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Estado de Minas

Procuradores afirmam que Dirceu aprimorou esquema de corrupção


postado em 05/08/2015 06:00 / atualizado em 05/08/2015 09:16

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Os procuradores da República responsáveis pela Operação Lava-Jato afirmaram que o DNA do escândalo do mensalão é o mesmo do atual esquema de desvio de verbas da Petrobras e que o seu criador tem nome e sobrenome: José Dirceu de Oliveira e Silva, de 69 anos, ex-ministro do governo Lula e homem-forte do Partido dos Trabalhadores. O que salta aos olhos, no entanto, é que de um esquema para o outro, Dirceu, segundo as investigações, conseguiu aumentar dezenas de vezes o volume de verbas desviadas.

No mensalão, as transações ilícitas movimentaram R$ 141 milhões, sendo 40 pessoas denunciadas pelas irregularidades. Na Petrobras – considerada uma das maiores empresas do mundo –, a movimentação irregular foi de R$ 10 bilhões e, até agora já tem 98 denunciados pelos desvios. O mensalão, que teve o título de esquema campeão de corrupção, parece brinquedo de criança em relação à amplitude das fraudes na estatal. José Dirceu, condenado com a tese de domínio do fato no processo do mensalão, teria tocado oficialmente o esquema até julho de 2005, quando deixou a Casa Civil e reassumiu sua cadeira de deputado federal. Mas não durou muito ali: também foi cassado por falta de decoro parlamentar em razão das denúncias da idealização do mensalão e ficou oito anos inelegível.

Com o prestígio de quem comandou o PT por duas gestões e teve nove mandatos, José Dirceu deixou o governo, o Congresso, mas não a política. A sua sombra sempre esteve sobre os governos de Lula e ainda de Dilma. Sua empresa de consultoria, a JD, caiu como uma luva para mantê-lo com prestígio e permitir sua circulação em algumas áreas do governo. José Dirceu, que sempre disse ser inocente, não escondeu que era um homem bem-sucedido, mesmo depois de ter deixado o governo. Fazia inúmeras viagens internacionais, circulava pelos melhores restaurantes e nunca escondeu suas idas frequentes ao Panamá, um paraíso fiscal, onde também teria negócios.

Polêmica - Desde 2005, o mais duro golpe sofrido pelo petista foi sua prisão em 15 de novembro de 2012, quando foi obrigado a se entregar à PF para cumprimento da pena de sete anos e 11 meses, pela condenação no processo do mensalão. Ainda assim, continuou provocando polêmicas. Com direito a trabalho externo, aceitou uma oferta de trabalho de um hotel, com salário de R$ 20 mil. O hotel, na verdade, uma off-shore em nome de um laranja. Com sede onde? No Panamá. Diante da polêmica, aceitou algo bem mais modesto: auxiliar de biblioteca num escritório de advocacia e um salário de pouco mais de R$ 2 mil mensais.

Para os procuradores da Lava-jato, José Dirceu nunca sofreu qualquer revés, apesar da prisão, na sua atuação de mentor dos escândalos. Para o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, a investigação revela que o petista teve papel crucial para a formação do cartel de empreiteiras, que criaram um “clube”, para garantir contratos bilionários na Petrobras. Em troca, as empresas beneficiadas garantiram aos diretores, políticos e ao próprio Dirceu, propinas milionárias.


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