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Estado de Minas

Polícia Federal prende e leva para depor ex-governadores do Tocantins

Siqueira Campos é alvo de mandado de condução coercitiva. Sandoval Cardoso foi detido temporariamente. Operação Ápia mira desvios em obras de rodovias bancadas com financiamentos do BNDES


postado em 13/10/2016 08:38 / atualizado em 13/10/2016 08:45

A Polícia Federal levou para depor o ex-governador do Tocantins Siqueira Campos na manhã desta quinta-feira. O ex-governador Sandoval Cardoso foi preso temporariamente. As medidas fazem parte da Operação Ápia, que hoje cumpre 113 mandados em sete unidades da federação, incluindo Brasília e São Paulo. De acordo com a corporação, uma organização criminosa fraudou contratos de R$ 1,2 bilhão em licitações no Tocantins. O prejuízo estimado é de R$ 200 milhões.

As obras fraudadas eram de terraplanagem e pavimentação de rodovias estaduais. Os empreendimentos receberam financiamento de bancos internacionais e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com intermediação do Banco do Brasil. Por ordem da Justiça Federal, a polícia cumpre 113 mandados, sendo 19 de prisão temporária, 48 de condução coercitiva e 46 de busca e apreensão em Tocantins (Palmas, Araguaína, Gurupi, Goiatins, Formoso do Araguaia e Riachinho), São Paulo, Brasília, Belo Horizonte Maranhão (São Luís, Governador Nunes Freire e Caxias) e em Cocalinho (MT). A Operação Ápia mobiliza 350 policiais federais e tem apoio de integrantes do Ministério Público e da antiga CGU (Ministério da Transparência).

Pelo menos três construtoras são alvos de mandados de busca e apreensão. Hoje pela manhã, os policiais bateram às portas da Barra Grande Construções Ltda.

“A investigação apontou um esquema de direcionamento de concorrências envolvendo órgãos públicos de infraestrutura e agentes públicos do Estado, nos anos de 2013 e 2014”, informa a corporação. Os financiamentos bancários somavam R$ 1,2 bilhão pelo menos, com o aval da União para garantir a dívida.

De acordo com a polícia, os investigadores se surpreenderam com o fato de uma construtora pedir “complemento para realização da obra” com 1.500 caminhões carregados de brita. “Se enfileirados, esses veículos cobririam uma distância de 27 km, ultrapassando a extensão da própria rodovia”, informa a PF. “Em outra situação, a perícia demonstrou que para a realização de determinadas obras, nos termos do contrato celebrado, seria necessário o emprego de mão de obra 24 horas por dia, ininterruptamente, o que, além de mais oneroso, seria inviável do ponto de vista prático.”

Os investigados são suspeitos de seis crimes: associação criminosa, formação de cartel, desvio de empréstimos bancários, peculato (desvio de dinheiro), fraudes em licitação e na execução de contrato administrativo. Em caso de condenação judicial, as punições previstas para esses delitos chegam a 30 anos se forem somadas.

A PF batizou a ação de “Ápia” por este ser o nome de uma das principais estradas de Roma Antiga.


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