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Estado de Minas

Ministro da Transparência entrega cargo após ser alvo de gravações

Carta entregue por Fabiano Silveira ressalta que ele foi vítima de "especulações insólitas"


postado em 30/05/2016 19:55 / atualizado em 30/05/2016 20:11

(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

O ministro da Transparência, Fabiano Silveira, entregou o cargo na noite desta segunda-feira ao presidente interino Michel Temer. A queda do segundo integrante do primeiro escalão do governo de Temer ocorre após divulgação de gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e exibidas nesse domingo pela TV Globo, em que Silveira faz críticas à Operação Lava-Jato, além de orientar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre formas de enfrentar as investigações.

Na carta encaminhada a Temer, Fabiano Silveira, afirma ser alvo de “especulações insólitas”. “Não há em minhas palavras nenhuma oposição as trabalhos do Ministério Público ou do Judiciário, instituições pelas quais tenho grande respeito”,afirma.

Para Silveira, a situação em que se meteu ocorreu de “forma involuntária”. “Nada sei da vida de Sérgio Machado, nem com ele tenho ou tive qualquer relação”, afirma e conclui dizendo que analisou ser a saída da pasta a melhor alternativa.

Desde o início da manhã, Silveira  vem enfrentando resistências. Em um ato de protesto contra a permanência no cargo do ministro, os servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) em Minas decidiram nesta segunda-feira suspender as atividades do órgão no estado. Em nota, os servidores afirmaram que Silveira “demonstrou não preencher os requisitos de conduta necessários para estar à frente de um órgão que zela pela transparência pública e pelo combate à corrupção”. O coordenador da CGU em Minas, Breno Cerqueira, também entregou o cargo, acompanhando ação feita em todas as unidades da controladoria no país. Além da exigência da saída do ministro, outra exigência que a órgão volte a ser independente e vinculado à Presidência.

A ação de deixar os cargos em todo o país foi feita em comum acordo. O entendimento é de que esta confiança fica minada com a permanência do ministro na pasta. Servidores da CGU, em Brasília, protestaram na sede do orgão e impediram Silveira de entrar. Com vassouras e baldes eles lavaram o gabinete do chefe da pasta.

Mais cedo, o presidente interino Michel Temer, em reunião com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que aguardaria a repercussão política do caso e que, “por enquanto”, manteria Fabiano Silveira no cargo.

Repercussão internacional

 


A Transparência Internacional, organização não-governamental de combate à corrupção em todo o mundo, divulgou nota nesta segunda-feira, pedindo a exoneração do ministro e avisando que a entidade suspenderá os contatos com a pasta "até que uma apuração plena seja realizada e um novo ministro com experiência adequada na luta contra a corrupção seja nomeado".

"Ninguém deve estar acima da lei. Não deve haver impunidade para os corruptos e nem acordos a portas fechadas. É decepcionante que o ministro encarregado da transparência esteja agora sob suspeita, como parte de uma operação abafa", disse Alejandro Salas, Diretor para as Américas da Transparência Internacional.

Com agência


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