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Estado de Minas

FHC volta a ser o fiel da balança tucana

Com a troca de comando na Presidência da República, ex-presidente Fernando Henrique Cardoso retoma o protagonismo nas discussões dentro do PSDB e articula a sucessão de Temer em 2018


postado em 17/10/2016 06:00 / atualizado em 17/10/2016 08:18

FHC logo após votar no primeiro turno, no dia 2: sua intermediação no partido é considerada essencial para as próximas eleições (foto: Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo)
FHC logo após votar no primeiro turno, no dia 2: sua intermediação no partido é considerada essencial para as próximas eleições (foto: Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo)

Brasília - Único tucano que ocupou a Presidência da República, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou à ribalta diante da divisão interna do PSDB e com a chegada de Michel Temer ao Palácio do Planalto. Depois de dar entrevista ao Estado de Minas/Correio Braziliense no último dia 9, quando cobrou do governo peemedebista mais clareza nas ações e melhor comunicação do que precisa ser feito, FHC encontrou-se com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e almoçou com o próprio Temer no feriado de quarta-feira. Assegurou que o partido dará apoio ao governo e sinalizou a possibilidade de tucanos e peemedebistas formarem um dobradinha na chapa presidencial de 2018.

 

“É mais do que natural que PSDB e PMDB comecem a pensar sobre 2018. Também somos responsáveis pelas ações do governo atual, embora não estejamos nele com base no toma lá dá cá”, afirma o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC). Bauer avalia, contudo, que é prematuro indicar qualquer caminho neste momento. Mas ressaltou que o fato de que nem FHC nem Temer serem candidatos daqui a dois anos facilita por tornar o debate mais qualificado, sem “interesses pessoais”.

Mais do que nunca, FHC tem buscado exercer o papel de mediador em um partido que tem três pré-candidatos ao Planalto: Aécio Neves; o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; e o ministro das Relações Exteriores, José Serra. Mas nem sempre ele teve tanto prestígio interno. Depois de passar a faixa presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2003, FHC viveu alguns momentos de ostracismo. Foi escondido pela campanha presidencial de Alckmin, em 2006, e pouco influenciou nas estratégias adotadas por Serra, em 2010. Nos dois casos, o PSDB foi derrotado pelo PT — Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, respectivamente.

Responsável por “ressuscitar” Fernando Henrique, ao utilizá-lo na bem-sucedida campanha para o Senado, em 2010, o atual líder do governo na Casa, Aloysio Nunes Ferreira (SP), destacou a liderança de FHC no partido. “Os dois recados que ele têm nos dado são claros: precisamos estar unidos enquanto partido e como sustentação ao governo Temer”, avalia.

Recentemente, o ex-presidente foi deixado de lado pelo governador paulista na discussão sobre o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo. Alckmin apostou em João Doria, mas não confirmou a ninguém a preferência. A legenda tem optado por realizar prévias. FHC perguntou quem era o preferido de Alckmin e sugeriu uma reunião com ele. “Custava ter marcado?”, lamentou Fernando Henrique. Doria acabou eleito prefeito em primeiro turno.

“No momento certo, o PSDB vai sentar e decidir. Não haverá estresse entre Alckmin e Aécio”, garante o deputado Marcus Pestana (MG). “Não é algo com o que nos preocupemos. Temos dois, três, quatro opções para o Planalto. Qual partido tem tantas opções qualificadas assim?”, enaltece Bauer.


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