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Estado de Minas

Entrega da medalha da Inconfidência tem protesto e vaias a Pimentel em Ouro Preto

Ao todo, 141 pessoas foram agraciadas com a medalha. O principal homenageado é o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski


postado em 21/04/2015 12:37 / atualizado em 21/04/2015 15:43

O governador Fernando Pimentel discursou por cerca de 15 minutos. Em sua fala, ele fez um paralelo entre a injustiça sofrida por Tiradentes e a atualidade(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
O governador Fernando Pimentel discursou por cerca de 15 minutos. Em sua fala, ele fez um paralelo entre a injustiça sofrida por Tiradentes e a atualidade (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )

Em cerimônia marcada por protestos, 141 pessoas foram agraciadas nesta terça-feira com a Medalha da Inconfidência, em Ouro Preto. Em discurso rápido - que durou cerca de 15 minutos - durante o ato, o governador Fernando Pimentel (PT) destacou o legado de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. “Estamos reunidos para celebrar a memória de um homem, um herói e um mito. Representa um ideal sublime e difuso”, afirmou Fernando Pimentel. Segundo ele, o espírito de Tiradentes remete à Liberdade. Ele afirmou que o alferes foi “injustiçado” pelos que deixaram a Justiça de lado. “Não poderia ser mais adequado neste momento da história brasileira celebrarmos Tiradentes”, disse.

Durante a fala de Pimentel foram ouvidas muitas vaias e protestos. O ministro do Supremo, Ricardo Lewandowski, também foi alvo. Fernando Pimentel chegou a dizer, na abertura de seu discurso, que respeitava as vozes contrárias, mesmo que elas usem “palavras equivocadas”. Durante vários momentos, gritos como “Pimentel traidor” foram entoados pelos manifestantes. A Polícia Militar calcula que cerca de três mil pessoas ficaram do lado de fora da Praça Tiradentes, em Ouro Preto. Aproximadamente 600 ocuparam o espaço destinado ao público.

Pimentel fez questão de ressaltar, durante boa parte de sua fala, a necessidade de se fazer justiça, usando como exemplo a “injustiça” cometida ao personagem da história de Minas. “Os difamadores do humilde alferes foram condenados pelo mais implacável dos tribunais: o tempo”.
Ver galeria . 34 Fotos Solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência, em Ouro PretoLeandro Couri / EM / D.A Press
Solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência, em Ouro Preto (foto: Leandro Couri / EM / D.A Press )


Sobre Ricardo Lewandowski, principal homenageado da cerimônia, Pimentel disse que o ministro se mostra “fiel a sublime missão da magistratura” e é possuidor de “incomparável senso de Justiça”. Ele aproveitou para falar sobre o sistema jurídico, ressaltando a necessidade das conclusões serem baseadas em fatos. “O sistema jurídico perfeito, não é aquele que se alimenta do estardalhaço, mas aquele que se alimenta dos fatos e somente dos fatos", ressaltou.

Fernando Pimentel citou nomes da política de Minas como Milton Campos e Tancredo Neves para dizer que a política no estado se faz com moderação, mas baseada nas leis da ordem e da Justiça. “Equilibrio e moderação,virtudes caras aos mineiros”. O governador encerrou seus discurso falando sobre a necessidade de senso de Justiça e moderação. “Que o equilíbrio e a moderação presidam sempre os poderes da nossa nação. Esse é o desejo de Minas Gerais e de todos os mineiros”, encerrou, exaltando novamente a figura de Tiradentes.

Criada em 1952 pelo governador Juscelino Kubitscheck, a Medalha da Inconfidência possui quatro designações: Grande Colar, Grande Medalha, Medalha de Honra e Medalha da Inconfidência. Entre os homenageados deste ano estão médicos, professores, advogados, atletas, professores, empresários, artesãos, ministros e secretários de Estado, parlamentares, integrantes do Judiciário e do Ministério Público.

Protestos

Durante toda a cerimônia foram feitos muitos protestos. A CUT e o Sind-UTE estimaram 2,6 mil pessoas para manifestacão em Ouro Preto contra o projeto da terceirização e pelo pagamento do piso nacional da educacão. Em alguns dos momentos, o som era usado para abafar o barulho feito pelos manifestantes. Na pauta dos movimentos estava a irritação com a lei da terceirização, com a corrupção e o pedido, por parte dos professores, para que fosse pago o piso nacional aos profissionais da educação.

Além de carros e vans, 35 ônibus do Sind-UTE foram para o evento. Os trabalhadores se vestiram de preto e na camiseta estavam os dizeres “luto pela educação”.

Um grupo também organizou um 'panelaço' no local. "Estamos indignados com a corrupcão, desvio de dinheiro, apropriacão da riqueza do pais", disse André Brandão, comerciante de 45 anos, que participou do ato.

O governo do estado não quis responder porque cerca de três mil pessoas ficaram de fora, mesmo tendo espaço na praça.

 Com informações de Flávia Ayer, Juliana Cipriani e Isabella Souto


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