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Estado de Minas

'MP da Fiat' causou prejuízos de mais de R$ 12 bilhões aos cofres públicos

Relatório da Receita Federal e do Ministério da Fazenda aponta que a chamada 'MP da Fiat', a Medida Provisória 512/2010, causou prejuízos de mais de R$ 12 bilhões. As perdas foram causadas porque a renúncia tributária chegou ao dobro da prevista pelo governo


postado em 01/05/2016 06:00 / atualizado em 01/05/2016 07:39

Brasília – Um relatório da Receita Federal e do Ministério da Fazenda aponta que a chamada “MP da Fiat”, a Medida Provisória 512/2010, causou prejuízos de mais de R$ 12 bilhões aos cofres públicos. As perdas foram causadas porque a renúncia tributária chegou ao dobro da prevista pelo governo e, no Congresso, uma emenda serviu para perdoar questionamentos da Mitsubishi e da Ford no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). A norma foi criada após reunião do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com executivos da montadora, relatam os analistas da Coordenação Geral de Pesquisa e Investigação do fisco e da Corregedoria-Geral do ministério. “Destaca-se o inusitado fato de que a medida provisória foi gestada e aprovada em um único dia”, dizem. Toda a papelada de órgãos de três ministérios ficou pronta em 25 de novembro de 2010.


Os analistas do fisco e do Ministério concluem que “o enredo” do caso “foi suficiente para causar, em tese, dano ao erário em valores que podem superar R$ 12 bilhões”. A MP 512 é uma das três normas investigadas na Operação Zelotes, como alvo de uma organização que, a mando de montadoras, pagava propinas para conseguir mudar regras tributárias e julgamentos no Carf. Ela deu origem à Lei 12.407/11, aprovada no governo de Dilma Rousseff, e permitiu usar benefícios fiscais obtidos nos anos 1990 para novos projetos das empresas.

Segundo a Zelotes, tudo era montado por um consórcio de lobistas e consultores contratados pelos empresários do setor automobilístico. As montadoras negaram interferência no processo e pagamento de subornos. Um texto atribuído a Vladimir Spíndola diz que a MP foi “combinada entre o pessoal da Fiat, o presidente Lula e o governador (de Pernambuco) Eduardo Campos”. Lula admitiu à Polícia Federal que se reuniu “algumas vezes” com Campos e o ex-presidente da Fiat Cledorvino Belini, interessado em instalar a fábrica no Nordeste. “A partir daí, a discussão se transcorreu dentro dos setores técnicos dos ministérios”, disse o petista.

A previsão era de renúncia fiscal de R$ 4,5 bilhões. Segundo os analistas, ignorou-se o tamanho da produção de carros anunciada pela Fiat, o que eleva essas perdas para R$ 8 bilhões. Para Lula, os ganhos com desenvolvimento socioeconômico “superam em muito” a perda de impostos da MP 512. A Fazenda diz que análises da época mostravam que a renúncia era interessante por beneficiar o Nordeste.

 

 


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