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Estado de Minas

Ministro do STF critica vazamentos da Lava-Jato para beneficiar poderosos


postado em 26/11/2015 06:00 / atualizado em 26/11/2015 07:35

Brasília – Relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Teori Zavascki afirmou ontem que há “um perigoso canal de vazamento” de informações sigilosas das investigações do esquema de corrupção da Petrobras para beneficiar pessoas poderosas.  Ele faz menção ao que foi dito pelo banqueiro André Esteves em conversa gravada por Bernardo, filho de Nestor Cerveró, e apresentado à Justiça como prova da pressão que o ex-diretor da Petrobras estava sofrendo para não fechar o acordo de delação premiada. Bernardo gravou reunião com o senador Delcídio do Amaral, em que o senador fala sobre o fato de Esteves ter em mãos o documento da delação.

“Vem à tona a grave revelação de que André Esteves tem consigo cópia de minuta do anexo do acordo de colaboração premiada assinado por Nestor Cerveró , confirmando e comprovando a existência de canal de vazamento na Operação Lava-Jato que municia pessoas em posição de poder com informações de complexo investigatório”, disse o ministro. Segundo Teori, “é um genuíno mistério como um documento sigiloso que se encontrava em ambiente prisional em Curitiba chegou ao escritório de André Esteves em São Paulo”.

O pedido de prisão formulado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, mostra que o parlamentar tinha conhecimento de que a minuta do acordo de delação premiada de Cerveró havia vazado para o empresário. De acordo com a degravação da escuta ambiental feita em locais de reuniões entre Delcídio e pessoas ligadas a Cerveró, o senador relatou que o próprio Esteves teria dito a ele que tinha o documento sigiloso da delação em negociação. Ao descrever a conversa, Delcídio diz que Esteves teria comentado: “O meu banco é enorme, se eu tiver problema com o meu banco, eu estou f...(sic)”.

Delcídio manifestou estranheza por Esteves ter o documento e pergunta ao advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, e ao filho do ex-diretor da Petrobras, Bernardo Cerveró, como foi possível o vazamento. Ribeiro comenta um acerto que havia feito com o seu cliente sobre a delação, que até hoje não foi homologada. “Eu combinei com o Nestor que ele negaria tudo com relação a você”. Na conversa gravada, Delcidio chama Esteves de “gênio” e “locomotiva”.

Advogado preso nos EUA


A Polícia Federal informou à noite que Edson Ribeiro, advogado do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, foi preso nos Estados Unidos. A PF destacou que Ribeiro será transferido para o Brasil após realização de alguns procedimentos burocráticos. O advogado já havia saído do país quando sua prisão foi decretada. A PF informou também que o visto de Edson Ribeiro foi cassado. Crítico ferrenho das delações premiadas. Conversas gravadas por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor, apontam que o interesse do advogado era derrubar delações que comprometeram integrantes do PT e do PMDB.

 


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