A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) publicou nesta terça-feira, uma nota para rebater declarações do presidente da Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), para quem a Operação Lava Jato pratica "tortura soft" para obrigar suspeitos a confessarem seus crimes.
O presidente da AASP afirmou, em entrevista ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, que a tortura soft seria fruto da combinação entre prisão preventiva e delação premiada. "É como um pau de arara virtual, as pessoas são presas preventivamente e só são soltas se confessarem", afirmou ele.
Para a associação dos juízes, no entanto, "a prisão preventiva imposta a diversos indiciados nas referidas ações penais em nada se confunde com a tortura, conforme previsto na legislação penal brasileira". As prisões, segundo o juiz Antônio César Bochenek, presidente da associação, representam "medida cautelar aplicada antes do trânsito em julgado do processo criminal, sempre que presentes os pressupostos de admissibilidade e requisitos de legalidade".