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Estado de Minas

Assessor do Instituto Lula não responde a questionamentos


postado em 06/02/2016 08:49 / atualizado em 06/02/2016 10:50

"Nunca vi matéria sobre uma nota de imprensa", disse, na tarde da última quarta-feira, o jornalista José Chrispiniano, desde 2011 assessor de imprensa do Instituto Lula. Em nota divulgada no fim de semana passado, Lula admitiu ter visitado o condomínio Solaris, no Guarujá, em companhia do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro.

A reportagem explicou, então, que uma nota tão polêmica e cheia de lacunas quanto "Os documentos do Guarujá: desmontando a farsa", divulgada pelo instituto no dia 30, justificava algumas perguntas.

"Mande as perguntas por e-mail", disse o assessor. O Estado enviou dez perguntas na tarde da mesma quarta-feira, pedindo as respostas em até 24 horas depois.

Das dez perguntas, nenhuma teve resposta. Duas tiveram comentários do próprio assessor. Uma, a sétima, questionando a pergunta. Outra, a décima, afirmando que não iria responder. Segue a relação das perguntas:

1. Por que o ex-presidente Lula foi acompanhado pelo empresário Léo Pinheiro, da OAS, na visita ao apartamento 164-A, do edifício Solaris, no Guarujá?

2. De quem partiu o convite para a visita à unidade 164-A, do edifício Solaris, e em que dia e hora ela se realizou?

3. A nota do Instituto Lula, de 30 de janeiro, afirma que durante a referida visita com Léo Pinheiro "Lula e Marisa avaliaram que o imóvel não se adequava às necessidades e características da família, nas condições em que se encontrava". Foi nesse momento, então, depois de avaliar que "o imóvel não se adequava", que Léo Pinheiro, o ex-presidente Lula e dona Marisa resolveram que seria feita uma reforma que tornasse o imóvel adequado?

4. O que ficou combinado, depois de decidida a reforma, quanto à forma da pagamento das despesas (estimadas em quase R$ 800 mil)?

5. Foi assinado algum contrato que formalizasse a execução das reformas?

6. A nota diz, depois, que "Marisa Letícia e seu filho Fábio Luis Lula da Silva voltaram ao apartamento quando este estava em obras". Quantas vezes - e em que dias - dona Marisa Letícia e/ou Fábio Luís voltaram ao imóvel? O empresário Léo Pinheiro a acompanhou ou os acompanhou em algumas dessas visitas?

7. A nota do Instituto Lula, já referida, afirma que "as falsas notícias sobre o apartamento chegam ao auge em 12 de agosto de 2015". Por que, então, nenhuma das diversas notas divulgadas a partir de então esclareceram, de pronto, as circunstâncias que só foram admitidas cinco meses depois (visita com Léo Pinheiro e outras)?

Comentário do assessor:

Não me recordo do instituto ter sido perguntado sobre a visita ao prédio com Léo Pinheiro antes do assunto surgir esse ano.

8. Em suas declarações às TVs, antes da divulgação da nota de 30 de janeiro, um dos advogados do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, parecia desconhecer qualquer ligação entre Lula, dona Marisa, e a contratação das reformas efetuadas no apartamento referido. Por que o advogado não foi informado desses fatos - ou, se o foi, por que não esclareceu a respeito?

9. A nota afirma que a família Lula da Silva desistiu de comprar o apartamento - "mesmo tendo sido realizadas reformas e modificações no imóvel (que naturalmente seriam incorporadas ao valor final da compra)" - porque "as notícias infundadas, boatos e ilações romperam a privacidade necessária ao uso familiar do apartamento". A OAS foi ou está sendo indenizada pelas obras realizadas?

10. O Ministério Público de São Paulo contestou/questionou alguns pontos da nota (emitida pelo ex-presidente sobre a visita ao imóvel). O que diz o instituto a respeito?

Serão respondidas quando fizerem suas questões no foro adequado, ou seja, nos autos.


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