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Estado de Minas

Em depoimento, Costa diz que culpa de irregularidades nos contratos é de "maus políticos"

O ex-diretor de abastecimento da Petrobras falou por cerca de cinco horas aos parlamentares da comissão


postado em 05/05/2015 21:18

(foto: Lúcio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados)
(foto: Lúcio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados)

O ex-depoimento de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, voltou a prestar depoimento nesta terça-feira à CPI da Petrobras. Esta foi a terceira ida dele à comissão que apura irregularidades na estatal. Na fala de hoje, Costa disse que a culpa de todas as situações de anormalidade nos contratos foram por ação de “maus políticos”. Ele ainda criticou a forma atual como ocorrem as doações de empresas paras as campanhas políticas. “As empresas faziam isso para atender a classe politica, não só na Petrobras, mas em outros negócios”, disse.

Segundo Costa, muitas declarações de empresas tidas como lícitas, na verdade, não passam de valor que será cobrado posteriormente. O depoente ainda afirmou que essa postura é comum e que os empresários tratam como parte do negócio essas negociações."Não há almoço de graça", disse.

Paulo Roberto ainda disse que o rombo causado por corrupção na Lava-Jato “não é o maior problema do Brasil e nem da petroleira. "O maior problema que arrebentou a Petrobras é a defasagem dos derivados [óleo, diesel, gasolina], porque o governo segurou os preços. (...) Isso deu um rombo de R$ 60 ou R$ 80 bilhões de reais. Vamos considerar R$ 60 bilhões. Isso da 10% do rombo da Lava-Jato. O governo deixou os preços congelados e arrebentou a empresa”, disse apontando que o uso político da estatal causou todo o dano financeiro. Há duas semanas a diretoria da empresa pública divulgou o balanço que apontou prejuízo de R$ 21,58 bilhões no ano de 2014.

Costa ainda apontou o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, como o responsável por negar os pedidos para aumentar os preços. Na época Mantega era o presidente do conselho administrativo.

Durante várias vezes em sua fala, o ex-diretor de abastecimento disse se arrepender de ter entrado no esquema. Mas confessou que acabou pedindo ajuda política para chegar à diretoria da estatal, porque, não teria como assumir o cargo sem essa medida. “Eu tinha sonhos de chegar a uma diretoria. Eu sabia que ia ter problema, mas não sabia do tamanho do problema”, afirmou. Ele disse ainda que seu principal erro foi não ter denunciado a existência dos cartéis entre as empresas que concorriam nas licitações. “Nosso erro foi saber que existia cartel e não ter tomado nenhuma medida sobre isso”.

O ex-diretor de abastecimento voltou a negar que tivesse autonomia para firmar contratos de maneira direta. Ele ressaltou que os grandes contratos eram submetidos às decisões colegiadas.  “Nenhum diretor teria condição de aprovar contratos de forma isolada”, disse.


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