A presidente Dilma Rousseff elevou o tom no início da tarde desta sexta-feira - durante discurso para agricultores e integrantes do MST em Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul-, ao comentar a crise econômica e política do país. "Esse momento de dificuldades do país é passageiro". Para ela, quem aposta no contrário são "pecadores em águas turvas". "O que eles querem, não me interessa. O fato é eles apostam contra o Brasil".
Dilma disse também que o país "tem vivido um momento de muita tensão. Porém, afirmou a presidente, a superação da crise depende do Congresso e pode acontecer em breve. "Aprovado o ajuste (se referindo às medidas fiscais em tramitação no Congresso), saímos da crise num curto prazo. Ajustar é da vida".
Segundo a presidente, "o ajuste" é necessário porque o governo "não tem como assumir tudo". Ela citou algumas medidas adotadas por ela no primeiro mandato, com destaque para as desonerações em alguns setores da economia. "Quero dizer que nos últimos seis anos fizemos todo o possível para que a crise não atingisse o povo desse país", afirmou, para em seguida acrescentar: "agora, não temos como absorver tudo".
A presidente finalizou o comentário sobre a crise econômica e política que atravessa o país fazendo um apelo: "ninguém tem que concordar com tudo. Queremos diálogos, sugestões e retorno sobre o que dá certo. Nada nasce pronto. Tudo é fruto do esforço".
Dilma participou nesta sexta-feira da inauguração da unidade de secagem e armazenagem de arroz da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), em Eldorado do Sul, região metropolitana de Porto Alegre (RS). A nova unidade é mais moderna e teve financiamento de R$ 3,4 milhões do BNDES, por meio do programa Terra Forte do Incra. Também foi financiado para a cooperativa R$ 1,3 milhão para aquisição de máquinas e mais R$ 1,4 milhão para recondicionamento do complexo de irrigação do canal de Águas Claras, no município de Viamão, totalizando R$ 6,1 milhões investidos.