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Estado de Minas

Coluna do Baptista Chagas de Almeida


postado em 06/03/2015 12:00 / atualizado em 06/03/2015 12:10

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)

Mesas fartas e a indigestão


“Fui ao jantar com a Dilma porque sou bem educado.” Palavras do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Decidi abster-me do jantar entre o PMDB, a presidente da República e ministros, em que se discutirá a coalizão. O presidente do Congresso Nacional deve colocar a instituição acima da condição partidária. Considero o encontro como aprimoramento da democracia.” Nota divulgada pelo presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

Mesas fartas à parte, a indigestão está apenas começando, diante da divulgação de que Eduardo Cunha e Renan Calheiros estão entre os envolvidos na lista da Operação Lava-Jato elaborada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base em investigações da Polícia Federal. A primeira paulada veio com a aprovação da PEC da Bengala em primeiro turno na Câmara dos Deputados. E vem mais por aí.

Se a indigestão está apenas começando, a baixaria já está a todo vapor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras na Câmara dos Deputados. Ela já começou com bate-boca e agressões verbais. O deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), por exemplo, chamou o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PI), de “coronel” e “moleque”. Começou bem, pelo jeito.

É o PMDB mostrando as garras ao Palácio do Planalto por causa da presença de seus caciques entre os envolvidos na Lava-Jato. Hoje, que a presidente Dilma Rousseff (PT) não se engane, os peemedebistas já estão na oposição. Quanto tempo isso vai durar são outros quinhentos. Mas há no partido quem sonhe com Michel Temer (PMDB) sentando na cadeira presidencial.

Não há, de fato, espírito político para que isso aconteça, mas o Brasil vive momentos turbulentos que preocupam. Se a economia vai mal, a política está pior ainda. Uma conjuntura que merece todos os cuidados institucionais possíveis, para o caldeirão que serviu as mesas fartas não esquentar ainda mais e fazer este país ferver politicamente.

Quem te viu, quem te vê

Os deputados Rogério Correia (PT) e Durval Ângelo (PT) precisaram ser escoltados, na quarta-feira, por policiais legislativos para atravessarem a rua em frente à Assembleia Legislativa. É que um grupo de professores da rede estadual de ensino, fiéis aliados aos petistas durante um longo tempo, vaiou e xingou os parlamentares, que agora fazem parte da base governista. O motivo é que eles estão “desconversando” sobre as promessas feitas quanto eram oposição ao governo de Minas. É, é duro enfrentar a realidade do outro lado.

País continental
O Brasil é mesmo um grande país. Enquanto a maior parte dos estados torce para que chova, para não ser necessário implantar o racionamento de água, o senador Jorge Viana (PT-AC) comemorou a redução de sete centímetros no nível do Rio Acre. E relatou: “40% da capital do Acre estava sem energia elétrica, tomada pelas águas, com o abastecimento de água comprometido, sem sistema de transporte, rede básica de saúde e escolas funcionando”. Jorge Viana ainda destacou que em 132 anos, nunca houve nada parecido no Acre.

PEC da Bengala

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), está mesmo com sangue nos olhos contra o governo Dilma. Tanto que não perdeu tempo. Pôs em votação e aprovou a toque de caixa, em primeiro turno, a chamada PEC da Bengala, que eleva para 75 anos a idade dos ministros do Supremo Tribunal Federal e outros tribunais superiores. Como diz um parlamentar, Cunha mata dois coelhos com uma só paulada. Tira as nomeações que Dilma faria e “nomeia” cinco ministros do STF, Marco Aurélio, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandovski e Rosa Weber, que se aposentariam ainda no governo petista.

Almoço feminino

Quem promoveu um almoço esta semana para a bancada feminina no Congresso em seu apartamento foi o deputado Fábio Ramalho (PV-MG). Cerca de 20 deputadas estavam presentes, uma bancada inferior à dos homens. Também prestigiaram o almoço feminino de Fabinho Liderança, como ele é mais conhecido, cerca de 30 deputados e senadores. Entre alguns mineiros, além do anfitrião, estava presente o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) não compareceu. E por motivo justo. No horário, estava sendo eleita presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara.

"400 achacadores"

Avaliação feita por um deputado tucano: se a presidente Dilma Rousseff tivesse agido e demitido o ministro da Educação, Cid Gomes, depois de ele dizer que a Câmara tinha “400 achacadores” teria reconquistado muitos deputados da base governista que andam rebeldes nos últimos dias. E ainda citou o exemplo do ministro da Educação do governo de João Figueiredo, Eduardo Portela, que declarou que não era ministro, estava ministro. Assim que tomou conhecimento da entrevista, Figueiredo mandou o ato de demissão de Portela para o Diário Oficial da União.

PINGAFOGO

O Palácio do Planalto foi surpreendido pela suposta citação da presidente Dilma Rousseff pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Deve ser castigo. Quem mandou comemorar com champanhe a inclusão do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, na lista dos prováveis nomes a serem indiciados a pedido do Ministério Público.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não perde mais a caminhada. Comemorou a votação da PEC da Bengala pelos deputados: “Ela é altruísta e não se reveste de casuísmo”.

Pesquisa do Procon Assembleia nos supermercados: preço de alguns alimentos já custam 62% a mais que em fevereiro. 62%! Sem comentários!

Pela primeira vez, Minas Gerais tem mulheres chefiando órgãos estratégicos da Polícia Civil. A delegada Andrea Vacchiano comanda o Detran e a médica legista Lena Lapertosa o IML.

O PMDB está mesmo disposto a atazanar a vida do governo. Presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB) nomeou o ferrinho de dentista Antonio Imbassahy  (PSDB-BA)  vice-presidente da comissão.

 


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