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Estado de Minas

Procurador-geral da República está sob ameça às vésperas de denúncias contra políticos

Ministro da Justiça chama Janot para informá-lo que órgãos de inteligência detectaram a ação de "radicais", no momento em que o MPF prepara pedidos de inquérito contra políticos


postado em 27/02/2015 06:00 / atualizado em 27/02/2015 07:42

Cardozo e Janot em encontro recente: nenhum órgão do governo detalhou quais foram as ameaças detectadas pelos serviços de inteligência, mas a segurança do procurador-geral da República foi reforçada (foto: Janine Moraes/CB/D.A Press)
Cardozo e Janot em encontro recente: nenhum órgão do governo detalhou quais foram as ameaças detectadas pelos serviços de inteligência, mas a segurança do procurador-geral da República foi reforçada (foto: Janine Moraes/CB/D.A Press)

Brasília – Às vésperas dos pedidos de abertura de inquérito contra políticos envolvidos na Operação Lava-Jato e meses após empreiteiras da Petrobras sofrerem cerco contínuo do Ministério Público, a segurança do chefe da instituição entrou em alerta. Nessa quinta-feira, foram aumentadas as medidas para proteger o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O alerta foi feito pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na noite de quarta-feira, em reunião de última hora e fora da agenda.

Informações de inteligência obtidas pelo ministro dão conta da existência de ameaças à segurança de Janot. O motivo é a Lava-Jato, que apura corrupção na Petrobras cometida por executivos, empreiteiras, estaleiros, ex-funcionários da estatal e políticos, como deputados, senadores e ministros, de acordo com depoimentos e documentos obtidos pelos investigadores. Foi Cardozo quem pediu a reunião com o procurador-geral. Ele relatou que os temores cresceram nos últimos dias, segundo dados obtidos de setores de inteligência do governo. Hoje, quem faz esse papel é o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), formado por vários órgãos, como a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

A origem das ameaças não é precisa. Há referência genérica a setores “radicais”. O ministro recomendou que o procurador-geral reforce a segurança pessoal, hoje considerada “nenhuma” por assessores mais próximos. Apesar de manter uma postura discreta, Janot, mineiro de Belo Horizonte, é considerado extrovertido por colegas que trabalham com ele.

A sugestão foi seguidanessa quinta-feira mesmo pela equipe de segurança de Janot. Ainda não se sabe se a medida será estendida aos outros investigadores da Lava-Jato. No Ministério Público, há duas forças-tarefas para cuidar do caso, uma no Paraná, com nove procuradores, e outra em Brasília, com 11 profissionais designados para auxiliar Janot nas denúncias contra políticos. Na Polícia Federal, eram pelo menos cinco delegados, mais agentes e escrivães.

A PF e Procuradoria da República no Paraná não informaram se medidas de segurança foram ou serão tomadas por seus órgãos. A Abin disse ao Estado de Minas que não tem informação sobre a situação especial a que estaria submetido Janot e não foi alertada por nenhum órgão do Sistema Brasileiro de Inteligência.

A assessoria da Procuradoria-Geral da República também não confirmou o assunto. “A resposta do ministro é que ele não comenta questões de segurança”, informou Janot, por meio de assessoria. Em entrevista coletiva à tarde, ele repetiu que não pode se pronunciar sobre esse tipo de assunto. Janot disse que o encontro com Cardozo, marcado às pressas, ocorreu para tratar da criação de uma subprocuradoria de combate à corrupção.

Projetos Janot aproveitou a conversa com Cardozo para discutir projetos de lei de combate à corrupção. O Ministério da Justiça tem uma série de anteprojetos e gostaria de apresentá-los ao Congresso em conjunto com o Ministério Público. O procurador disse, no entanto, que o Executivo deve se sentir livre para enviar as propostas quando julgar conveniente. Isso porque o MPF ainda analisa iniciativas de própria autoria, mas ainda não há prazo para levá-las ao Congresso.


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