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Estado de Minas O INSUSTENTÁVEL PESO DO ALIADO

Estrelas de partidos são usadas como propaganda negativa na eleição à PBH

Em eleições anteriores, grandes líderes eram mostrados para atrair votos


postado em 23/10/2016 07:00 / atualizado em 27/10/2016 15:23

A espécie de anticampanha começou já na definição do primeiro turno(foto: Lelis / EM / D.A Press)
A espécie de anticampanha começou já na definição do primeiro turno (foto: Lelis / EM / D.A Press)
Em uma eleição mais curta, com menos tempo de televisão e dinheiro, o apoio de lideranças políticas expressivas na cidade poderia ser um bom trampolim para alavancar as candidaturas. Poderia, mas em outros tempos. Na corrida pelos votos deste ano para a Prefeitura de Belo Horizonte, as estrelas dos partidos passaram a ser usadas como arma pelos adversários. Se antes foram exibidas por aliados para atrair eleitores, as imagens do governador Fernando Pimentel (PT), do senador Aécio Neves (PSDB) e do prefeito Marcio Lacerda (PSB), desta vez, passaram a aparecer freneticamente nas propagandas dos rivais como uma forma de expor contradições dos candidatos do PHS, o ex-presidente do Atlético Alexandre Kalil, e do PSDB, deputado estadual João Leite, que, em alguns casos, omitiram suas antigas companhias.


A espécie de anticampanha começou já na definição do primeiro turno. Assim que Kalil se firmou como o nome que disputaria com João Leite os votos à PBH, o candidato tucano começou a dizer que o empresário era o nome de Fernando Pimentel. Um dos principais argumentos era o fato de o ex-cartola ter se encontrado com o petista no Palácio da Liberdade no início da campanha eleitoral.

João Leite também explorou o fato de o vice de Kalil, deputado estadual Paulo Lamac, ter sido filiado ao PT até dezembro do ano passado, quando se transferiu para a Rede. Na televisão, a campanha tucana divulgou um vídeo do então candidato a governador Fernando Pimentel pedindo apoio para a campanha a deputado estadual de Lamac.

Já a propaganda de Alexandre Kalil passou a divulgar um vídeo de 2008 em que Pimentel e Aécio Neves aparecem juntos pedindo votos para o então candidato a prefeito Marcio Lacerda. Para introduzir o recado, o candidato do PHS diz em tom de reprovação: “Olha o que eles fizeram”. Outro momento reproduzido por Kalil foi a participação de Aécio na convenção que confirmou a candidatura de João Leite à PBH. Nela, o senador tucano diz que o PSDB vai vencer em BH e nos municípios para, depois, conquistar o governo de Minas e a Presidência do Brasil em 2018. “Vamos deixar 2018 na cabeça dos velhos políticos”, conclui Kalil.

O contra-ataque veio com um vídeo de 2012 em que o agora candidato Alexandre Kalil aparece pedindo aos torcedores do Atlético para votar pela reeleição de Lacerda. No programa, ele diz que o prefeito foi escolhido o melhor do país em uma pesquisa nacional e por isso merece ser reconduzido. “Não tem nada mais velho na política do que fingir ser uma pessoa diferente na hora da eleição só para ganhar voto”, diz João Leite na sequência.

Contra Kalil, a campanha do PSDB também mostrou uma foto na qual o presidente do PHS, deputado federal Marcelo Aro, aparece homenageando o ex-presidente da Câmara dos Deputados, agora preso na Operação Lava-Jato, Eduardo Cunha (PMDB). O ex-presidente do Galo aparece em outra foto com Marcio Lacerda e o programa diz que, embora diga não ser político, o empresário foi filiado a três partidos, se candidatou a deputado e pediu voto para o prefeito. A campanha diz que Kalil já elogiou Aécio e Anastasia.

Já o candidato do PHS exibiu uma foto na qual a cúpula do PMDB mineiro, incluindo o vice-governador Antonio Andrade, aparece com Aécio, Anastasia e João Leite. A imagem foi registrada na reunião que definiu o apoio do deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno do pleito, ao candidato tucano. Na TV, a foto foi mostrada pelo candidato derrotado no primeiro turno, deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PR), no programa em que ele declara seu apoio a Kalil “contra a velha política”.

AUSÊNCIAS Se nas campanhas adversárias os caciques aparecem, na dos seus aliados eles não deram as caras. João Leite não trouxe Aécio Neves em nenhum ato seu de campanha no primeiro turno. Nem mesmo na propaganda eleitoral. Pelo menos por enquanto, já que pessoas próximas ao senador informam que Aécio decidiu entrar de forma mais incisiva na campanha do correligionário com a reviravolta mostrada pela última pesquisa. Segundo o Ibope, Kalil, com 41% das intenções de voto, pela primeira vez desde o início da campanha, ultrapassou João Leite, que aparece com 35%.

Já Kalil quase recebeu a visita da ex-senadora e presidente da Rede, Marina Silva, no primeiro turno. O encontro na Praça da Liberdade, porém, não ocorreu porque ela ficou doente. Quando questionado sobre a ausência, o ex-cartola disse que não foi ele quem convidou.

No meio desse cenário de repulsa, Marcio Lacerda acabou não declarando voto em ninguém. Depois de conversar com João Leite, e as articulações caminharem para um eventual apoio, os tucanos decidiram que a aliança não seria boa para a campanha. Publicamente, o Leite disse que preferia ter o apoio do povo e ser o candidato da mudança.

 


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