(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Coluna do Baptista Chagas de Almeida


postado em 03/05/2015 12:00 / atualizado em 03/05/2015 08:52

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)
Quem vai pagar o preço do ajuste

Primeiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva errou a data: “Quero pedir a vocês que muitas vezes ficam irritados com a Dilma, irritados, que temos de ter paciência, como temos que ter com a mãe da gente”. O Dia das Mães é domingo que vem. Em seguida, o ato falho: “Ela foi eleita para governar quatro anos”. Uai, é este o tamanho do mandato. O que tanto incomoda Lula?


Não, melhor nem entrar no campo da economia, no desastre econômico da falta de medidas que deveriam ter sido tomadas nos primeiros meses do ano passado e que foram adiadas para não prejudicar a campanha pela reeleição. Deu no que deu. Os trabalhadores brasileiros já estão pagando a conta. E ela é cara, mais que isso, amarga.

Mais prudente é destacar a postura dos “amigos” peemedebistas da presidente Dilma. Sem o PMDB, ela não ganha uma no Congresso. E os avisos não param de chegar ao Palácio do Planalto.

Se Dilma usou as redes sociais ao quebrar a tradição de fazer o pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), cada vez mais distante do governo, usou o mesmo canal: “Ajuste que prejudica o trabalhador é desajuste”. É claro que Renan anda insatisfeito com o tratamento que está recebendo do governo, mas é briga ruim de comprar.

De volta a Lula, um vaticínio que, pelas atuais circunstâncias, tem tudo para não se concretizar: “Não tenho dúvidas que daqui a quatro anos estaremos comemorando o êxito de seu governo”. Deus te ouça, Lula, porque será preciso um milagre econômico.

No papel de líder da oposição, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), foi agressivo no início. Chamou o 1º de maio de “dia da vergonha”. Mas depois fez o real resumo da ópera: “A presidente não teve coragem de dizer que serão os trabalhadores quem pagarão o preço do ajuste”.

Fusão à vista
O que pesou na decisão do deputado Roberto Freire, presidente do PPS, partido que comanda com mão de ferro, de concordar com a fusão com o PSB foi a aproximação que ele teve com o saudoso governador de Pernambuco Eduardo Campos durante a campanha presidencial do ano passado. E as negociações estão avançadas, porque Freire tem controle sobre os comunistas históricos do partido. Além disso, ele se conscientizou de que está em curso uma tendência de partidos maiores engolirem os pequenos.

Joga a toalha
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), virou um verdadeiro herói quando aumentou – e muito – os salários dos colegas. Só que ele achou que isso seria suficiente para manter o cabresto sobre o plenário. Pôs os deputados para trabalhar e tomou medidas como corte de salário de quem faltasse às sessões deliberativas. Resultado: a turma já começou a falar mal dele pelos cantos do Congresso. E há até quem avise Eduardo Cunha: “Olha a Lava-Jato aí, você vai precisar da gente. Não maltrate não”. Pode anotar, é questão de tempo Cunha jogar a toalha do trabalho pesado.

Pode escrever
A presidente Dilma Rousseff (PT) que se prepare. O Congresso deve votar terça-feira o veto ao projeto de fusão de partidos que impedia que deputados de legendas que não estivessem se unindo pudessem se filiar à nova agremiação. A permissão constava do projeto do líder do DEM na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE), e é grande a possibilidade de o veto ser derrubado. Ainda mais com as negociações em curso entre DEM e PTB e PSB e PPS.

Justa homenagem
Passou praticamente despercebido. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou, em caráter terminativo, o título de Herói da Pátria a Cândido Mariano da Silva Rondon. Para quem ainda não identificou, é o marechal Rondon, o desbravador dos sertões do Brasil e responsável pela pacificação de inúmeras tribos brasileiras, sem contar as linhas de telégrafo que implantou. Em tempo: o Congresso faz sessão solene terça-feira para marcar os 150 anos do marechal Rondon.

Rápido no  gatilho
O PMDB mineiro de bobo nada tem. Já saiu na frente e indicou ao vice-presidente Michel Temer (PMDB) – novo articulador político do governo e responsável pela distribuição de cargos entre os partidos aliados – que quer assento na diretoria de Furnas. E até já indicou o nome do engenheiro Ricardo Medeiros, que é do ramo. Aposentado há dois anos de Furnas, Medeiros foi funcionário de carreira da empresa por mais de 30 anos, chegando ao cargo de superintendente.

PINGAFOGO

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anda mesmo provocativo. No site da Casa, o Dia do Trabalho é tratado como Dia do Trabalhador. Esta ideia, nem Lula nem Dilma tiveram.

Os deputados estaduais vão pôr o pé na estrada. Ou vão de avião ou helicóptero.O fato é que nada menos que seis cidades serão visitadas esta semana pelos parlamentares mineiros.

 Vale até mostrar a lista: Jequitaí, São Sebastião do Paraíso, Pompéu, Uberaba, Frutal e Montes Claros. Como se vê, as comissões estarão de norte a sul e de leste a oeste do estado.

O senador Lindbergh Faria (PT-RJ) é carioca, mas fez questão de subir à tribuna na semana passada para se solidarizar com os professores e servidores do Paraná, “vítimas de ação desproporcional da polícia do estado”.

E ainda fez o alerta de que os ajustes feitos pelo governador Beto Richa (PSDB) devem ser acompanhados por outros estados. “Eles vão cortar direitos trabalhistas para cobrir o rombo de suas administrações”, alertou.

Depois do feriado do Dia do Trabalho, amanhã é hora de voltar à labuta nossa de cada dia. O que é bom  dura pouco.

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)