Especial da reforma da Previdência está prevista para a semana que vem, depois do feriado de 1º de maio, o Dia do Trabalho. Se é piada pronta, é de mau gosto para os trabalhadores.

Vale ressaltar que a Câmara dos Deputados tem “Sessão Solene em Homenagem ao Dia Internacional dos Trabalhadores”, terça-feira que vem. Depois do feriado, né?

Agora os autores, deputados Vicentinho (PT-SP), Assis Melo (PCdoB-RS) e Weverton Rocha (PDT-MA). Pelo menos, desta vez, o requerimento foi pluripartidário. O petista Vicentinho não ficou sozinho e abandonado.

E sessão solene diante de 21 de abril, o Dia de Tiradentes? Nem na véspera teve. Ou melhor, teve, em homenagem ao Dia do Escoteiro. Sessão para Tiradentes? Enforcaram.

 

 


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