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Estado de Minas

Coluna do Baptista Chagas de Almeida


postado em 31/07/2015 12:00 / atualizado em 31/07/2015 12:16

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)

Bolso do contribuinte e abraço dos afogados

Aos amigos, nem tanto assim, mas necessários para recompor a base aliada ao governo, tudo. Aos demais brasileiros que pagam a conta, os rigores da lei. E uma conta bem mais salgada. É esse o atual momento da presidente Dilma Rousseff (PT), que sofre a maior desaprovação de um governante no Brasil, acima até de Fernando Collor de Mello (PTB-AL), na época do impeachment.

Na reunião com os governadores, um pedido de socorro para tentar salvar o buraco das contas públicas. Buraco, não, a cratera. É o abraço dos afogados. No ajuste fiscal, juros mais altos. No cartão de crédito dos brasileiros eles ultrapassam 300% ao ano. É isso mesmo, não é erro de digitação. E os governadores de pires na mão voltarão para casa com eles vazios. Fica o cafezinho do encontro de consolo.

Nas aposentadorias acima de um salário mínimo, só a correção da inflação. Quem ganha mais que isso, mesmo que seja apenas um pouquinho, vai perder poder de compra. É esse o significado do veto da presidente ao projeto aprovado pelo Congresso. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), terá um prato cheio na volta aos trabalhos semana que vem.

Ah! Mas tem também o saco de bondades. Aos nobres deputados e senadores serão liberados cerca de R$ 1 bilhão em emendas parlamentares de anos anteriores que estavam esquecidas nos cofres do governo. Quem sabe, assim, eles ficam mais calmos?

Se não bastar, no entanto, o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), que só bate suas asinhas na articulação política junto com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), já avisou: a partir da semana que vem serão feitas as nomeações de pelo menos 200 cargos nos estados. Todas, é claro, atendendo o “critério de probidade das nomeações políticas”.

De olho em 2016
O PT de Belo Horizonte já faz reuniões de olho na eleição para a Câmara Municipal no ano que vem. A hipótese de chapa pura, embora defendida por vários petistas, é praticamente descartada. No mínimo, deve ser repetida a aliança do último pleito, com PT, PMDB, PCdoB, PRB e Pros, que elegeu seis vereadores em 41 cadeiras. Mas ela pode ser ampliada, diante do fato de o governador Fernando Pimentel (PT) interferir no processo para negociar espaço de partidos que não estão na lista, mas fazem parte da base de sustentação de seu governo. Detalhe: só no PT, como sempre, tem mais candidato que vaga.

Ainda confuso
Aliados ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) ainda consideram confuso e complicado o quadro que encontrarão na volta aos trabalhos no Congresso, embora reconheçam que deu uma melhorada. Mas não creditam o mérito ao diálogo de Dilma com os governadores e, por incrível que pareça, nem mesmo à liberação das emendas. O mérito vai todo para a coordenação política assumida pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB), devidamente acompanhado do ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB). E mesmo assim, fazem questão da ressalva: “Não dá para fazer previsões”.

Se correr...
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que também não morre de amores pela presidente Dilma Rousseff (PT), faz um jogo mais habilidoso. Tenta bancar o papel de bombeiro da crise, mas pode anotar, não é para para ser o “bonzinho” da história. Experiente no Congresso e conhecedor do caminho das pedras e do governo, trabalha para levar vantagens, tanto para a liberação de obras quanto para ocupar o maior número de espaço com a nomeação de indicados para cargos de influência.

Novo secretário
Atendendo ao convite do governador Fernando Pimentel (PT), o jornalista Marcus Gimenez de Rezende assumiu ontem o cargo de secretário de Comunicação do governo do estado. Homem de confiança de Pimentel, Gimenez já havia sido seu assessor em Brasília, quando o governador comandava o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no primeiro governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Marcus Gimenez acumula a chefia da assessoria de Comunicação da Codemig.

Especulações...
Embora a sucessão de Marcio Lacerda (PSB) na Prefeitura de Belo Horizonte possa passar por um acordo com o governador Fernando Pimentel (PT), o grupo ligado ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) também tem uma carta alta na manga. O ex-governador Alberto Pinto Coelho (PP) trabalha, seriamente, com a possibilidade de disputar para prefeito. E já vem trabalhando para isso. Aliás, ainda há muita gente lamentando a escolha do ex-ministro Pimenta da Veiga (PSDB) como adversário de Pimentel nas eleições passadas. É o pessoal que defendia Alberto como candidato à reeleição.

PINGAFOGO

Garoto esperto é o deputado Paulinho da Força Sindical (SDD), que vivia colado no presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Foi só ele virar alvo da CPI da Petrobras para o presidente do Solidariedade fugir no mapa.

Paulinho da Força Sindical aproveitou o recesso parlamentar e se mandou para a Europa. E só atendia telefonemas de quem é muito próximo, inclusive de colegas deputados. Como se diz, espera a poeira abaixar.

A Assembleia Legislativa retoma os trabalhos na segunda-feira discutindo a reforma política. Será um debate que as comissões de Participação Popular e de Direitos Humanos vão promover com a presença de várias entidades.

Entre os convidados, algumas pessoas ilustres, como o presidente da Fundação Perseu Abramo, Márcio Pochmann; o diretor do Instituto Lula, Luiz Dulci; e os autores Otávio Dulci, Bruno Vanderley, Clarisse Paradis e Gleide Andrade.

O fim de semana encerra o descanso dos nobres eleitores marcado pelo recesso branco na Câmara dos Deputados e no Senado. Como se diz, pena que acaba rápido.

É só esperar que, a partir da semana que vem, os brasileiros serão obrigados a passar maus bocados com as “ideias e propostas” que surgem a cada momento nas mentes dos nobres deputados e senadores.

 


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