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Estado de Minas

Em debate, candidatos à PBH passam por saia justa com perguntas de alunos

Quase todos foram questionados por, segundo os estudantes, não terem propostas concretas para temas como saúde, educação e mobilidade urbana


postado em 05/09/2016 14:35 / atualizado em 05/09/2016 17:01

(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press )
(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press )

Os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte foram confrontados por estudantes do 2º e 3º anos do Ensino Médio por quase três horas na manhã desta segunda-feira no Colégio Batista. Duramente cobrados pelos alunos a apresentar propostas, nove dos 11 candidatos entraram em temas polêmicos como a regulamentação do Uber e tiveram de se posicionar sobre assuntos como aborto e homossexualidade. Também não faltaram trocas de acusações e farpas entre os adversários na busca do voto dos jovens.

O candidato do PSDB João Leite (PSDB) compareceu somente para se apresentar nos minutos iniciais e deu lugar ao seu vice, vereador Ronaldo Gontijo (PPS). O deputado federal Luis Tibé (PTdoB) confirmou presença e não foi.

As respostas ficaram para o vice-prefeito Délio Malheiros (PSD), os deputados federais Eros Biondini (Pros), Marcelo Álvaro Antônio (PR), Reginaldo Lopes (PT) e Rodrigo Pacheco (PMDB), das professoras Vanessa Portugal (PSTU) e Maria da Consolação (Psol), o deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT), e o empresário Alexandre Kalil (PHS).

Falta de propostas

Praticamente todos os candidatos foram cobrados pelos alunos por não terem disponibilizado propostas concretas em seus sites. Os alunos direcionaram as perguntas a pontos sensíveis a cada um. Transmitido pela internet, o debate chegou a ocupar o segundo lugar nos assuntos mais comentados do twitter.

Questionado sobre o que os alunos chamaram de abandono do Parque Municipal, Délio disse que o local está bem cuidado e, no futuro, a intenção é tirar as grades do local. Sobre a presença de moradores de rua, disse que muitos candidatos dizem que vão tirar os mendigos das ruas e, em vez disso, a PBH cuida deles. Rodrigo Pacheco pregou o combate ao desperdício do dinheiro público, que, segundo ele, é grande na prefeitura.

Kalil teve um embate com Délio Malheiros, a quem cobrou sobre a necessidade da construção de um Centro Administrativo da PBH. O vice-prefeito respondeu dizendo que o projeto não é prioritário e dependerá de financiamento privado. Kalil também criticou a PBH, dizendo que, em suas andanças, viu “criança pisando no esterco” na cidade.

Em outro momento de disputa com Délio, Kalil disse que as obras que a PBH diz que fará são “papo furado” e “ninguém mais acredita”. “A cidade que o Délio é vice é pior do que Recife, no Nordeste”, afirmou. Délio respondeu que todos os compromissos firmaram foram cumpridos e que eles vão dar andamento às obras. “Não podemos demonizar a iniciativa privada”, disse.

Aborto e homossexuais

Integrante da renovação carismática da igreja católica, Eros Biondini foi questionado por sua posição em projetos de lei que tratam da criminalização do aborto. O candidato disse ser a favor dos princípios cristãos e querer contribuir para que as mulheres tenham dignidade de planejar suas famílias. “Se no Brasil não tem pena de morte nem para os monstros que estupram, como poderá ter pena de morte para um neném de cinco meses que está na barriga de sua mãe?”, questionou Biondini.

Evangélico, Marcelo Álvaro foi perguntado sobre o tratamento aos homossexuais e disse que, se eleito, a prefeitura dará garantias a todos os segmentos, incluindo o LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros). “Temos que garantir que a prefeitura cumpra aquilo que é de obrigação da prefeitura. Qualquer pessoa merece atenção e respeito”, afirmou.

Marcelo Álvaro foi cobrado por não ter se posicionado, em entrevista ao Estado de Minas, sobre a polêmica entre Uber e táxi. Aos alunos disse que é preciso regulamentar o aplicativo, “mas dando melhores condições de competitividade aos taxistas”. Outro que foi cobrado por suas posições foi Reginaldo Lopes, que, segundo o aluno, não tinha propostas em sua página.

Questionado por uma aluna se iria realmente andar pela cidade, o ex-presidente do Atlético respondeu: “Filha, passei a tarde com o pé no gelo”, causando risadas. Vanessa Portugal pediu uma auditoria da dívida pública e disse que o transporte é direito de todo cidadão e deveria ser gratuito.

Sobre a segurança, Sargento Rodrigues prometeu que, além da Polícia Militar, colocará em ação os guardas municipais armados. O candidato afirmou que eles devem estar, inclusive, nas portas de colégio e que, se flanelinhas quiserem extorquir alguém, terão de ir para as cidades vizinhas Betim e Contagem.

Processos e cópia

Marcelo Álvaro e Rodrigo Pacheco falaram sobre uma possível cópia de propostas. O primeiro questionou, em tom de ironia, ao segundo se sua ideia de implantar em BH programa de combate à violência adotado na Colômbia seria um elogio ao plano de governo dele. Pacheco não entrou na pilha e disse que o importante não é saber quem é o pai da criança, mas o fato de ambos quererem a mesma solução.

Kalil e Álvaro Antônio foram questionados sobre processos contra eles. O atleticano disse que seus processos são anteriores ao Atlético, onde passou seis anos e não encostou um dedo nos bilhões de reais que mexeu. E avisou: “quem foi atrás de mim, vou atrás deles”. Já o deputado disse que o único processo contra ele é de um ex-funcionário de campanha que cobrou valores indevidos depois que as contas já estavam fechadas. “É uma cobrança indevida de uma pessoa que trabalhou na minha campanha e que vou provar na Justiça que sou inocente”, disse

Pokémons

A situação nacional também entrou em pauta. A primeira a entrar no assunto da troca de governo foi Maria da Consolação (Psol). Ela disse aos estudantes que “a vida é mais do que caçar pokemons” e cobrou deles protagonismo. “Temos de ir às ruas com muito vigor dizer Fora Temer e diretas já”, afirmou. Délio disse que Dilma quebrou o país mas, mesmo assim, a prefeitura conseguiu pagar seus funcionários.

Já o candidato do PMDB, Rodrigo Pacheco pediu apoio ao governo Temer. Disse que ele pegou uma “terra arrasada” e que, infelizmente, as reformas terão impactos na vida de todos. Reginaldo Lopes, do PT, foi só se pronunciou sobre a queda da ex-presidente Dilma depois dos adversários e disse pregar a ruptura com o modelo político atual. “Se a sociedade não fosse hipócrita ira propor ruptura desse modelo e não ter perseguido uma mulher valente e honesta”, disse.

Sobre a necessidade de sair mais cedo, a assessoria de João Leite disse que ele precisou sair mais cedo do debate em virtude de entrevista ao vivo em uma rádio da capital. "Informamos que a data da entrevista foi marcada anteriormente ao debate no Colégio Batista, por meio de sorteio entre os candidatos."


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