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Estado de Minas GOSTINHO DE FRACASSO

Líder tucano critica fala de Lula sobre possível candidatura

Discurso do ex-presidente no 1º de Maio explicitaria enfraquecimento da gestão Dilma


postado em 03/05/2015 07:00 / atualizado em 03/05/2015 08:04

Brasília – O discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no evento da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em 1º de maio, não deixou dúvidas para petistas ou tucanos: alvo de investigação do Ministério Público Federal por denúncias de tráfico de influência internacional a fim de ajudar empreiteiras brasileiras a obter contratos no exterior, Lula lançou-se candidato ao Planalto em 2018 e tenta desviar o foco das acusações. Ao afirmar que “está quieto no canto”, mas que é “bom de briga”, o cacique petista antecipou um movimento esperado por aliados apenas no fim de 2016 e explicitou ainda mais o enfraquecimento político da presidente Dilma Rousseff. Opositores veem a manobra como um ato de desespero do próprio PT, mergulhado em profunda crise institucional.


“Quando você tem, em seu campo político — independentemente de ser presidente, governador, ou prefeito — alguém como candidato futuro, perde total controle do processo decisório”, criticou o líder da minoria na Câmara, Bruno Araújo (PE). Para o tucano, a letargia na qual o governo Dilma está mergulhada fez com que até mesmo Lula, mentor político da presidente, desacreditasse no poder que a pupila tem de debelar a atual crise. “Esse gesto viria, naturalmente, mais para a frente. A antecipação é o sinal patente do fracasso da presidente”, disse Bruno.

Petistas ouvidos pelo Estado de Minas são cuidadosos em poupar a presidente. Afinal, ela ainda tem três anos e sete meses de mandato. Entretanto, reconhecem que a presidente pagou pelos próprios erros na esfera política. “Vai preservar o mandato até o fim, mas com poder esvaziado”, admitiu um integrante do comando partidário.

A dúvida, agora, é se Lula terá capacidade de recuperar o prestígio de outrora. Nas últimas manifestações contra o governo, não apenas o PT e Dilma tornaram-se alvo de críticas. Lula – que, durante os oito anos de mandato ganhou o apelido de teflon (material anti-aderente que reveste panelas), numa alusão ao fato de escapar incólume às denúncias que envolviam seu governo e o partido – também começou a ser visto, por parte da população, como ator envolvido nos escândalos de corrupção.

A abertura de investigação do Ministério Público, por exemplo, publicada na revista Época, repercutiu em jornais internacionais, como o The New York Times. A publicidade negativa no exterior, aliás, tem sido frequente devido à combalida economia e os sucessivos escândalos na Petrobras. A pressão vem desde o julgamento do mensalão, que colocou na cadeia a direção partidária responsável pela eleição de Lula em 2002.

ESCUDO
Para alguns petistas, no entanto, nada disso é problema. Na opinião deles, a inapetência política da presidente Dilma deu a Lula a desculpa ideal para lançar-se ao Planalto sem parecer que está fazendo um movimento de oposição a ela. Pelo contrário, o discurso é de que a estaria protegendo. “Ele não vai atacar a presidente. Pelo contrário, vai enaltecê-la”, assegurou outro cacique petista.

Pouco à vontade para tratar do tema, já que, recentemente, assumiu a liderança do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS) reconhece que Lula mexeu no tabuleiro. “As denúncias contra o PT e o debate em torno da terceirização permitiram que o ex-presidente retomasse o protagonismo político”, disse.

Marqueteiro sob suspeita
A Polícia Federal investiga contratos firmados pelas empresas do marqueteiro do PT, João Santana, que trouxeram de Angola para o Brasil US$ 16 milhões em 2012. A suspeita é de lavagem de dinheiro, com pagamento de recursos do país africano para empreiteiras brasileiras como forma indireta de quitar débitos do partido com o marqueteiro. Em 2012, Santana trabalhou nas campanhas do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos. Santana, que atuou nas campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da presidente Dilma Rousseff (PT), negou que tenha praticado irregularidades.

 


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