Brasília – A fim de apressar um eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff – caso o Tribunal de Contas de União (TCU) sugira ao Congresso rejeitar os números do governo da petista referentes a 2014 –, a Câmara aprovou nessa quinta-feiran(6) as contas dos ex-presidentes Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. A medida foi costurada pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), opositor do governo, e tem o objetivo de limpar a pauta para deixar o caminho aberto para a votação que pode levar Dilma a responder por crime de responsabilidade.
Os deputados aprovaram, por acordo, as contas de 1996, de 2002, de 2006, de 2008 e dos últimos dias de 1992, quando Itamar chefiava o Planalto. Eram as análises que estavam pendentes no plenário da Câmara. Outras contas estão sem votação no Senado.
O TCU se prepara para votar as contas da presidente do ano passado. O relator, ministro Augusto Nardes, já indicou que votará pela rejeição da contabilidade do governo porque foram feitas “pedaladas”, atraso nos repasses para bancos públicos pagarem programas sociais, como o Bolsa-Família. Com uma possível rejeição de contas no TCU, a Câmara tem mais força para referendar a posição dos ministros e abrir um processo de impeachment contra Dilma.
No momento, há 12 pedidos de cassação na Mesa Diretora à espera do aval de Cunha. Ele negou que a votação dessa quinta-feira (6) tenha sido direcionada à presidente Dilma, e classificou como “omissão” do Legislativo o fato de algumas contas estarem há mais de duas décadas aguardando para serem apreciadas.