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Estado de Minas MESADA PARA LUIZ EDUARDO

Irmão de José Dirceu diz em depoimento ter recebido R$ 30 mil em espécie de lobista

Juiz prorroga prisão dele por mais 5 dias


postado em 08/08/2015 00:12 / atualizado em 08/08/2015 08:43

Curitiba – O irmão do ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, admitiu à Polícia Federal que recebeu “pagamentos mensais de R$ 30 mil em espécie” do lobista Milton Pascowitch, apontado como pagador de propinas na Diretoria de Serviços da Petrobras – cota do PT na estatal. Os repasses, segundo Luiz Eduardo Oliveira e Silva, ocorreram entre 2012 e 2013. O irmão de Dirceu afirmou que “não solicitou quaisquer valores a Milton Pascowitch”. Ele disse que o lobista “começou a pagá-lo de forma espontânea, a título de ajuda para despesas variadas”.

O “mensalão” para o irmão de Dirceu é um dos motivos que levaram o juiz federal Sérgio Moro a decretar ontem, a prorrogação da prisão temporária de Luiz Eduardo por mais cinco dias – ele foi detido na segunda-feira, mesmo dia em que o ex-ministro foi preso preventivamente. Luiz Eduardo declarou ter ficado “incomodado com a justificativa” (de Pascowitch), por isso teria indagado do lobista sobre a forma como seriam quitados aqueles valores. Pascowitch teria dito ao irmão de Dirceu que “a pendência seria resolvida posteriormente”.


Pascowitch é o pivô da prisão de Dirceu. Durante muitos anos eles foram aliados. O lobista foi preso e fez delação premiada. Revelou a rotina de pagamentos de propinas de empreiteiras para a empresa de Dirceu. A PF suspeita que a JD Assessoria e Consultoria foi criada pelo ex-ministro para captar recursos ilícitos de empreiteiras supostamente favorecidas por ele em contratos bilionários na Petrobras. Em troca da delação, Pascowitch ganhou prisão domiciliar.

O irmão do ex-ministro declarou que “não sabia a origem do dinheiro, não tendo questionado Milton (Pascowitch) ou Dirceu sobre tal circunstância”. Alegou que “não sabe” se o irmão solicitou que tais valores fossem pagos por Pascowitch a ele. Em 2013, solicitou ao lobista “que cessasse os pagamentos, pois aquela situação não poderia perdurar, ainda mais pelo fato de que seu irmão havia sido preso” – naquele ano, Dirceu foi para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, condenado no mensalão por corrupção ativa a sete anos e 11 meses de prisão. Ele disse que a JD Assessoria deve, hoje, entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões.

O juiz Moro assinalou em sua decisão que prorroga por mais cinco dias a prisão de Luiz Eduardo que ele admitiu “que pagamentos efetuados por empreiteiras após a condenação de José Dirceu não teriam sido efetuados a título de consultoria, como anteriormente afirmava a empresa JD em sua defesa, mas a título de ‘auxílio’”.

EM LIBERDADE

O juiz Sérgio determinou ontem que fossem soltos dois investigados ligados a José Dirceu: Olavo Hourneaux de Moura e o ex-sócio do ex-ministro Júlio César dos Santos. Ele ainda determinou que continuassem presos, por mais cinco dias, além do irmão do ex-ministro, o ex-assessor do petista Roberto Marques, o “Bob”, e o lobista Fernando Hourneaux de Moura. Como mostrou o Estado de Minas ontem, Júlio César registrou em seu nome a casa da mãe de Dirceu, em Passa Quatro (MG). De acordo com a Polícia Federal, essa foi uma estratégia para o ex-ministro ocultar patrimônio. Júlio César e Olavo Horneaux também confirmaram receber dinheiro de Milton Pascowith.


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