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Estado de Minas

Deputados questionam rumos da Lava-Jato sem Teori na relatoria do caso

A morte ocorreu às vésperas da homologação de 26 delações de ex-executivos da Odebrecht


postado em 20/01/2017 10:37 / atualizado em 20/01/2017 11:15

Consternados com a morte do ministro Teori Zavascki, parlamentares não só lamentaram a perda como questionaram os rumos que serão tomados a partir de agora na condução da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

Às vésperas da homologação das delações premiadas de executivos da Odebrecht, que deve comprometer ao menos 26 deputados, líderes partidários tinham dúvidas sobre o ritmo que a Corte conduzirá os processos a partir de agora e quem será o substituto de Teori nas investigações.

Líder do governo na Câmara, o deputado André Moura (PSC-SE), destacou o equilíbrio com que Teori conduzia a relatoria e ressaltou que o ministro tinha um profundo conhecimento das investigações. "É uma boa pergunta: como fica a Lava-Jato?", comentou. Para Moura, a perda de Teori representa o reinício da operação no STF, já que o substituto terá de tomar conhecimento de um processo extenso, mesmo aproveitando parte do que Teori já havia feito.

Um dos candidatos à presidência da Câmara, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), desconversou e disse que não era o momento de discutir as consequências da morte de Teori para a Lava Jato. "A hora é de muita tristeza e pesar", respondeu. Muitos parlamentares tinham dúvidas sobre o processo de escolha do novo relator no STF.

Discrição


Ao comentar a perda de Teori, os parlamentares não pouparam elogios à forma discreta como ele conduzia os processos que estavam sob sua responsabilidade. "Na avaliação da bancada, o ministro Teori comandava com eficiência e discrição a apuração, na Suprema Corte, dos processos do maior escândalo de corrupção do País", disse em nota o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).

Vice-líder da bancada do PMDB na Câmara, o deputado Carlos Marun (MS), observou a responsabilidade com que o ministro administrava os processos e o fato dele só se pronunciar nos autos. "Era uma pessoa não pirotécnica, atencioso em relação às suas responsabilidades, preferia falar nos processos e conduzia essa responsabilidade imensa que veio para seus ombros dentro da legalidade", disse o parlamentar, que é do meio jurídico. Já o líder do PMDB, Baleia Rossi (SP), classificou Teori de "homem ponderado, correto e sereno".

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RS), também enfatizou o perfil discreto do ministro. "O ministro engrandeceu o Supremo Tribunal Federal com uma postura firme, discreta e justa", afirmou por meio de nota. Na mesma linha foi o líder da oposição, José Guimarães (PT-CE). "O País perde um ministro exemplar. Um homem que era respeitado pela sua postura isenta e republicana de exercício do mandato como membro do STF. Um juiz que falava nos autos. Juiz que usava a toga para promover a Justiça", afirmou.

Líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), também elogiou a atuação de Teori. "Merecem ser ressaltadas algumas das virtudes do ministro, como a ferrenha defesa dos direitos fundamentais, o notório domínio das letras jurídicas e a discrição".

Parlamentares cobraram celeridade nas investigações do acidente. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) comentou no Twitter que diversas teses surgem agora sobre a tragédia. "O que é ruim, diante de um quadro em que a nossa democracia já está gravemente ferida. Que a investigação seja o mais breve possível e a causa devidamente apurada", escreveu.


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