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Estado de Minas

Gilmar Mendes vê 'mesma raiz' entre mensalão e escândalo da Petrobras


postado em 04/08/2015 20:31 / atualizado em 04/08/2015 20:35

(foto: Fellipe Sampaio/ SCO/STF (29/10/2014))
(foto: Fellipe Sampaio/ SCO/STF (29/10/2014))

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), comparou o esquema de corrupção na Petrobrás com o mensalão e disse que existe uma mesma "raiz" para os dois escândalos, que mostra a corrupção como um modelo de governo. "Me parece que há uma mesma raiz tanto para o fenômeno do mensalão quanto este do petrolão, e agora eletrolão, e quantos 'ãos' venham ainda. Me parece que há uma mesma matriz, é uma forma de governar, um modelo de governança", criticou. "A corrupção como sistema de governo, como forma de organizar a administração, realmente é algo impensável", completou.

De acordo com ele, o desvio apurado no processo do mensalão, de R$ 170 milhões, "não dá nem um Barusco" - usando como referência a quantia de aproximadamente US$ 100 milhões devolvida pelo ex-gerente da Petrobrás, Pedro Barusco, no curso das investigações da Operação Lava Jato. Ele considerou "chocante" que enquanto o STF julgava o processo do mensalão, no qual políticos que faziam parte da cúpula do PT foram condenados, esquema semelhante se desenvolvesse na Petrobrás. "Essa prática estava permeando todas as atividades governamentais e administrativas. Isso que é chocante", disse o ministro. Gilmar Mendes participou do julgamento do mensalão no STF, que condenou o ex-ministro José Dirceu, preso novamente nesta segunda na Lava Jato, por corrupção ativa no esquema.

Segundo o ministro do STF, o Ministério Público "não deu prosseguimento" às investigações a respeito do mensalão após o julgamento do caso, mas já havia uma recomendação por parte da CPMI dos Correios, na época, para obter mais informações sobre os fundos de pensão. Supostas irregularidades no Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobrás, são objeto de investigação atualmente pela Polícia Federal no âmbito da Lava Jato. Em depoimento à PF, um auxiliar do doleiro Alberto Youssef relatou uma conexão entre o fundo, o doleiro e o tesoureiro do PT, João Vaccari.


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