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Estado de Minas DE CRÍTICO A MINISTRO

Nomeação de Renato Janine para a Educação causa mal-estar entre os aliados

Apesar de simpática ao PT, a nomeação de Renato Janine para assumir a Educação causou mal-estar entre os aliados por apontar o que considera erros da presidente e futuros colegas


postado em 29/03/2015 07:30 / atualizado em 29/03/2015 10:12

"(A presidente) adota as medidas que precisam ser adotadas, mas não explica. E não explica por que prometeu fazer uma coisa e está fazendo o contrário" - Renato Janine, em entrevista à revista Brasileiros (foto: Tatiana Ferro/Divulgacao)
 

Brasília – A escolha do professor de filosofia da USP Renato Janine Ribeiro para o Ministério da Educação provocou certo mal-estar entre setores da base aliada no Congresso. Tudo porque o novo ministro, em entrevistas concedidas semanas antes, falou abertamente sobre os futuros colegas de ministério; sobre os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); e até sobre a presidente Dilma Rousseff e o PT. Considerado uma voz crítica no debate político brasileiro, Roberto Janine decidiu se afastar das entrevistas durante um tempo – até que possa estudar as questões que envolvem o Ministério da Educação, pasta com o segundo maior orçamento da Esplanada.

“Na quinta-feira recebi uma ligação do ministro Aloizio Mercadante, me convidando a ir a Brasília para vermos a possibilidade de eu ocupar este cargo. Aceitei. (...) Fui recebido por ele e pela presidente, com quem tive longa conversa. Depois, fui ao MEC, onde o secretário-executivo, que permanecerá, me fez um briefing inicial de um dos ministérios maiores, mais complexos e mais ricos da Esplanada”, escreveu o futuro ministro numa rede social, referindo-se ao secretário Luiz Cláudio Costa. Ao agradecer às mensagens de apoio recebidas durante a noite, Janine afirmou que espera que “a educação constitua um destes pontos que permitam unir o país, gente de um lado ou de outro, mas que sabe que sem educar não se avança”. Disse ainda que só voltará a dar entrevistas a partir de 6 de abril, quando tomará posse.

CRÍTICAS Em meados deste mês, Janine disse em entrevista à revista Brasileiros que o governo Dilma Rousseff tem uma concepção “muito inquietante”. “É, no limite, autoritária. Adota as medidas que precisam ser adotadas, mas não explica. E não explica por que prometeu fazer uma coisa e está fazendo o contrário.” O novo ministro também não evitou dar patadas nos presidentes da Câmara e do Senado. “Eles são muito diferentes entre si. Renan (Calheiros) é habilidoso. Cunha é brutal”, disse, em entrevista ao jornal O Globo, publicada há cerca de duas semanas. Críticas dirigidas aos parlamentares foram a causa da queda do antecessor na Educação, Cid Gomes (Pros).

Sobre os futuros colegas de ministério, Janine não foi menos certeiro. Com exceção de Joaquim Levy, da Fazenda (“quase uma intervenção tucana na economia”) e de Juca Ferreira, da Cultura (que “maneja um orçamento pequeno”), todos os demais seriam submissos. “Os outros ministros correm o risco de ter a orelha puxada o tempo todo. O que torna difícil para eles irem a público. Vão defender o quê? De repente, muda tudo. Defendem o governo e recebem uma correção de cima”, disse ele sobre o estilo da presidente Dilma, na mesma entrevista à Brasileiros.


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